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Com a zaga limpa, Itália bate Gana
Na estréia na Copa, ataque faz 2 e a dupla formada por Nesta e Cannavaro segura rival sem cometer nenhuma falta
Júnior, jogador da seleção
brasileira no Mundial-82,
assiste ao jogo como espião
do Japão e se impressiona
com defensores da Azzurra
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A HANOVER
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
"É a melhor zaga do mundo.
Eles não erraram. Eles são f..."
A frase partiu logo após a vitória de 2 a 0 da Itália sobre Gana em jogo do Grupo E da Copa
ontem em Hanover. A tal melhor zaga do mundo é formada
por Nesta e Cannavaro. E quem
disse a tal frase acima é Júnior,
ex-defensor que atuou muitos
anos no futebol italiano e que
encarou a Itália em 1982, na
"Tragédia de Sarriá".
Contra o perigoso time africano, a dupla de zaga mais experiente do Mundial (agora são
sete jogos juntos em Copas com
só seis gols sofridos) teve trabalho, mas ficou imune. Nesta, 30,
é o craque. Cannavaro, 32, o líder da Azzurra.
E para marcar bem não precisam apelar. A Itália fez só oito
faltas no jogo, nenhuma de sua
dupla de zaga -a Azzurra, que
foi a terceira equipe mais faltosa da Copa-2002, agora é a menos faltosa. Gana, por sua vez,
cometeu 22 infrações.
Nesta ainda sofreu uma falta.
E Cannavaro, o capitão, duas.
"Esse time da Itália é muito
bom", resume Júnior, hoje espião da seleção japonesa -foi
observar o que podem ser adversários do Japão (e do Brasil)
nas oitavas-de-final. ""Se chegar
a um Brasil x Itália, tudo pode
acontecer", espiou Júnior.
O fato é que, com os 2 a 0 de
ontem, a Itália completou 20
jogos de invencibilidade em jogos de Copa disputados na Europa. A equipe do técnico Marcello Lippi ainda manteve a invencibilidade do país contra seleções africanas em Mundiais
-o time está em segundo lugar
da chave pelo saldo de gols.
No primeiro tempo, os dois
times se alternaram nas ações
ofensivas. A Itália, bem postada, teve as melhores chances,
mas no contra-ataque, Gana
ameaçou o gol de Buffon pelo
menos duas vezes. Antes de
Pirlo abrir o placar aos 40min
com um chute de fora da área,
Toni já havia carimbado o travessão do goleiro Kingston,
quase sempre atrapalhado nas
bolas alçadas à área.
O atacante Asamoah teve a
primeira grande chance para
Gana, mas assim como fizeram
Essien e Pappoe pouco depois,
finalizou muito mal. Foram 18
arremates do time africano,
apenas quatro no gol.
No segundo tempo, o jogo
manteve um bom ritmo e permaneceu indefinido até o zagueiro Kuffour cometer um vacilo ao recuar mal a bola para
Kingston. Faltavam só sete minutos para o fim quando Iaquinta aproveitou o erro, driblou o goleiro adversário e tocou facilmente para o gol vazio.
Foi o golpe fatal para o time
de Gana, que havia reclamado
duas penalidades máximas minutos antes do gol de Iaquinta.
Apesar do sofrimento, aliás,
comum nas campanhas italianas em Mundiais, o técnico
Marcello Lippi gostou bastante
de sua equipe, elogiou o rival e
deu seu ponto de vista sobre o
que é espetáculo no futebol: "É
algo subjetivo. Acho que a Itália
tem que jogar à italiana, e foi
bem. Fizemos uma linda partida", falou.
O volante Pirlo foi eleito o
melhor jogador da partida. O
meia Totti, que foi confirmado
como titular na seleção apenas
na véspera do jogo, não brilhou
e, após sofrer dura entrada na
segunda etapa, foi substituído.
Del Piero saiu da reserva no
fim, mas teve pouco tempo para mostrar algo.
Gattuso e Zambrotta, contundidos, ficaram de fora da
partida de ontem. A Itália volta
a campo contra os EUA, em
Kaiserslautern, no sábado. No
mesmo dia, Gana enfrenta a
República Tcheca em Colônia.
Vitórias dos europeus define os
classificados do grupo.
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