São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 2006

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Zidane e pupilo lideram "Bleus"

Craque e Ribery, que representam duas gerações diferentes, irão compor meio-campo ante a Suíça

Com apenas uma derrota no currículo, técnico francês promove o equilíbrio entre duas gerações: os campeões de 98 e os novos jogadores


MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

CRISTINA UCHÔA
DA FOLHA ONLINE

Hoje, às 13h (horário de Brasília), o mundo voltará seus olhos para um dos maiores jogadores do futebol mundial. Com a aposentadoria já anunciada para depois da Copa do Mundo, Zinedine Zidane, 33, estréia na competição disposto a dar adeus em grande estilo.
Ao observar o meia, uma pergunta pode pairar no ar: será este o Zidane campeão mundial de 1998 ou o Zidane que protagonizou o fracasso de 2002?
Os franceses esperam, é claro, que seu craque faça uma despedida de gala e leve a sua seleção aos melhores resultados na Alemanha, tal qual o capitão francês fez no Mundial de 1998, quando conduziu sua seleção ao primeiro título mundial. Por outro lado, a dependência em relação a Zidane se tornou um pesadelo na Copa de 2002. Com o craque avariado por lesões, os franceses nem passaram da primeira fase.
Há dois anos no comando, o técnico Raymond Domenech faz um trabalho para amenizar a "Zidanedependência" dos "Bleus". Durante as eliminatórias européias, convocou diversos jogadores que não tinham nem o histórico da glória de 98, nem o do fracasso de 2002. Sob seu comando, estrearam Abidal, Givet, Malouda e os recém-convocados Ribery e Chimbonda. Outros seis jogadores, somente conseguiram se firmar na equipe devido à confiança depositada pelo técnico.
Com resultados pouco expressivos nas eliminatórias, Domenech voltou a recorrer aos veteranos, que estavam afastados da seleção. A seu pedido, Zidane, Thuram e Makelele foram reintegrados.
A partir daí, iniciou-se o trabalho de mesclar as duas gerações de modo que fossem obtidos bons resultados. E eles vieram. Nos 21 jogos que dirigiu, Domenech conquistou 11 vitórias, dez empates e apenas uma derrota -contra a Eslováquia por 2 a 1, em março deste ano.
Apesar disso, o técnico ainda desperta desconfiança na torcida e na imprensa francesa. Em pesquisa realizada pelo jornal L'Equipe, constatou-se que só 15% dos franceses acreditam no bicampeonato mundial.
Mesmo com a opinião pública contra, Domenech deixou de fora da lista de convocados os veteranos Giully e Anelka e resolveu apostar no jovem Frank Ribery, 23, que nunca havia sido chamado antes.
Nos três amistosos de preparação da França para a Copa, o técnico colocou o meia em campo com a bola rolando e fez valer sua aposta. Ribery, conhecido pelo apelido de Scarface devido a uma cicatriz que tem no rosto, precisou de apenas 56 minutos somados nos três jogos de que participou para cativar os franceses.
Após as atuações surpreendentes, 69% dos franceses achavam que Ribery deveria estar entre os 11. A imprensa chegou a celebrá-lo como o novo Zidane. "Franck é um bom jogador que deve se tornar ainda melhor mas não tem nada a ver com Zizou. Nem têm o mesmo estilo de jogo. Aliás, podem muito bem jogar juntos", sugeriu o lateral-direito Sagnol.
Diante do apelo popular, Domenech concedeu a Ribery o direito de começar jogando a partida de estréia contra a Suíça. E, como havia sugerido Sagnol, escalou-o ao lado de Zidane e Wiltord na ligação entre o meio e o ataque.
A parceria com o pupilo agradou Zidane. "Ele não está com medo de nada. Ele é um jogador realmente muito bom. Tenho certeza de que se tornará alguém muito importante para o futebol", previu o camisa 10, que acredita que a renovação faz bem à sua seleção. "Todos nós estamos preparados para fazer algo importante. Isto significa mais um começo para os novos jogadores do que o final de Zidane, Thuram e outros veteranos. Realmente, espero que seja o começo de algo que dure muito tempo", concluiu.


NA TV - França x Suíça Globo, Sportv, Bandsports, ESPN Brasil e Directv, ao vivo, às 13h


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