São Paulo, domingo, 13 de julho de 2008

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São Paulo e Palmeiras se esvaziam nas bases

Dos 22 prováveis titulares, só Rogério, Hernanes e Marcos saíram dos juniores

Enquanto Muricy lança mas não vê geração vingar, Luxemburgo afirma que urgências do time principal o impedem de avaliar jovens


DA REPORTAGEM LOCAL

Quando entrarem em campo hoje, São Paulo e Palmeiras estarão unidos por uma mesma realidade: no momento atual, são equipes bem mais contratantes do que reveladoras (e mantenedoras) de talentos.
No São Paulo, que ostenta no CT de Cotia uma estrutura de categoria de base de primeira linha -verdadeiro orgulho de seu presidente, Juvenal Juvêncio-, só o goleiro Rogério e o volante Hernanes são produtos de sua base vistos com regularidade na equipe tricolor.
No banco, o zagueiro Aislan, destaque da Copa São Paulo de Juniores, está relacionado. Mas sabe que seu espaço deve acabar em agosto, quando o time poderá estrear o recém-contratado Rodrigo, ex-Flamengo, e o futuro reforço Anderson, cujo empréstimo é negociado pelo clube do Morumbi com o Lyon.
Do lado do Palmeiras, o seu único "filho" que estará em campo hoje é o goleiro Marcos, 34, no clube desde 1992.
Titular da zaga, David, 21, faria companhia ao arqueiro se não estivesse tratando de uma contusão no joelho direito.
No banco, o goleiro Bruno, que ainda não estreou no profissional, é nome certo. Outra cria do Parque Antarctica que pode aparecer é o zagueiro Maurício, 19, que chegou a atuar como titular em algumas partidas do Paulista.
Tanto Muricy Ramalho quanto Vanderlei Luxemburgo são técnicos que gostam de acompanhar de perto as categorias de base. O são-paulino freqüentemente convida juniores para treinar com os mais experientes, enquanto o palmeirense faz questão de coordenar todas as categorias.
Luxemburgo justifica o pouco uso de sua base com a necessidade de organizar antes a estrutura do futebol profissional, que ele reassumiu no começo do ano. Assim, segundo ele, restou pouco tempo para conhecer as revelações da casa.
"Só puxei alguns jogadores para treinar com o time principal, dei algumas orientações, mas ainda não comecei o trabalho", afirma o treinador, que, em seu período no Santos, orientava até os procuradores com quem os meninos da Vila Belmiro deveriam assinar.
Já Muricy chega até a ir para a defensiva quando é lembrado que o São Paulo está trazendo três jogadores para atuar a partir de agosto (o terceiro é o atacante André Lima) sem que a base demonstre algum poder para reforçar o elenco.
"Eu sei aonde você quer chegar. Mas é preciso que se lembre que eu lancei cerca de 15 atletas aqui", responde o treinador, enumerando Rafael, Sergio Mota, Jackson, Wellington, Aislan, Alex Kazumba e outros que não estão mais no clube, como o zagueiro Breno, titular vendido em 2007 ao Bayern de Munique.
De fato, Muricy tem insistido bastante com a atual nova geração são-paulina. Mas não se satisfez inteiramente com o material à disposição. Tem especial predileção pelo meio-campo Jean, mas acredita ser precipitado efetivá-lo agora. "Não podemos queimar esses jogadores", declara.
Nos bastidores do São Paulo, o treinador sofre alguma pressão de parte da diretoria, que quer ver novos jogadores sendo revelados para o mercado. Por ora, somente o volante Hernanes, que realizou sua estréia no São Paulo em 2005, desperta cobiça, sendo pretendido pelo Barcelona.0 (MÁRVIO DOS ANJOS E RENAN CACIOLI)


NA TV - São Paulo x Palmeiras
Band (menos Rio) e Globo (para SP), ao vivo, às 16h



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