São Paulo, domingo, 13 de setembro de 2009

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Lobby decide Jogos-2016, diz consultor

Especialista em disputa olímpica conta que, aprovado tecnicamente, Rio precisa de comunicação e marketing para vencer

Hugh Taylor, de empresa que presta serviços ao COI, diz que candidatura carioca se diferencia porque América do Sul nunca recebeu evento

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

As duas candidaturas anteriores do Rio de Janeiro à Olimpíada, em 2004 e 2012, fracassaram na prova técnica. Não é mais um problema para a postulação carioca para 2016. Agora, o lobby se tornou o principal desafio da cidade brasileira no final da disputa pelos Jogos.
É o que explicou o especialista olímpico Hugh Taylor, um dos diretores da australiana MI Associates, empresa que atuou na campanha olímpica Rio- -2012. Sua companhia ainda tem o COI (Comitê Olímpico Internacional) como cliente, trabalhando nas organizações dos Jogos de 2008 e 2012.
"A avaliação do COI foi resultado das visitas de sua comissão que apontou aos seus membros as fraquezas e as forças de cada cidade. Agora, as cidades têm que mostrar sua capacidade da melhor forma possível. Então, é só lobby e marketing a partir de agora", explicou Taylor, sobre a fase da corrida olímpica após o relatório de avaliação do comitê divulgado neste mês.
Nesse documento, o Rio de Janeiro, que estava na lanterna na primeira avaliação, cresceu e se igualou às concorrentes (Chicago, Madri e Tóquio).
A cidade brasileira teve seu dossiê classificado como de "muita alta qualidade". Ou seja, passou na prova técnica. Levou vantagem em alguns pontos, como popularidade, e desvantagem em outros, caso da infraestrutura. Taylor minimiza as diferenças nos relatórios. Questionado se o dossiê tem mais peso no fracasso do que no sucesso de uma candidatura, foi taxativo. "Sem dúvida."
Até porque ele entende ser difícil classificar uma das quatro postulantes como favorita na disputa por 2016.
Ao explicar o estágio atual da corrida olímpica, Taylor ressaltou que houve uma transição após o relatório, com os chefes da candidatura assumindo a liderança da campanha.
"Houve muita consultoria no processo técnico e na estratégia de comunicação. Mas agora são as pessoas da cidade que estão lá fora, fazendo o marketing e se comunicando", contou ele.
Conhecedor do COI, Taylor disse ser difícil prever a orientação dos votos dos cerca de cem membros do comitê com direito a votar em 2 de outubro.
"Na minha opinião pessoal, há a tendência de que países com culturas similares se apoiem. Fazemos isso durante a vida em outros setores", analisou o consultor. "Mas nem sempre isso acontece."
Para ele, o ponto forte da candidatura carioca é o fato de a Olimpíada nunca ter sido realizada na América do Sul. "Mas, se isso vai fazer diferença no final do dia, eu não sei."

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