São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 2006

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Na Austrália, roupa afeta até política

DA REPORTAGEM LOCAL

O uso obrigatório de roupas cada vez mais curtas na prática esportiva gerou tantos protestos na Austrália que o tema virou questão de Estado.
Potência olímpica -terminou os Jogos de Atenas-2004 em quarto lugar-, o país criou uma comissão no Senado para investigar os códigos de vestimenta que clubes, escolas e organizações esportivas criaram para as mulheres.
A conclusão é impressionante. De acordo com o senador Andrew Barlett, pesquisas do grupo mostraram que muitas garotas evitam praticar esportes por se sentirem constrangidas ao utilizarem modelos que valorizam as formas do corpo, como os biquínis do vôlei de praia.
"Nós acreditamos que a vontade dos atletas deve se sobrepor à dos marqueiteiros. Os uniformes devem ser práticos, seguros e confortáveis. Nunca apelativos", disse Barlett.
A comissão informou também que peças largas demais, semelhantes aos modelos usados por homens, como os uniformes de futebol e críquete, não ajudam mulheres, especialmente as adolescentes, a se aproximar da prática de atividades esportivas.
"Precisamos buscar um meio-termo, um regulamento que faça as competidoras se sentirem confortáveis e bem arrumadas", afirmou o senador.
A procura por roupas alternativas, que fujam aos regulamentos das federações internacionais, é encampada também por organizações não-governamentais. Uma das mais atuantes, a "Women's Sports Foundation", entidade que congrega advogados dispostos a defender esportistas, classifica a imposição de uniformes como discriminação.
A organização prega que os atletas deveriam ter o direito de escolher o que vestir de acordo com questões médicas (evitar lesões, por exemplo), psicológicas e, sobretudo, de conforto.0 (GR E ML)


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