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Governo age para mudar licitações da Rio-2016
Meta é ganhar agilidade para
cumprir plano da Olimpíada
FÁBIO AMATO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal quer flexibilizar a Lei de Licitações para a
contratação de empresas responsáveis pelas obras para a
Olimpíada de 2016, no Rio.
Segundo o governo, a medida
é necessária para dar agilidade
aos projetos e garantir o cumprimento do cronograma acordado com o COI (Comitê Olímpico Internacional).
A informação foi dada ontem
pelo ministro Orlando Silva Jr.
(Esporte), após solenidade em
que foi assinado protocolo de
intenção entre governos federal, estadual e municipal do
Rio, que prevê a criação da APO
(Autoridade Pública Olímpica),
órgão que vai coordenar as
ações voltadas para o evento.
"Nossa preocupação é criar
mecanismos que possam simplificar alguns contratos e agilizar a contratação de determinados serviços, de modo que
nós possamos cumprir com o
calendário, que é muito rigoroso", explicou Orlando Silva Jr.
O ministro não informou
quais itens da Lei de Licitações
serão modificados pela medida
provisória do governo federal
que prevê a criação da empresa
Brasil 2016, que será o órgão
executor das obras voltadas para os Jogos. Para valer, a proposta terá primeiro que ser
aprovada pelo Congresso.
Ele negou que a flexibilização
vá facilitar a ocorrência de fraudes e desvio de dinheiro público das obras, uma das principais preocupações relacionadas aos Jogos. A MP prevê que
as mudanças na lei somente poderão ser aplicadas aos projetos
voltados à Olimpíada.
"A lei já prevê hoje mecanismos em que a dispensa de licitações é possível ou ela é inexigível. E dispensa de licitação ou
inexigibilidade não necessariamente é igual a qualquer tipo de
fraude", afirmou o ministro.
De acordo com ele, uma mudança proposta é a chamada inversão de fases, em que, numa
licitação, primeiro se avalia o
valor cobrado pelas empresas
para executar uma obra e, depois, os aspectos técnicos.
O presidente Lula criticou
aqueles que colocaram em dúvida a capacidade do governo
de evitar fraudes nas licitações
e de fiscalizar a gestão do dinheiro voltado à Olimpíada.
"Tinha um grupo de céticos
que achava que a gente não ia
ganhar a Copa, mas nós ganhamos. Depois, um outro grupo
achava que a gente não ia ganhar a Olimpíada, mas nós ganhamos. E começaram a dizer:
"Eu quero ver se vai ter honestidade, quero ver se vai fiscalizar,
eu quero ver quem vai controlar",", disse o presidente.
Lula afirmou que o governo
federal se preocupa com a maneira como o dinheiro público
será usado e citou a criação de
um portal de transparência para que a população acompanhe
como as verbas são gastas.
A APO será um consórcio
formado pelos governos federal, estadual e da cidade do Rio
e foi uma das promessas feitas
ao COI. O Ministério do Esporte prevê o gasto de R$ 94,8 milhões para a sua implantação.
O protocolo assinado ontem
terá que ser referendado nos legislativos federal, estadual e
municipal. A proposta prevê
que ele entre em funcionamento após a aprovação de pelo menos duas das três casas.
Silva Jr. deve ser indicado
por Lula para dirigir o órgão.
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