São Paulo, terça-feira, 13 de julho de 2004

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Crise aérea pode atrapalhar Brasil

DO ENVIADO A AREQUIPA

O maior perigo na Copa América vem do alto. As aeronaves da companhia peruana AeroContinente, responsável pelo transporte de algumas equipes e de funcionários do Comitê de Organização Local e da Traffic, não saíram do chão ontem. O imbróglio ameaça a ida do Brasil a Tacna caso o time fique em primeiro no Grupo C.
Desde o meio-dia de ontem, a empresa está proibida de levantar vôo. O problema resultou em intervenção do governo peruano. Há seis meses, o Chile proibiu a operação dos vôos da AeroContinente em seu território. Diretores da companhia foram acusados de ligação com organizações do narcotráfico colombiano.
A confusão chegou ao conhecimento do presidente norte-americano, George W. Bush, que pediu às seguradoras do país que não renovassem contrato com a AeroContinente. Desde sábado, a empresa peruana não tem uma companhia de seguros.
O órgão local equivalente ao DAC brasileiro proibiu então a operação dos vôos da AeroContinente, a mais antiga companhia de aviação do país. A outra grande companhia do Peru, a Lan Peru, também enfrenta problemas.
Um juiz de Arequipa suspendeu os vôos da empresa na véspera do início da competição. O governo peruano intercedeu e deu licença para a Lan Peru sair do solo.
A informação preocupa o estafe da CBF que cuida da logística. Adyr Malagueta, funcionário da Planeta Brasil, operadora da confederação, disse que o vôo que seria fretado para Tacna era da AeroContinente. "Se não tiver jeito, vamos de ônibus mesmo. Serão longas cinco horas", disse.
Não é só o tempo da viagem que inquieta Américo Faria, supervisor da seleção. O trajeto até Tacna, de cerca de 300 km, é considerado perigoso. Segundo informações recebidas pela CBF, as estradas passam pela cordilheira dos Andes e não estão em boas condições. Uma viagem por terra é arriscada por questão de segurança.
O transporte até a próxima sede da seleção preocupa a comissão técnica desde a chegada ao Peru. Inicialmente, o comitê local havia reservado avião com capacidade para 30 passageiros. A delegação brasileira tem 45 integrantes. Pela programação, o Brasil deixaria Arequipa na quinta-feira, um dia após o jogo com o Paraguai. Mas informações colhidas pela comissão técnica mudaram os planos.
"A infra-estrutura das outras cidades não é tão boa quanto a daqui. Nosso hotel é bom, o campo de treinamento oferece boas condições. Temos que aproveitar ao máximo", disse o técnico Carlos Alberto Parreira. Pelo novo plano, o Brasil deixa Arequipa na sexta-feira (se ficar em segundo e jogar em Piura) ou no sábado (se terminar em primeiro). (FM)


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