São Paulo, domingo, 13 de maio de 2007

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Reformulado, São Paulo começa bem

Após mudanças na formação titular, os reforços Jorge Wagner e Dagoberto dão outro tom ao time, que supera o Goiás

São Paulo 2
Goiás 0

DA REPORTAGEM LOCAL

Dagoberto e Jorge Wagner, os dois principais reforços do São Paulo para esta temporada, foram destaques na estréia vitoriosa da equipe ontem no Campeonato Brasileiro.
A equipe do Morumbi, que atuou sem apoio do público por causa da invasão de um torcedor no jogo contra o Paraná no Nacional passado, venceu por 2 a 0 o Goiás apresentando um futebol bem mais convincente do que o que apresentou no Paulista e na Libertadores.
O triunfo veio um dia depois de o presidente do clube, Juvenal Juvêncio, comparecer a um treino e dizer que há jogadores "sem alegria" no elenco.
"Acho que o presidente [Juvenal Juvêncio] não quis dizer isso [que há jogadores infelizes no elenco]. No futebol brasileiro, é assim. Se você ganha, é bom. Vou seguir feliz no São Paulo mesmo se ficar no banco. Eu vou morrer, vou passar. O São Paulo fica, é mais importante que tudo. Jogo para agradar ao técnico, não à torcida", afirmou o meia Souza.
Logo nos primeiros minutos de jogo, Dagoberto e Jorge Wagner mostraram grande disposição. Aloísio ficou na reserva, e o time mostrou muito mais movimentação na frente, Com Dagoberto e Borges criando espaços e jogadas.
Jorge Wagner levava perigo em lances de bola parada e em chutes de média e longa distância. Foi assim que ele abriu o marcador aos 17min. Uma bomba de fora da área enganou o goleiro Harlei. Foi o primeiro gol são-paulino no Nacional e o terceiro pelo novo clube.
"Temos que esquecer mesmo a Libertadores e pensar só no Brasileiro. Venho insistindo nos chutes e fui feliz no lance do gol", falou Jorge Wagner, que ocupou a ala esquerda, deixando Jadílson no banco.
Dagoberto, estreando como titular, teve uma boa chance para ampliar o marcador aos 26min. Ele recebeu passe do zagueiro André Dias, outra novidade no time (voltou ao 3-5-2), e finalizou firme já na grande área. A bola desviou na zaga e saiu, bem perto do gol de Harlei, pela linha de fundo.
O ex-ídolo do Atlético-PR, no entanto, foi o gerador do segundo gol são-paulino. Ele se livrou de Cléber na área e foi derrubado. Pênalti que o goleiro Rogério bateu bem aos 36min.
Foi o primeiro gol do arqueiro no adversário goiano -dos times da Série A deste ano, ele só não marcou ainda no Juventude, no Náutico e no Sport.
Em outra jogada que teve participação de Dagoberto, Borges saiu na cara do gol e obrigou Harlei a fazer grande defesa, impedindo um terceiro gol ainda na primeira etapa.
"Esse time não está acostumado a jogar, mas está marcando forte. O time está competitivo", disse Rogério, satisfeito, na saída para o intervalo.
Alguns dos experientes jogadores do Goiás deixavam claro em suas declarações como estavam tendo dificuldades para acompanhar o ritmo são-paulino, que aumentou após as palavras duras do presidente no treino de anteontem.
"Praticamente não fizemos nada. Não demos susto no Rogério", afirmou o ex-ala-direito do Palmeiras Paulo Baier.
Para o segundo tempo, Muricy manteve o mesmo time, com Hernanes no meio-campo mostrando muito mais familiaridade com a posição de segundo volante do que Richarlyson, que ontem permaneceu como opção na reserva.
Aos 2min, Hernanes se lançou mais à frente e arriscou bom chute. Ilsinho, com mais liberdade no 3-5-2, também chegava com freqüência ao ataque (Souza foi sacado do time, como pediam alguns torcedores que não puderam protestar ontem nas arquibancadas).
O placar eletrônico apontou 0 pagantes, 0 de renda bruta e um prejuízo do dono da casa de R$ 16.674,29 com o jogo de ontem. E no segundo tempo não mostrou mais nenhum gol são-paulino. O 2 a 0 da etapa inicial seguiu apesar de algumas boas chances do São Paulo, que tirou o pé no fim e viu Dagoberto sair com cãimbras.
Resumo: sem torcida, Muricy colocou os jogadores que muitos queriam, sacou alguns que tantos detestavam, e o São Paulo jogou bem. Na próxima partida, contra o Náutico, fora de casa, no próximo domingo, no entanto, haverá torcida.
(RODRIGO BUENO)


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