|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em alta, Sul cruza caminho do Sudeste
Favorito na Libertadores, Inter é símbolo da ascensão da região, que supera maior eixo nos Brasileiros das Séries A e B
Com receita que privilegia atletas acostumados com "pegada" característica, sulistas podem assumir a liderança da elite hoje
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na Libertadores, o Internacional só precisa de um empate
para sagrar-se campeão, diante
do São Paulo. No Brasileiro da
Série A, o Paraná pode chegar à
liderança nesta rodada se bater
o Santos, desbancando os são-paulinos. Na Série B, o Avaí
ocupa a ponta, isolado.
Com quase metade do Nacional disputado, os times sulistas
ameaçam abalar os planos do
Sudeste no futebol nacional.
Hoje, o Paraná, vice-líder do
Brasileiro da Série A, enfrenta o
Santos, terceiro. Se vencerem,
os paranaenses podem virar líderes em caso de um tropeço
são-paulino diante do Goiás.
Após quatro os quatro jogos
de ontem que abriram a 16ª rodada, o Sul tinha o melhor rendimento por região da Série A.
Seus seis times conseguiram
58,8% dos pontos na competição. Cinco deles estão entre os
dez melhores, e nenhum figura
na zona de descenso.
No Sudeste, os 11 times obtiveram aproveitamento de 46,4
%. Centro-Oeste (42,2%) e
Nordeste (32,3%) vêm atrás.
Na Série B, a vantagem é mais
larga. Com o primeiro e o segundo colocados, Avaí e Coritiba, os sulistas ganharam 61,4%
dos pontos, contra meros
43,1% do Sudeste.
Em comum nas duas divisões, a fórmula vitoriosa dos times do Sul: privilegiar jogadores com experiência no futebol
da região, de mais "pegada".
"Espalhamos olheiros por todo o Sul e procuramos jogador
no interior de São Paulo. São
nesses lugares que buscamos as
contratações para juntar com a
base", conta o presidente do
Paraná, José Carlos Miranda.
No caso paranista, há sete
atletas do time titular oriundos
do interior paulista. A maioria
chegou em parceria com a empresa L. A. Sports, que investe
no time. Mas, no elenco, são 17
da divisão de base.
Na outras equipes sulistas, os
jogadores acostumados com a
região são maioria no time titular. Nas escalações na última
rodada, dos oito times do Sul
nas Séries A e B, 55 dos 88 atletas (62,5%) já tinham passado
pela região antes de chegarem
às equipes ou saíram da base.
"Atletas do Sul e do Sudeste
são a maioria. Minha zaga, por
exemplo, é do Rio Grande do
Sul", diz o presidente do Figueirense, Norton Boepre, sobre Thiago Prado e Chicão.
Em seu time, sétimo no Brasileiro até o início da rodada, 10
dos 11 titulares rodaram por
outros sulistas. Christian, do
Juventude, é outro exemplo:
esteve no Grêmio e no Inter.
"Os jogadores que já atuaram
no Sul, e também os do interior
de São Paulo, já sabem como é a
pegada", confirma o presidente
do Avaí, João Zunino. "E há
uma relação civilizada entre os
clubes, com trocas constantes."
Após o Estadual, os times do
interior viram fontes de talento
para as equipes no Brasileiro.
Outra tática comum é adquirir
renda com o quadro de sócios.
E todos, claro, querem receitas
de negociações de atletas.
São pontos em comum com o
Internacional, o mais bem-sucedido sulista. Porém, com
mais dinheiro, a equipe expandiu seus horizontes além do
Sul. Do seu time titular, sete
atletas contratados não tinham
experiência prévia na região.
"Nossa aposta é manter o
técnico e uma base do elenco",
conta Fernando Carvalho, cujo
time, 26 pontos no Brasileiro,
enfrenta o Fortaleza no Ceará.
Texto Anterior: Atletismo: Francesa é flagrada em antidoping Próximo Texto: "Europeus' são alvos de clubes do Sul Índice
|