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São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2003

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VÔLEI

Tradição e decadência

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Para quem conhece a história do vôlei, o Japão sempre foi uma referência de tradição. Está certo que nos anos 90 os japoneses já mostravam que não estavam mesmo acompanhando esses tempos de muita força física. Mas, no último Campeonato Asiático, eles se superaram: ficaram na sexta colocação.
A Coréia do Sul foi a campeã e a China ficou em segundo lugar. Até aí, nada de anormal.
O surpreendente foi o time japonês ter ficado atrás de Irã, Austrália e Índia. Em novembro, só vai disputar a Copa do Mundo, que vale três vagas para os Jogos Olímpicos de Atenas, porque o torneio é no Japão.
O certo é que os japoneses, que não conseguiram se classificar para as duas últimas Olimpíadas, já viveram dias bem melhores. Foram eles que na década de 70 quebraram a hegemonia soviética no vôlei masculino e foram campeões olímpicos em 1972, nos Jogos de Munique.
E a história dessa conquista é bem legal: começou depois de uma excursão trágica pela Europa no início dos anos 60. A seleção japonesa, dirigida por Yasataka Matsudaira, perdeu os 22 jogos que disputou. O técnico não se abateu e até mostrou ousadia. Propôs um plano de oito anos para chegar à vitória.
Para combater a força do vôlei soviético, a solução foi jogar com um ataque muito veloz, com jogadas combinadas e muitas fintas. Para ajudar mais um pouco, Matsudaira contava também com a habilidade e o talento de um grande levantador: Katsuto-shi Nekoda, um dos melhores da história do vôlei.
Resultado: o Japão fez uma revolução em quadra. A velocidade do ataque do time desmoronou o poderoso bloqueio dos europeus. Em 1972, o plano se cumpriu: a seleção japonesa venceu a então Alemanha Oriental na final olímpica e foi campeã. Era a vitória da velocidade sobre a força.
Hoje, resta aos japoneses a lembrança de um passado glorioso e a certeza de que só velocidade não basta no vôlei. É preciso também adicionar força. O trágico sexto lugar no Campeonato Asiático é mais uma prova de que eles perderam o trem da história. A seleção masculina japonesa não assusta mais ninguém.
Já a seleção brasileira masculina, atual campeã mundial, está começando a preparação para a Copa do Mundo. Parte do time começa a treinar hoje em Saquarema, no Rio. Os seis jogadores que atuam na Itália (Maurício, Giba, Nalbert, Gustavo, Dante e Rodrigão) só vão se apresentar no dia 2 de novembro.
O técnico Bernardinho queria que eles já começassem a treinar nesta semana. Mas a liga dos clubes italianos, que só queria liberar os atletas 15 dias antes do torneio, levou a melhor. A Copa do Mundo será disputada de 16 a 30 de novembro.
Para encerrar, vale lembrar que as semifinais do Campeonato Paulista masculino começam no dia 22. O Suzano, que assegurou no sábado o primeiro lugar na fase de classificação, vai enfrentar o Santo André. A Ulbra, atual campeã da Superliga, terá pela frente o Banespa.

Italiano 1
O Cuneo, time do atacante Giba, venceu o Latina, desfalcado do central Gustavo, por 3 sets a 2, na rodada do fim de semana do Campeonato Italiano. Foi a quarta vitória, em cinco jogos, do Cuneo. Já o Latina sofreu a segunda derrota. O Ferrara, do brasileiro Rodrigão, também não foi bem e está agora com duas derrotas. O time perdeu do Treviso, do russo Dineikine, por 3 sets a 1.

Italiano 2
O Montichiari, do levantador Maurício e do atacante Joel, é a surpresa do campeonato. Em quatro rodadas, venceu três jogos e tem a melhor campanha. Hoje, a equipe vai defender a liderança no jogo contra o Trento. Na rodada anterior, o Montichiari venceu o Cuneo, de Giba, por 3 sets a 1, e Maurício foi eleito o melhor jogador da partida.


E-mail: cidasan@uol.com.br


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