|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lobby decide Jogos-2016, diz consultor
Especialista em disputa olímpica conta que, aprovado tecnicamente, Rio precisa de comunicação e marketing para vencer
Hugh Taylor, de empresa
que presta serviços ao COI,
diz que candidatura carioca
se diferencia porque América
do Sul nunca recebeu evento
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
As duas candidaturas anteriores do Rio de Janeiro à Olimpíada, em 2004 e 2012, fracassaram na prova técnica. Não é
mais um problema para a postulação carioca para 2016. Agora, o lobby se tornou o principal
desafio da cidade brasileira no
final da disputa pelos Jogos.
É o que explicou o especialista olímpico Hugh Taylor, um
dos diretores da australiana MI
Associates, empresa que atuou
na campanha olímpica Rio-
-2012. Sua companhia ainda
tem o COI (Comitê Olímpico
Internacional) como cliente,
trabalhando nas organizações
dos Jogos de 2008 e 2012.
"A avaliação do COI foi resultado das visitas de sua comissão
que apontou aos seus membros
as fraquezas e as forças de cada
cidade. Agora, as cidades têm
que mostrar sua capacidade da
melhor forma possível. Então,
é só lobby e marketing a partir
de agora", explicou Taylor, sobre a fase da corrida olímpica
após o relatório de avaliação do
comitê divulgado neste mês.
Nesse documento, o Rio de
Janeiro, que estava na lanterna
na primeira avaliação, cresceu
e se igualou às concorrentes
(Chicago, Madri e Tóquio).
A cidade brasileira teve seu
dossiê classificado como de
"muita alta qualidade". Ou seja,
passou na prova técnica. Levou
vantagem em alguns pontos,
como popularidade, e desvantagem em outros, caso da infraestrutura. Taylor minimiza
as diferenças nos relatórios.
Questionado se o dossiê tem
mais peso no fracasso do que no
sucesso de uma candidatura,
foi taxativo. "Sem dúvida."
Até porque ele entende ser
difícil classificar uma das quatro postulantes como favorita
na disputa por 2016.
Ao explicar o estágio atual da
corrida olímpica, Taylor ressaltou que houve uma transição
após o relatório, com os chefes
da candidatura assumindo a liderança da campanha.
"Houve muita consultoria no
processo técnico e na estratégia
de comunicação. Mas agora são
as pessoas da cidade que estão
lá fora, fazendo o marketing e
se comunicando", contou ele.
Conhecedor do COI, Taylor
disse ser difícil prever a orientação dos votos dos cerca de
cem membros do comitê com
direito a votar em 2 de outubro.
"Na minha opinião pessoal,
há a tendência de que países
com culturas similares se
apoiem. Fazemos isso durante
a vida em outros setores", analisou o consultor. "Mas nem
sempre isso acontece."
Para ele, o ponto forte da
candidatura carioca é o fato de
a Olimpíada nunca ter sido realizada na América do Sul. "Mas,
se isso vai fazer diferença no final do dia, eu não sei."
Texto Anterior: Copa Davis: Brasil treina em Porto Alegre Próximo Texto: Frase Índice
|