São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

bons tempos

Com trio inspirado, seleção ressurge

Após quase 3 anos, Brasil reúne Kaká, Robinho e Adriano, que ditam vitória sobre Venezuela e dão respiro a Dunga

Venezuela 0
Brasil 4


Fernando Llano/Associated Press
Kaká, autor do primeiro gol do Brasil, comemora com Robinho, que assinalou o segundo e o quarto

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SAN CRISTÓBAL

Bastaram 19 minutos para mostrar que quase três anos sem eles juntos foi muito ruim para a seleção brasileira.
No reencontro do trio Kaká, Robinho e Adriano, a seleção brasileira goleou ontem, em San Cristóbal, a Venezuela por 4 a 0 e recuperou a vice-liderança (perdida na véspera para a Argentina) nas eliminatórias.
Os quatro primeiros garantem vaga automaticamente para a Copa da África do Sul, em 2010.
"Atravesso um bom momento no Milan e procuro fazer lá o que faço aqui. Nem sei se consigo, mas foi muito bom voltar para a seleção", disse Kaká, que retornou ao time após 11 meses.
Antes da metade do primeiro tempo, o Brasil já vencia por 3 a 0, com um gol de cada um dos integrantes do trio que em 2005 produziu as melhores atuações do time nacional em muitos anos -com eles titulares desde o início dos jogos, a equipe teve média de gols superior a três por jogo naquele ano.
Pena para Dunga, que ganha mais crédito para seguir no comando da seleção, que o trio ofensivo, que tinha atuado junto desde o início pela última vez em novembro de 2005, não será repetido contra a Colômbia, na quarta. Adriano recebeu o segundo cartão amarelo e vai cumprir suspensão -Jô é o favorito para substituí-lo. "Voltei a jogar bem na Inter [de Milão], e isso tem me ajudado aqui. Hoje [ontem] pude coroar minha recuperação", falou Adriano.
Além da qualidade, Kaká, Robinho e Adriano foram beneficiados pela frouxa marcação da Venezuela, que tinha grandes pretensões depois de ter vencido o Brasil pela primeira vez na história -em junho passado, 2 a 0, num amistoso nos EUA.
"A velocidade e a qualidade técnica de nosso time fizeram diferença", analisou Dunga.
O time anfitrião deixava enormes espaços entre a sua área e o meio-campo. E por eles o Brasil construiu sua vitória.
Logo aos 6min, Robinho puxou contra-ataque e tocou para Kaká chutar forte a abrir o placar. Depois de comemorar com os companheiros, o meia-atacante foi até o banco e abraçou Dunga, com quem trocou farpas durante todo o ano.
Na sua volta ao time, Kaká se igualou a Luis Fabiano como principal goleador brasileiro nas eliminatórias (cada um marcou quatro vezes).
Mais quatro minutos e o treinador ganhou abraço de outro astro. Com muito espaço para dominar e avançar, Robinho chutou forte de fora da área para fazer o segundo do Brasil.
Aos 19min, foi a vez de Adriano marcar o seu, após cruzamento de Elano pela esquerda.
A vantagem fez o Brasil reduzir o ritmo até o fim do primeiro tempo. Na volta do intervalo, sem Juan, contundido (entrou Thiago Silva), o Brasil viu a Venezuela pressionar, como em um lance que exigiu uma série de defesas de Júlio César.
Mas os espaços livres seguiam sobrando, e o time de Dunga perdia seguidas chances para ampliar o placar.
Não foi o que aconteceu aos 22min, quando Robinho recebeu preciso lançamento de Kléber na área e fez o quarto.
A seleção embarcou ontem mesmo de volta para o Brasil, em viagem prevista para durar cerca de 12 horas entre a saída do estádio e a chegada ao hotel no Rio, palco do jogo contra os colombianos, no Maracanã.
As eliminatórias seguem lideradas pelo Paraguai, que tem quatro pontos a mais (20 a 16) que brasileiros e argentinos.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Time amplia finalizações e calibra a mira
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.