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Reformulado, São Paulo começa bem
Após mudanças na formação titular, os reforços Jorge Wagner e Dagoberto dão outro tom ao time, que supera o Goiás
São Paulo 2
Goiás 0
DA REPORTAGEM LOCAL
Dagoberto e Jorge Wagner,
os dois principais reforços do
São Paulo para esta temporada,
foram destaques na estréia vitoriosa da equipe ontem no
Campeonato Brasileiro.
A equipe do Morumbi, que
atuou sem apoio do público por
causa da invasão de um torcedor no jogo contra o Paraná no
Nacional passado, venceu por 2
a 0 o Goiás apresentando um
futebol bem mais convincente
do que o que apresentou no
Paulista e na Libertadores.
O triunfo veio um dia depois
de o presidente do clube, Juvenal Juvêncio, comparecer a um
treino e dizer que há jogadores
"sem alegria" no elenco.
"Acho que o presidente [Juvenal Juvêncio] não quis dizer
isso [que há jogadores infelizes
no elenco]. No futebol brasileiro, é assim. Se você ganha, é
bom. Vou seguir feliz no São
Paulo mesmo se ficar no banco.
Eu vou morrer, vou passar. O
São Paulo fica, é mais importante que tudo. Jogo para agradar ao técnico, não à torcida",
afirmou o meia Souza.
Logo nos primeiros minutos
de jogo, Dagoberto e Jorge
Wagner mostraram grande disposição. Aloísio ficou na reserva, e o time mostrou muito
mais movimentação na frente,
Com Dagoberto e Borges criando espaços e jogadas.
Jorge Wagner levava perigo
em lances de bola parada e em
chutes de média e longa distância. Foi assim que ele abriu o
marcador aos 17min. Uma
bomba de fora da área enganou
o goleiro Harlei. Foi o primeiro
gol são-paulino no Nacional e o
terceiro pelo novo clube.
"Temos que esquecer mesmo
a Libertadores e pensar só no
Brasileiro. Venho insistindo
nos chutes e fui feliz no lance
do gol", falou Jorge Wagner,
que ocupou a ala esquerda, deixando Jadílson no banco.
Dagoberto, estreando como
titular, teve uma boa chance
para ampliar o marcador aos
26min. Ele recebeu passe do
zagueiro André Dias, outra novidade no time (voltou ao 3-5-2), e finalizou firme já na grande área. A bola desviou na zaga
e saiu, bem perto do gol de Harlei, pela linha de fundo.
O ex-ídolo do Atlético-PR, no
entanto, foi o gerador do segundo gol são-paulino. Ele se livrou
de Cléber na área e foi derrubado. Pênalti que o goleiro Rogério bateu bem aos 36min.
Foi o primeiro gol do arqueiro no adversário goiano -dos
times da Série A deste ano, ele
só não marcou ainda no Juventude, no Náutico e no Sport.
Em outra jogada que teve
participação de Dagoberto,
Borges saiu na cara do gol e
obrigou Harlei a fazer grande
defesa, impedindo um terceiro
gol ainda na primeira etapa.
"Esse time não está acostumado a jogar, mas está marcando forte. O time está competitivo", disse Rogério, satisfeito, na
saída para o intervalo.
Alguns dos experientes jogadores do Goiás deixavam claro
em suas declarações como estavam tendo dificuldades para
acompanhar o ritmo são-paulino, que aumentou após as palavras duras do presidente no
treino de anteontem.
"Praticamente não fizemos
nada. Não demos susto no Rogério", afirmou o ex-ala-direito
do Palmeiras Paulo Baier.
Para o segundo tempo, Muricy manteve o mesmo time,
com Hernanes no meio-campo
mostrando muito mais familiaridade com a posição de segundo volante do que Richarlyson,
que ontem permaneceu como
opção na reserva.
Aos 2min, Hernanes se lançou mais à frente e arriscou
bom chute. Ilsinho, com mais
liberdade no 3-5-2, também
chegava com freqüência ao ataque (Souza foi sacado do time,
como pediam alguns torcedores que não puderam protestar
ontem nas arquibancadas).
O placar eletrônico apontou
0 pagantes, 0 de renda bruta e
um prejuízo do dono da casa de
R$ 16.674,29 com o jogo de ontem. E no segundo tempo não
mostrou mais nenhum gol são-paulino. O 2 a 0 da etapa inicial
seguiu apesar de algumas boas
chances do São Paulo, que tirou
o pé no fim e viu Dagoberto sair
com cãimbras.
Resumo: sem torcida, Muricy colocou os jogadores que
muitos queriam, sacou alguns
que tantos detestavam, e o São
Paulo jogou bem. Na próxima
partida, contra o Náutico, fora
de casa, no próximo domingo,
no entanto, haverá torcida.
(RODRIGO BUENO)
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