São Paulo, quarta-feira, 13 de maio de 2009

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velhos tempos

São Marcos reaparece dez anos depois

Na vitória nos pênaltis contra o Sport, Palmeiras conta de novo com destaque individual para seguir na Libertadores

Jorge Araújo/Folha Imagem
Marcos celebra na Ilha ao classificar seu time na Libertadores


Sport 1 (1)
Palmeiras 0 (3)

RENAN CACIOLI
ENVIADO ESPECIAL A RECIFE

O Palmeiras se classificou. Marcos, no entanto, foi além.
Com uma atuação digna do apelido de santo dado pela torcida, o arqueiro relembrou seus grandes momentos de Taça Libertadores da América.
Foi na edição de 1999 do torneio, quando parou o Corinthians nas quartas de final no jogo e nos pênaltis e levou a equipe até o título diante do Deportivo Cali, da Colômbia, que Marcos virou "São".
Dez anos depois, ele já garantiu, pelo menos, a vaga da equipe nas quartas de final, quando o Palmeiras vai medir forças com o Nacional do Uruguai.
Com três defesas na decisão por pênaltis, que acabou 3 a 1, fez a diferença e calou a Ilha do Retiro, tomada por 28 mil pessoas. No tempo normal, já "garantira" a derrota por 1 a 0.
"Quero agradecer à minha mãe, filhos e mulher. Não é todo dia que se faz um jogo desse", celebrou o arqueiro, que, após espalmar o pênalti de Dutra, foi para o canto do estádio onde estava sua torcida.
Além do chute de Dutra, Marcos parou Luciano Henrique e Fumagalli. No Palmeiras, Mozart errou sua cobrança. Marcão, Danilo e Armero converteram. Cleiton Xavier nem precisou cobrar a última.
Os milagres do goleiro e capitão começaram antes mesmo que o Sport pudesse tirar proveito do clima contagiante vindo das lotadas arquibancadas.
Mas, para um goleiro virar o nome da partida, pelo menos um outro atleta tem de contribuir. Ontem, foi o meia Paulo Baier, que tentou vazar Marcos três vezes e falhou em todas.
Primeiro, pelo alto. A cabeçada, aos 9min, foi interceptada no reflexo. Depois, com os pés, aos 31min. Marcos fechou bem o ângulo, defendeu e ainda viu a bola triscar seu travessão.
Quando a torcida já perdia a paciência mais com os erros do camisa 10 do que com as defesas do camisa 12, veio a última tentativa. Dessa vez, o goleiro só torceu. E a bola, chutada rasteira, aos 42min, foi para fora.
Paulo Baier nem voltou para o segundo tempo, substituído por Fumagalli. Marcos ganhou a reverência de seu time.
"O Marcos teve uma atuação decisiva. Temos que evitar que a bola chegue demais nele", declarou o volante Pierre.
O time não colocou em prática o pedido de Pierre e, extremamente recuado, atraiu o Sport para a sua defesa.
No intuito claro de segurar o empate que lhe daria a vaga, o técnico Vanderlei Luxemburgo tirou Diego Souza e Keirrison da partida. Colocou Willians e Ortigoza para tentar ganhar velocidade. Depois, ainda trocou Souza por Mozart.
A estratégia fracassou quando, aos 37min, Wilson completou o cruzamento de Luciano Henrique para empatar e levar a disputa para os pênaltis.
O jogo de ontem enterrou traumas recentes. A vaga obtida em cima do clube que tanto maltratou o ego palmeirense em 2009 serve, também, para dar novo estímulo ao grupo.
Antes de ter se classificado para os mata-matas da Libertadores no sufoco, o time, que iniciou a temporada com nove vitórias seguidas, foi tropeçando até a eliminação no Paulista.
A equipe só avançou às oitavas da Libertadores com um milagre de Cleiton Xavier no Chile, quando ele marcou o gol ante o Colo Colo no final do jogo. Chega às quartas graças ao eterno milagreiro do clube.
"Jogador de frente nasce com o dom. Goleiro tem que correr atrás de quem tem o dom", afirmou o dono da noite.


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