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Crise aérea pode atrapalhar Brasil
DO ENVIADO A AREQUIPA
O maior perigo na Copa América vem do alto. As aeronaves da
companhia peruana AeroContinente, responsável pelo transporte de algumas equipes e de funcionários do Comitê de Organização
Local e da Traffic, não saíram do
chão ontem. O imbróglio ameaça
a ida do Brasil a Tacna caso o time
fique em primeiro no Grupo C.
Desde o meio-dia de ontem, a
empresa está proibida de levantar
vôo. O problema resultou em intervenção do governo peruano.
Há seis meses, o Chile proibiu a
operação dos vôos da AeroContinente em seu território. Diretores
da companhia foram acusados de
ligação com organizações do narcotráfico colombiano.
A confusão chegou ao conhecimento do presidente norte-americano, George W. Bush, que pediu às seguradoras do país que
não renovassem contrato com a
AeroContinente. Desde sábado, a
empresa peruana não tem uma
companhia de seguros.
O órgão local equivalente ao
DAC brasileiro proibiu então a
operação dos vôos da AeroContinente, a mais antiga companhia
de aviação do país. A outra grande
companhia do Peru, a Lan Peru,
também enfrenta problemas.
Um juiz de Arequipa suspendeu
os vôos da empresa na véspera do
início da competição. O governo
peruano intercedeu e deu licença
para a Lan Peru sair do solo.
A informação preocupa o estafe
da CBF que cuida da logística.
Adyr Malagueta, funcionário da
Planeta Brasil, operadora da confederação, disse que o vôo que seria fretado para Tacna era da AeroContinente. "Se não tiver jeito,
vamos de ônibus mesmo. Serão
longas cinco horas", disse.
Não é só o tempo da viagem que
inquieta Américo Faria, supervisor da seleção. O trajeto até Tacna,
de cerca de 300 km, é considerado
perigoso. Segundo informações
recebidas pela CBF, as estradas
passam pela cordilheira dos Andes e não estão em boas condições. Uma viagem por terra é arriscada por questão de segurança.
O transporte até a próxima sede
da seleção preocupa a comissão
técnica desde a chegada ao Peru.
Inicialmente, o comitê local havia
reservado avião com capacidade
para 30 passageiros. A delegação
brasileira tem 45 integrantes. Pela
programação, o Brasil deixaria
Arequipa na quinta-feira, um dia
após o jogo com o Paraguai. Mas
informações colhidas pela comissão técnica mudaram os planos.
"A infra-estrutura das outras cidades não é tão boa quanto a daqui. Nosso hotel é bom, o campo
de treinamento oferece boas condições. Temos que aproveitar ao
máximo", disse o técnico Carlos
Alberto Parreira. Pelo novo plano,
o Brasil deixa Arequipa na sexta-feira (se ficar em segundo e jogar
em Piura) ou no sábado (se terminar em primeiro).
(FM)
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