São Paulo, quinta-feira, 13 de setembro de 2007

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Seleção vence amistoso quente

Diante de 67 mil torcedores, Brasil vê Elano levar vermelho por falta violenta e Dunga ser expulso

Brian Snyder/Reuters
Kaká, ao seu estilo, comemora gol, o segundo da seleção de Dunga na vitória no amistoso nos EUA


México 1
Brasil 3

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BOSTON

Foram quase dois anos jogando na Europa, no Oriente Médio ou na Venezuela, sem sentir o calor da torcida. Mas ontem, em Boston, diante de mais de 67 mil torcedores (quase todos brasileiros), tudo foi bem diferente para a seleção.
As arquibancadas lotadas do Gillette Stadium conduziram o time nacional ao seu jogo mais quente dos últimos anos nos 3 a 1 sobre o México, que reverteu uma série de resultados ruins -o rival havia vencido quatro dos últimos sete confrontos entre as duas equipes.
O triunfo foi de virada, com o Brasil pecando na disciplina. Elano foi expulso por jogada desleal, os astros Kaká e Ronaldinho receberam cartão amarelo (Kléber também) por faltas duras e, quase já no final, Dunga foi expulso pelo juiz americano Baldomero Toledo.
Os números também comprovam o clima de disputa em campo. O Brasil cometeu 21 faltas, sete a mais do que o rival.
Foi a primeira vez que o treinador recebeu tal punição no comando da seleção. Isso dias depois de dizer que agora precisou mudar a sua postura em relação aos tempos de jogador.
Os gols, principalmente o terceiro, foram comemorados de forma efusiva. O time ainda agradeceu aos torcedores, que pagavam cerca de R$ 15 por uma cerveja pequena e enfrentaram filas monstruosas para estacionar e comprar comida nas lanchonetes do estádio.
Dentro de campo, apesar da proximidade da estréia nas eliminatórias, contra a Colômbia, no mês que vem, Dunga resolveu mudar bastante seu time em relação à equipe que venceu os EUA no último domingo.
Na defesa, só Lúcio foi mantido. Na frente, Vágner Love entrou na vaga de Afonso -mais uma vez decepcionou. Dunga, então, pareceu ter se cansado da debilidade de seus camisas 9 e deixou o time sem centroavante ao tirar Love e botar o meia Elano. Mas mudou de idéia e viu sua aposta mais questionada, o atacante Afonso, fechar o placar em um chute forte cruzado e comemorar de forma emocionada, sendo cumprimentado por quase todo o time, incluindo reservas.
O Brasil dominou quase todo o primeiro tempo, mas foi castigado no final, aos 42min, com o gol de Cacho, feito após rápida troca de passes mexicanos.
Só que Kléber, depois de cobrança de escanteio executada por Ronaldinho, empatou aos 45min, quebrando um tabu de mais de 200 minutos do Brasil sem balançar as redes contra a seleção mexicana.
O segundo tempo novamente teve o Brasil melhor, mas o goleiro Ochoa garantia o empate. Só que ele não pôde fazer nada aos 34min, quando Kaká surgiu para desempatar.
A quebra da sina contra o México ganhou ares dramáticos após expulsão de Elano, por falta desleal. Mas o gol de Afonso, no fim, selou os 3 a 1.
A estréia nas eliminatórias acontece no dia 14 de outubro, em Bogotá. Três dias depois, Dunga enfim põe seu time para jogar no Brasil, contra o Equador, no estádio do Maracanã.


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