São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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Em alta, Sul cruza caminho do Sudeste

Favorito na Libertadores, Inter é símbolo da ascensão da região, que supera maior eixo nos Brasileiros das Séries A e B

Com receita que privilegia atletas acostumados com "pegada" característica, sulistas podem assumir a liderança da elite hoje


RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na Libertadores, o Internacional só precisa de um empate para sagrar-se campeão, diante do São Paulo. No Brasileiro da Série A, o Paraná pode chegar à liderança nesta rodada se bater o Santos, desbancando os são-paulinos. Na Série B, o Avaí ocupa a ponta, isolado.
Com quase metade do Nacional disputado, os times sulistas ameaçam abalar os planos do Sudeste no futebol nacional.
Hoje, o Paraná, vice-líder do Brasileiro da Série A, enfrenta o Santos, terceiro. Se vencerem, os paranaenses podem virar líderes em caso de um tropeço são-paulino diante do Goiás.
Após quatro os quatro jogos de ontem que abriram a 16ª rodada, o Sul tinha o melhor rendimento por região da Série A. Seus seis times conseguiram 58,8% dos pontos na competição. Cinco deles estão entre os dez melhores, e nenhum figura na zona de descenso.
No Sudeste, os 11 times obtiveram aproveitamento de 46,4 %. Centro-Oeste (42,2%) e Nordeste (32,3%) vêm atrás.
Na Série B, a vantagem é mais larga. Com o primeiro e o segundo colocados, Avaí e Coritiba, os sulistas ganharam 61,4% dos pontos, contra meros 43,1% do Sudeste.
Em comum nas duas divisões, a fórmula vitoriosa dos times do Sul: privilegiar jogadores com experiência no futebol da região, de mais "pegada".
"Espalhamos olheiros por todo o Sul e procuramos jogador no interior de São Paulo. São nesses lugares que buscamos as contratações para juntar com a base", conta o presidente do Paraná, José Carlos Miranda.
No caso paranista, há sete atletas do time titular oriundos do interior paulista. A maioria chegou em parceria com a empresa L. A. Sports, que investe no time. Mas, no elenco, são 17 da divisão de base.
Na outras equipes sulistas, os jogadores acostumados com a região são maioria no time titular. Nas escalações na última rodada, dos oito times do Sul nas Séries A e B, 55 dos 88 atletas (62,5%) já tinham passado pela região antes de chegarem às equipes ou saíram da base.
"Atletas do Sul e do Sudeste são a maioria. Minha zaga, por exemplo, é do Rio Grande do Sul", diz o presidente do Figueirense, Norton Boepre, sobre Thiago Prado e Chicão.
Em seu time, sétimo no Brasileiro até o início da rodada, 10 dos 11 titulares rodaram por outros sulistas. Christian, do Juventude, é outro exemplo: esteve no Grêmio e no Inter.
"Os jogadores que já atuaram no Sul, e também os do interior de São Paulo, já sabem como é a pegada", confirma o presidente do Avaí, João Zunino. "E há uma relação civilizada entre os clubes, com trocas constantes."
Após o Estadual, os times do interior viram fontes de talento para as equipes no Brasileiro. Outra tática comum é adquirir renda com o quadro de sócios. E todos, claro, querem receitas de negociações de atletas.
São pontos em comum com o Internacional, o mais bem-sucedido sulista. Porém, com mais dinheiro, a equipe expandiu seus horizontes além do Sul. Do seu time titular, sete atletas contratados não tinham experiência prévia na região.
"Nossa aposta é manter o técnico e uma base do elenco", conta Fernando Carvalho, cujo time, 26 pontos no Brasileiro, enfrenta o Fortaleza no Ceará.


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