São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2010

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FUTEBOL

No papel, é a pior seleção


De todos os times que o Brasil mandou para os Mundiais com 24 países ou mais, o time de Dunga é o menos técnico


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O BRASIL de Dunga, no papel, é a pior seleção que eu já vi o país mandar para uma Copa.
Não dá para nem para comparar com a Espanha do meio para a frente. Xabi Alonso, Marcos Senna, Busquets, Xavi, Iniesta, Fàbregas, David Silva, Jesús Navas, David Villa, Fernando Torres, Cazorla, Pedro...
Porém (sempre tem um porém, pelo menos) uma análise física da Copa deve animar Dunga. Se há a dúvida sobre o púbis de Kaká, nessa Espanha existem certezas de lesões.
Fàbregas, Iniesta e Torres só tentarão se recuperar até a estreia -o "Niño" nem deve enfrentar a Suíça.
Boa parte dos treinadores apostou em jogadores contundidos, veteranos e até sem comprometimento, a palavra que vai perseguir a seleção.
Olhando para os adversários do Brasil, Drogba irá administrar a sua hérnia pela Costa do Marfim, e Pepe ensaiará passos de fado após ruptura de ligamento cruzado do joelho.
Há equipes com tantos baleados quanto a Espanha. Skrtel, Vittek e Holosko são importantes para a Eslováquia, um exemplo de seleção que não desfruta de tantas opções como as favoritas (Hamsik será desses fenômenos solitários de Copa).
Essien apareceu na lista de Gana, mas não disse ainda se vai jogar mesmo (claro que vai, não sei com quantos % de condição). Quem faz guias ou especiais de Copa morre de medo de destacar algum jogador e depois vê-lo de fora da lista. Essien é apenas um dos que deixam tudo em dúvida.
Tem lesionado já "resolvido", como Adler, figurinha 260 -Löw levará Butt na Alemanha-, mas sobram dúvidas e vítimas da temporada. Lars Lagerback, técnico da Nigéria, listou 11 atacantes, mas não tem ideia ainda de como alguns deles, como Kanu e Utaka, estão fisicamente.
Seria mais ou menos como se Dunga tivesse convocado Adriano e Ronaldo para ver se valem quanto pesam.
Sorensen, goleirão dinamarquês, deslocou o ombro e está relacionado. Patsatzoglou e Seitaridis farão testes de vestiário diários na seleção grega. Kewell, o "Mágico de Oz" australiano, tem cérebro, coração e coragem, falta boa forma. E por aí vai...
Se o experiente Parreira se rendeu no fim a McCarthy, craque sul-africano que pouco se compromete, o italiano Lippi foi mais como Dunga: cortou aqui, renovou ali. O papel diz que para pior, mas a Copa é online.

NOTAS DA COPA-1998
1º França 8
2º Brasil, Croácia e Holanda 7
5º Argentina e Itália 6
7º Alemanha, Dinamarca, Inglaterra, Iugoslávia, Noruega, Paraguai e Romênia 5
14º México e Nigéria 4
16º Irã 3
17º África do Sul, Bélgica, Chile Espanha e Marrocos 2
22º Arábia S., Áustria, Bulgária, Camarões, Colômbia, Coreia, Escócia, Jamaica e Tunísia 1
31º EUA e Japão 0

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


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