São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 2011

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Ganso interfere na política de rivais

NOVELA
Disputa pelo meia aumenta conflitos nos bastidores de Santos e Corinthians em ano eleitoral


BERNARDO ITRI
EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO

O tom político da disputa entre o Santos e os representantes do meia Paulo Henrique Ganso, 21, ultrapassou os muros da Vila Belmiro e agora motiva também a luta pelo poder no Corinthians.
Ontem, o diário "Lance!" noticiou que o jogador aceitou uma suposta oferta corintiana, intermediada pelo ex- -atacante Ronaldo, e irá para o clube ao final da participação santista na Libertadores.
Para isso, o Corinthians contaria com a ajuda do DIS, fundo que representa o atleta e detém 45% de seus direitos.
A empresa pagaria a multa nacional (cerca de R$ 54 milhões) e usaria o time como ponte para uma transferência para a Europa, em 2012.
O acordo foi negado. "Não é certo, não é ético. Não vamos pagar a multa rescisória nem passar por cima de um coirmão", disse o presidente corintiano, Andres Sanchez.
"O que existe é uma enorme sacanagem. Em período de partidas importantes, vêm esses factoides ocupar o tempo da imprensa, do presidente do Corinthians, do Ronaldo", bradou o mandatário santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, citando o duelo com o Cerro Porteño, amanhã, que define a vida do Santos na Libertadores.
O fato, mesmo sem confirmação, serviu de combustível para os grupos políticos que duelam nos bastidores dos dois clubes, que realizarão eleições neste ano.
Do lado santista, acusa-se a oposição, liderada pelo ex- -presidente Marcelo Teixeira. "É cansativo imaginar que tem gente por trás disso com interesses financeiros e eleitorais", afirmou Luis Alvaro.
Teixeira, no período em que comandou o clube, foi aliado do DIS, hoje em guerra com a atual diretoria. Thiago Ferro, do DIS, não foi localizado ontem pela reportagem.
"Foi na gestão passada que essas parcerias desastradas, que usam indevidamente a camisa do clube para ganhar dinheiro, foram introduzidas", protestou o atual presidente do Santos.
A oposição corintiana capitaliza a informação veiculada e ataca Andres. Diz que, se o clube não tem dinheiro para nada e vive com patrimônio penhorado, não pode pensar em contratações milionárias como a de Ganso.
O Santos se fia num acordo diplomático com os grandes de São Paulo, revelado pela Folha na semana passada, para minimizar o suposto interesse corintiano no meia.
Por meio dele, os presidentes se comprometeram a não assediar atletas rivais.
"O Andres me ligou outro dia e me disse para ficar absolutamente tranquilo", disse Luis Alvaro. "E eu tenho plena confiança no Andres."


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