São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 2006

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República Tcheca arrasa e mete medo

Herdeira da extinta Tchecoslováquia em Mundiais, seleção impõe aos EUA a pior derrota desde a goleada na Copa-90

Time do meia Rosicky, que chutou três vezes, marcou dois gols e ainda acertou a trave, deixa em alerta rivais italianos e até os brasileiros


DA REPORTAGEM LOCAL

Na última vez em que a República Tcheca esteve numa Copa, tinha outro nome. Era a Tchecoslováquia, no Mundial da Itália, em 1990. Mas a sua "volta" ao torneio foi marcada com uma exibição para deixar em alerta seus possíveis próximos adversários -entre eles o Brasil- e, de quebra, ainda repetiu sua condição de carrasco dos EUA em Mundiais.
Herdeira da história construída pela Tchecoslováquia em Copas (duas vezes vice-campeã), a República Tcheca construiu diante do time americano, considerada uma das seleções que mais evoluíram nos últimos anos (ocupa o quinto lugar no raning da Fifa), o placar mais dilatado da Copa na Alemanha até agora.
E o fez com uma facilidade que os rivais dos EUA não tinham em Copas desde 1990, coincidentemente no encontro com os então tchecoslovacos. A última derrota dos norte-americanos por mais de três gols em Mundiais fora os 5 a 1 sofridos na Copa da Itália. Caiu uma seqüência de 14 partidas dos EUA em Copas sem sofrerem placares elásticos.
O desempenho dos tchecos teve como ponto forte a objetividade, em detrimento da posse de bola.
Apesar de a República Tcheca ter ficado menos com a bola -segundo a Fifa, deteve a posse em 45% do tempo, e os EUA, em 55%-, ela realizou o mesmo número de arremates a gol do rival (dez), mas conseguiu vazar o gol defendido por Keller três vezes.
Isso graças à precisão do meia Rosicky, eleito pela Fifa como o melhor jogador da partida e autor de dois tentos com três chutes a gol -a sua outra finalização acertou o travessão. O tcheco é um dos artilheiros da Copa. Além dele, Cahill (Austrália), Omar Bravo (México), Wanchope (Costa Rica) e Klose (Alemanha) já têm dois gols anotados.
Mas não foi apenas com a boa atuação de Rosicky que a República Tcheca deixou a impressão de ter condições para ser a primeiro colocada do Grupo E -assim terminou a primeira rodada da chave, à frente da Itália no saldo de gols.
O outro meia da seleção, o experiente Pavel Nedved, que aos 35 anos joga seu primeiro Mundial, e o atacante Koller também se destacaram na partida. O primeiro era o principal criador das jogadas tchecas, quase sempre baseadas nos contragolpes rápidos, com lançamentos para os lados do campo.
O segundo foi o autor do primeiro gol, logo aos 5min de jogo, aproveitando-se de seus 2,02 m para escorar de cabeça um cruzamento. A sorte de Koller só não foi melhor na partida porque o "grandalhão" tcheco deixou o jogo machucado, ainda na primeira etapa.
Mas, fora esse problema com o atacante, o técnico Karel Bruckner saiu satisfeito do estádio de Gelsenkirchen, tanto com o resultado e quanto com o desempenho de seus pupilos. "Estou muito orgulhoso da minha equipe, que teve muita disciplina, tanto na parte ofensiva como na defensiva", disse o técnico, que indiretamente reclamou do forte calor das 15h (horário da Alemanha). "Eles conseguiram fazer uma boa partida em condições climáticas que não eram fáceis." (PAULO GALDIERI)


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