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Teste e pressão repõem Diego Hypólito na Copa
Após cogitar se afastar, ginasta compete na Rússia
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
A obsessão pela Olimpíada e
a necessidade do país de apresentar resultados devolvem
Diego Hypólito à Copa do Mundo de ginástica artística.
Na próxima madrugada, o
principal ginasta do Brasil estará de volta ao torneio do qual
revelou à Folha, no último
mês, ter a intenção de se afastar, por dizer que ele prejudica
seus treinos e a preparação para o Mundial de outubro.
"No caso do Diego, as Copas
atrapalham um pouco, pois, em
vez de seis aparelhos, ele tem
que treinar só dois [solo e salto], fora a questão da viagem e
do fuso horário", explica Renato Araújo, técnico do atleta e
também da seleção masculina.
A presença do bicampeão
mundial na etapa de Moscou,
onde o Brasil terá sete ginastas,
está ligada à pressão velada de
corresponder ao patrocinador,
no caso a Caixa Econômica Federal, e ao objetivo de se testar.
"Digamos que é um mal necessário ele participar agora.
Tem o lado do patrocínio, de
mostrar resultado. Mas também tem o lado pessoal, pois
ele precisa colocar as séries em
prática nas mais variadas situações para se preparar bem para
a Olimpíada", afirma o técnico.
Pelo menos três fatores motivam Diego a atuar na Copa
em Moscou. Primeiro, ele tenta
subir no ranking mundial do
solo -é o terceiro colocado.
Segundo, além de o atleta
querer mostrar serviço ao patrocinador, a Caixa acaba de renovar com a confederação de
ginástica (CBG), que receberá
R$ 4 milhões neste ano e já
marcou a primeira etapa do
circuito nacional para o fim do
mês, sob bandeira do banco.
Terceiro, porque, apesar de
Caixa e CBG não divulgarem
nada que remeta à pressão por
resultados, Diego tenta manter
sua hegemonia na Copa.
Isso porque, desde 2004, o
atleta paulista é o único no
masculino a ter faturado ouro
na Copa -tem 18- e, há dois
anos, é o único do país a ter
triunfado desde que Jade Barbosa venceu no salto, coincidentemente, em Moscou.
E é no salto que Diego tenta
amenizar o fardo de atuar na
etapa da Rússia. "Ele fará o solo
também, mas testará o salto
deste ano. Não deu certo em
Paris [ficou em quinto]. Vamos
ver agora", afirma Araújo.
O novo salto faz parte do plano de Diego de chegar ao Mundial tinindo nos seis aparelhos,
pois o torneio será a primeira
nota de corte para quem almeja
ir à Olimpíada de 2012. Para os
Jogos de Pequim-2008, Diego,
especialista no solo, conquistou vaga pelo individual geral
(soma das seis provas).
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