São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2010

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Teste e pressão repõem Diego Hypólito na Copa

Após cogitar se afastar, ginasta compete na Rússia

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

A obsessão pela Olimpíada e a necessidade do país de apresentar resultados devolvem Diego Hypólito à Copa do Mundo de ginástica artística.
Na próxima madrugada, o principal ginasta do Brasil estará de volta ao torneio do qual revelou à Folha, no último mês, ter a intenção de se afastar, por dizer que ele prejudica seus treinos e a preparação para o Mundial de outubro.
"No caso do Diego, as Copas atrapalham um pouco, pois, em vez de seis aparelhos, ele tem que treinar só dois [solo e salto], fora a questão da viagem e do fuso horário", explica Renato Araújo, técnico do atleta e também da seleção masculina.
A presença do bicampeão mundial na etapa de Moscou, onde o Brasil terá sete ginastas, está ligada à pressão velada de corresponder ao patrocinador, no caso a Caixa Econômica Federal, e ao objetivo de se testar.
"Digamos que é um mal necessário ele participar agora. Tem o lado do patrocínio, de mostrar resultado. Mas também tem o lado pessoal, pois ele precisa colocar as séries em prática nas mais variadas situações para se preparar bem para a Olimpíada", afirma o técnico.
Pelo menos três fatores motivam Diego a atuar na Copa em Moscou. Primeiro, ele tenta subir no ranking mundial do solo -é o terceiro colocado.
Segundo, além de o atleta querer mostrar serviço ao patrocinador, a Caixa acaba de renovar com a confederação de ginástica (CBG), que receberá R$ 4 milhões neste ano e já marcou a primeira etapa do circuito nacional para o fim do mês, sob bandeira do banco.
Terceiro, porque, apesar de Caixa e CBG não divulgarem nada que remeta à pressão por resultados, Diego tenta manter sua hegemonia na Copa.
Isso porque, desde 2004, o atleta paulista é o único no masculino a ter faturado ouro na Copa -tem 18- e, há dois anos, é o único do país a ter triunfado desde que Jade Barbosa venceu no salto, coincidentemente, em Moscou.
E é no salto que Diego tenta amenizar o fardo de atuar na etapa da Rússia. "Ele fará o solo também, mas testará o salto deste ano. Não deu certo em Paris [ficou em quinto]. Vamos ver agora", afirma Araújo.
O novo salto faz parte do plano de Diego de chegar ao Mundial tinindo nos seis aparelhos, pois o torneio será a primeira nota de corte para quem almeja ir à Olimpíada de 2012. Para os Jogos de Pequim-2008, Diego, especialista no solo, conquistou vaga pelo individual geral (soma das seis provas).


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