DA REPORTAGEM LOCAL

O brasileiro Kelson Pinto, 27, perdeu na madrugada de ontem, por nocaute técnico em seis assaltos, a disputa do título vago dos meio-médios-ligeiros (até 65,2 kg) da Organização Mundial de Boxe. O rival foi o porto-riquenho Miguel Cotto, 23, que contou com a vantagem de lutar em casa -o combate aconteceu em San Juan.
Kelson era o primeiro do ranking, e Cotto, o segundo. O título ficara vago após o americano Zab Judah decidir subir de peso.
Kelson, que representou o país na Olimpíada de Sydney-2000, ficou conhecido por auxiliar o ex-campeão dos superpenas e leves Popó nos treinos de sparring.
No combate de ontem, o brasileiro, que havia superado Cotto por duas vezes no amadorismo -a programação foi chamada de ""Noite da Vingança"-, sofreu quedas no segundo, quinto e sexto assaltos. O árbitro Robert Ramirez interrompeu a luta quando o time de Kelson invadiu o ringue.
""Não estava buscando o nocaute. Quando o pressionei, aconteceu [o nocaute]. Pinto é um grande lutador, mas nesta noite venceu quem teve mais vontade, eu", festejou Cotto, cujo cartel registra agora 21 vitórias e 17 nocautes.
Cotto é a grande aposta do promotor norte-americano de lutas Bob Arum. O porto-riquenho é apontado pelos especialistas como um dos dois melhores amadores a ter competido em Sydney-2000. O outro é o peso-médio norte-americano Jermain Taylor.
Kelson vinha sendo promovido pela Golden Boy Promotions, do campeão Oscar de la Hoya, cuja carreira é dirigida por Arum. Foi a segunda vez que De la Hoya e Arum ""duelaram" como promotores neste ano. Marco Antonio Barrera, contratado de De la Hoya, bateu Paulie Ayala, de Arum.
O contrato do brasileiro com a Golden Boy Promotions não era de longa duração, segundo informou Reynaldo Solorzano, da GBP. Luiz Carlos Dórea, treinador de Kelson, disse que renegociaria o acerto com De la Hoya depois do combate com Cotto.
Foi a primeira derrota profissional de Kelson, que passou a ter 20 vitórias e uma derrota.

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