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Abertura terá Pelé e é comparada ao Titanic
Diretor diz que se sente "guiando o navio" e que, após 16 meses, não conhece tudo
Organização do evento tentou manter segredo, mas o ex-jogador irá acender a pira olímpica, ponto alto
da cerimônia no Maracanã
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A 15ª edição dos Jogos Pan-Americanos será aberta oficialmente hoje em megaevento
que terá Pelé como uma das
atrações principais. E que, por
sua grandiosidade, foi batizado
de Titanic. O ex-jogador irá
acender a pira olímpica, ponto
alto da cerimônia, ao som de temas relacionados a futebol.
Era um dos mistérios guardados pela organização. No ensaio geral de anteontem, uma
voluntária assumiu seu papel.
A apresentação para convidados escondeu atrações, mas
também exibiu problemas que
podem ser enfrentados hoje no
show que começa às 17h.
As alegorias enormes e as 10
mil pessoas envolvidas exigirão
muito cuidado para evitar atropelos como o do jacaré, abre-alas que emperrou na saída do
estádio durante o ensaio.
""A estrutura é gigantesca.
Trabalho há 16 meses no projeto e não consigo conhecer todos. Costumo dizer que esta
produção é como guiar o Titanic, no bom sentido da palavra", diz Luiz Stein, diretor da
festa, referindo-se ao famoso
navio que afundou em 1912
após bater em um iceberg.
"Tudo é muito grande. Para
fazer qualquer movimento, temos que contar com o aval e o
entrosamento de dezenas de
pessoas. Já importamos shows
enormes, mas nunca se produziu um evento deste tamanho
no país", completa o cenógrafo,
que divide a direção com a carnavalesca Rosa Magalhães.
Para o diretor, a abertura do
Pan servirá como principal
trunfo de dirigentes e políticos
nacionais para conseguir realizar a Olimpíada de 2016.
O espetáculo é preparado há
mais de um ano e tem produção
de Scott Givens, vice-presidente de entretenimento da Disney. O show, que terá o título
"Viva Essa Energia", vai abordar várias facetas da cultura
brasileira e terá 4.500 bailarinos voluntários.
Os músicos Arnaldo Antunes
e Liminha foram os autores da
música-tema do evento, um
"samba exaltação", criticado
pelos sambistas cariocas.
Principal financiador do Pan,
o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva assistirá à cerimônia.
Se o público que for ao Maracanã repetir a ação da torcida presente no ensaio, ele pode ouvir
vaias da arquibancada.
"Isso não atrapalhará a festa.
Sempre é difícil um político ser
aplaudido no Maracanã. Há
uma desconfiança justa da população. No momento, qualquer político brasileiro merece
ser vaiado", declara Stein.
O governo federal gastou cerca de R$ 1,8 bilhão no Pan. O
custo total dos Jogos é de R$ 3,7
bilhões. Os dirigentes apostam
na festa como uma chance de
impressionar o presidente do
Comitê Olímpico Internacional, o belga Jacques Rogge, e
outros membros da entidade
que verão o espetáculo.
"O Pan servirá mesmo para
mostrar que temos condições
de receber a Olimpíada", diz
Carlos Arthur Nuzman, presidente do Co-Rio, o comitê organizador dos Jogos.
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