|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasil só espanta zebra a quatro segundos do fim
Seleção joga mal contra a Argentina e é salva de vexame no Mundial por Helen
Competição não atrai bom público, e estréia do time
da casa é acompanhada
por apenas mil pessoas
no ginásio do Ibirapuera
ADALBERTO LEISTER FILHO
EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil precisou da penúltima bola do jogo para vencer a Argentina em sua estréia no Mundial feminino. Helen acertou a cesta em sua segunda tentativa, a quatro segundos do final, contou com erro rival na seqüência, e a seleção fez 71 a 69 no ginásio do Ibirapuera.
"O sufoco da estréia teve um lado positivo. Não fazemos dois jogos ruins assim", afirmou Janeth, estrela da seleção.
A estréia não parecia complicada. A Argentina é uma histórica freguesa do Brasil no feminino. Há 50 anos o time não vence as brasileiras em torneios oficiais. Das argentinas que entraram em quadra, só quatro vivem do basquete: Natalia Rios, Alejandra Chesta, Carolina Sánchez e Gisela Vega. Todas jogam na Europa.
Por todas essas razões, era o adversário ideal para a estréia.
Para o início do jogo, o técnico Antonio Carlos Barbosa surpreendeu ao escalar a pivô Êga, que até o último momento disputou com Mamá um lugar entre as 12 que participariam do Mundial. O Brasil imprimiu seu ritmo no começo e se distanciou no marcador graças às boas penetrações de Iziane -marcou 9 pontos no primeiro tempo- e ao nervosismo argentino, que teve desempenho ruim nos tiros de três, com só 16,7% de aproveitamento.
No segundo quarto, Barbosa trocou todo o time, e o Brasil começou a decair. A Argentina venceu o período por 17 a 13, aproximando-se no placar (40 a 32). No último período, o Brasil ficou próximo de um vexame histórico. Natalia Rios empatou em 56 a 56.
A partir daí, ninguém se distanciou mais no marcador.
Mesmo mais efetivo nos rebotes (47 a 31), o time brasileiro errava muitos tiros -sucesso de 38,3%. Nos lances livres, o desnível era ainda maior. O Brasil errou 15 de 32 tentativas. A Argentina, só 4 de 20.
A torcida quase não funcionou como fator de pressão. Ontem, mesmo com a Secretaria de Estado da Juventude tendo distribuído 2.000 ingressos para estudantes, só havia cerca de mil pessoas nas arquibancadas. Cabem 11 mil no Ibirapuera.
"O horário não ajudou", reconheceu Helen, referindo-se ao jogo, que começou às 15h15 por causa de acordo com a Globo.
Algumas atletas e o técnico Barbosa endossaram a reclamação. A armadora saiu de quadra como a heroína, mas quase pôs tudo a perder. "Ouvi do banco para chutar logo, que o tempo estava acabando. Nem percebi o contra-ataque delas. Sorte que a Argentina errou", reconheceu Helen.
BRASIL: Helen (8 pontos), Iziane (12), Janeth (16), Êga (5), Alessandra (13); Adrianinha (10), Karen (0), Micaela (1), Sílvia (2), Cíntia Tuiú (2), Kelly (2); ARGENTINA: Lineira (0), Paoletta (11), Pavón (0), Vega (17), Sánchez (4); Rios (17), Nicolini (0), Soberon (12), Chesta (5), Gatti (0), Fernandez (3), Landra (0)
Texto Anterior: Zidane parou melhor, ataca Alonso Próximo Texto: Equipe francesa protagoniza a 1ª surpresa Índice
|