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República Tcheca arrasa e mete medo
Herdeira da extinta Tchecoslováquia em Mundiais, seleção impõe aos EUA a pior derrota desde a goleada na Copa-90
Time do meia Rosicky, que chutou três vezes, marcou dois gols e ainda acertou a trave, deixa em alerta rivais italianos e até os brasileiros
DA REPORTAGEM LOCAL
Na última vez em que a República Tcheca esteve numa
Copa, tinha outro nome. Era a
Tchecoslováquia, no Mundial
da Itália, em 1990. Mas a sua
"volta" ao torneio foi marcada
com uma exibição para deixar
em alerta seus possíveis próximos adversários -entre eles o
Brasil- e, de quebra, ainda repetiu sua condição de carrasco
dos EUA em Mundiais.
Herdeira da história construída pela Tchecoslováquia
em Copas (duas vezes vice-campeã), a República Tcheca
construiu diante do time americano, considerada uma das
seleções que mais evoluíram
nos últimos anos (ocupa o
quinto lugar no raning da Fifa),
o placar mais dilatado da Copa
na Alemanha até agora.
E o fez com uma facilidade
que os rivais dos EUA não tinham em Copas desde 1990,
coincidentemente no encontro
com os então tchecoslovacos. A
última derrota dos norte-americanos por mais de três gols
em Mundiais fora os 5 a 1 sofridos na Copa da Itália. Caiu uma
seqüência de 14 partidas dos
EUA em Copas sem sofrerem
placares elásticos.
O desempenho dos tchecos
teve como ponto forte a objetividade, em detrimento da posse de bola.
Apesar de a República Tcheca ter ficado menos com a bola
-segundo a Fifa, deteve a posse
em 45% do tempo, e os EUA,
em 55%-, ela realizou o mesmo número de arremates a gol
do rival (dez), mas conseguiu
vazar o gol defendido por Keller três vezes.
Isso graças à precisão do
meia Rosicky, eleito pela Fifa
como o melhor jogador da partida e autor de dois tentos com
três chutes a gol -a sua outra
finalização acertou o travessão.
O tcheco é um dos artilheiros
da Copa. Além dele, Cahill
(Austrália), Omar Bravo (México), Wanchope (Costa Rica) e
Klose (Alemanha) já têm dois
gols anotados.
Mas não foi apenas com a boa
atuação de Rosicky que a República Tcheca deixou a impressão de ter condições para ser a
primeiro colocada do Grupo E
-assim terminou a primeira
rodada da chave, à frente da
Itália no saldo de gols.
O outro meia da seleção, o experiente Pavel Nedved, que aos
35 anos joga seu primeiro Mundial, e o atacante Koller também se destacaram na partida.
O primeiro era o principal criador das jogadas tchecas, quase
sempre baseadas nos contragolpes rápidos, com lançamentos para os lados do campo.
O segundo foi o autor do primeiro gol, logo aos 5min de jogo, aproveitando-se de seus
2,02 m para escorar de cabeça
um cruzamento. A sorte de Koller só não foi melhor na partida porque o "grandalhão" tcheco deixou o jogo machucado,
ainda na primeira etapa.
Mas, fora esse problema com
o atacante, o técnico Karel
Bruckner saiu satisfeito do estádio de Gelsenkirchen, tanto
com o resultado e quanto com o
desempenho de seus pupilos.
"Estou muito orgulhoso da minha equipe, que teve muita disciplina, tanto na parte ofensiva
como na defensiva", disse o técnico, que indiretamente reclamou do forte calor das 15h (horário da Alemanha). "Eles conseguiram fazer uma boa partida
em condições climáticas que
não eram fáceis."
(PAULO GALDIERI)
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