São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 2006

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Com a zaga limpa, Itália bate Gana

Na estréia na Copa, ataque faz 2 e a dupla formada por Nesta e Cannavaro segura rival sem cometer nenhuma falta

Júnior, jogador da seleção brasileira no Mundial-82, assiste ao jogo como espião do Japão e se impressiona com defensores da Azzurra


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A HANOVER

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

"É a melhor zaga do mundo. Eles não erraram. Eles são f..."
A frase partiu logo após a vitória de 2 a 0 da Itália sobre Gana em jogo do Grupo E da Copa ontem em Hanover. A tal melhor zaga do mundo é formada por Nesta e Cannavaro. E quem disse a tal frase acima é Júnior, ex-defensor que atuou muitos anos no futebol italiano e que encarou a Itália em 1982, na "Tragédia de Sarriá".
Contra o perigoso time africano, a dupla de zaga mais experiente do Mundial (agora são sete jogos juntos em Copas com só seis gols sofridos) teve trabalho, mas ficou imune. Nesta, 30, é o craque. Cannavaro, 32, o líder da Azzurra.
E para marcar bem não precisam apelar. A Itália fez só oito faltas no jogo, nenhuma de sua dupla de zaga -a Azzurra, que foi a terceira equipe mais faltosa da Copa-2002, agora é a menos faltosa. Gana, por sua vez, cometeu 22 infrações.
Nesta ainda sofreu uma falta. E Cannavaro, o capitão, duas.
"Esse time da Itália é muito bom", resume Júnior, hoje espião da seleção japonesa -foi observar o que podem ser adversários do Japão (e do Brasil) nas oitavas-de-final. ""Se chegar a um Brasil x Itália, tudo pode acontecer", espiou Júnior.
O fato é que, com os 2 a 0 de ontem, a Itália completou 20 jogos de invencibilidade em jogos de Copa disputados na Europa. A equipe do técnico Marcello Lippi ainda manteve a invencibilidade do país contra seleções africanas em Mundiais -o time está em segundo lugar da chave pelo saldo de gols.
No primeiro tempo, os dois times se alternaram nas ações ofensivas. A Itália, bem postada, teve as melhores chances, mas no contra-ataque, Gana ameaçou o gol de Buffon pelo menos duas vezes. Antes de Pirlo abrir o placar aos 40min com um chute de fora da área, Toni já havia carimbado o travessão do goleiro Kingston, quase sempre atrapalhado nas bolas alçadas à área.
O atacante Asamoah teve a primeira grande chance para Gana, mas assim como fizeram Essien e Pappoe pouco depois, finalizou muito mal. Foram 18 arremates do time africano, apenas quatro no gol.
No segundo tempo, o jogo manteve um bom ritmo e permaneceu indefinido até o zagueiro Kuffour cometer um vacilo ao recuar mal a bola para Kingston. Faltavam só sete minutos para o fim quando Iaquinta aproveitou o erro, driblou o goleiro adversário e tocou facilmente para o gol vazio.
Foi o golpe fatal para o time de Gana, que havia reclamado duas penalidades máximas minutos antes do gol de Iaquinta.
Apesar do sofrimento, aliás, comum nas campanhas italianas em Mundiais, o técnico Marcello Lippi gostou bastante de sua equipe, elogiou o rival e deu seu ponto de vista sobre o que é espetáculo no futebol: "É algo subjetivo. Acho que a Itália tem que jogar à italiana, e foi bem. Fizemos uma linda partida", falou.
O volante Pirlo foi eleito o melhor jogador da partida. O meia Totti, que foi confirmado como titular na seleção apenas na véspera do jogo, não brilhou e, após sofrer dura entrada na segunda etapa, foi substituído. Del Piero saiu da reserva no fim, mas teve pouco tempo para mostrar algo.
Gattuso e Zambrotta, contundidos, ficaram de fora da partida de ontem. A Itália volta a campo contra os EUA, em Kaiserslautern, no sábado. No mesmo dia, Gana enfrenta a República Tcheca em Colônia. Vitórias dos europeus define os classificados do grupo.


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