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Zidane e pupilo lideram "Bleus"
Craque e Ribery, que representam duas gerações diferentes, irão compor meio-campo ante a Suíça
Com apenas uma derrota no currículo, técnico francês promove o equilíbrio entre duas gerações: os campeões de 98 e os novos jogadores
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
CRISTINA UCHÔA
DA FOLHA ONLINE
Hoje, às 13h (horário de Brasília), o mundo voltará seus
olhos para um dos maiores jogadores do futebol mundial.
Com a aposentadoria já anunciada para depois da Copa do
Mundo, Zinedine Zidane, 33,
estréia na competição disposto
a dar adeus em grande estilo.
Ao observar o meia, uma pergunta pode pairar no ar: será
este o Zidane campeão mundial
de 1998 ou o Zidane que protagonizou o fracasso de 2002?
Os franceses esperam, é claro, que seu craque faça uma
despedida de gala e leve a sua
seleção aos melhores resultados na Alemanha, tal qual o capitão francês fez no Mundial de
1998, quando conduziu sua seleção ao primeiro título mundial. Por outro lado, a dependência em relação a Zidane se
tornou um pesadelo na Copa de
2002. Com o craque avariado
por lesões, os franceses nem
passaram da primeira fase.
Há dois anos no comando, o
técnico Raymond Domenech
faz um trabalho para amenizar
a "Zidanedependência" dos
"Bleus". Durante as eliminatórias européias, convocou diversos jogadores que não tinham
nem o histórico da glória de 98,
nem o do fracasso de 2002. Sob
seu comando, estrearam Abidal, Givet, Malouda e os recém-convocados Ribery e Chimbonda. Outros seis jogadores, somente conseguiram se firmar
na equipe devido à confiança
depositada pelo técnico.
Com resultados pouco expressivos nas eliminatórias,
Domenech voltou a recorrer
aos veteranos, que estavam
afastados da seleção. A seu pedido, Zidane, Thuram e Makelele foram reintegrados.
A partir daí, iniciou-se o trabalho de mesclar as duas gerações de modo que fossem obtidos bons resultados. E eles vieram. Nos 21 jogos que dirigiu,
Domenech conquistou 11 vitórias, dez empates e apenas uma
derrota -contra a Eslováquia
por 2 a 1, em março deste ano.
Apesar disso, o técnico ainda
desperta desconfiança na torcida e na imprensa francesa. Em
pesquisa realizada pelo jornal
L'Equipe, constatou-se que só
15% dos franceses acreditam
no bicampeonato mundial.
Mesmo com a opinião pública contra, Domenech deixou de
fora da lista de convocados os
veteranos Giully e Anelka e resolveu apostar no jovem Frank
Ribery, 23, que nunca havia sido chamado antes.
Nos três amistosos de preparação da França para a Copa, o
técnico colocou o meia em
campo com a bola rolando e fez
valer sua aposta. Ribery, conhecido pelo apelido de Scarface devido a uma cicatriz que
tem no rosto, precisou de apenas 56 minutos somados nos
três jogos de que participou para cativar os franceses.
Após as atuações surpreendentes, 69% dos franceses
achavam que Ribery deveria estar entre os 11. A imprensa chegou a celebrá-lo como o novo
Zidane. "Franck é um bom jogador que deve se tornar ainda
melhor mas não tem nada a ver
com Zizou. Nem têm o mesmo
estilo de jogo. Aliás, podem
muito bem jogar juntos", sugeriu o lateral-direito Sagnol.
Diante do apelo popular, Domenech concedeu a Ribery o
direito de começar jogando a
partida de estréia contra a Suíça. E, como havia sugerido Sagnol, escalou-o ao lado de Zidane e Wiltord na ligação entre o
meio e o ataque.
A parceria com o pupilo agradou Zidane. "Ele não está com
medo de nada. Ele é um jogador
realmente muito bom. Tenho
certeza de que se tornará alguém muito importante para o
futebol", previu o camisa 10,
que acredita que a renovação
faz bem à sua seleção. "Todos
nós estamos preparados para
fazer algo importante. Isto significa mais um começo para os
novos jogadores do que o final
de Zidane, Thuram e outros veteranos. Realmente, espero que
seja o começo de algo que dure
muito tempo", concluiu.
NA TV - França x Suíça
Globo, Sportv, Bandsports, ESPN
Brasil e Directv, ao vivo, às 13h
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