São Paulo, terça-feira, 13 de outubro de 2009

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CBF paga a conta para levar seleção a Campo Grande

Entidade desembolsa R$ 462 mil em reformas no estádio Morenão, palco do duelo entre Brasil e Venezuela amanhã

Preterida para a Copa-2014, capital sul-mato-grossense contou com lobby de senador para que Brasil encerrasse lá campanha nas eliminatórias

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O meia palmeirense Diego Souza participa de treino da seleção
brasileira em Campo Grande


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A CAMPO GRANDE

A cidade de Campo Grande perdeu a indicação como sede da Copa de 2014, mas ganhou da CBF um mimo raro.
A entidade não só marcou para a capital do Mato Grosso do Sul, no precário estádio Morenão, o jogo contra a Venezuela, que encerra amanhã, às 19h (de Brasília), a participação da seleção nas eliminatórias, como vai ajudar a pagar a conta pela realização do duelo.
Do valor resultante da renda da partida, a CBF vai desembolsar R$ 462 mil, ou mais da metade do valor investido na arena, para cobrir os gastos com reformas. Em nenhum outro jogo das eliminatórias a confederação foi tão generosa com os palcos dos duelos do Brasil.
Segundo os borderôs dos jogos da seleção em casa nestas eliminatórias, o máximo que a entidade gastou, com a infraestrutura de estádios, foram R$ 63 mil em instalações para a imprensa na partida contra o Chile, em setembro, no estádio do Pituaçu, em Salvador.
Por meio da sua assessoria, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, declarou que a CBF está apenas pagando pela infraestrutura necessária para a seleção brasileira jogar.
Os R$ 462 mil serão investidos, entre outras coisas, na reforma de vestiários e gramado do Morenão. Com esse valor, a CBF teria dinheiro suficiente para bancar, em todos os jogos da terceira divisão na temporada, a ajuda de custo de R$ 3.000 por partida que antes oferecia aos times visitantes da Série C, para gastos com hospedagem.
Quem intermediou a liberação da verba foi o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que tem uma longa ligação com a CBF -em 2002, na sua vitoriosa candidatura para o Senado, ele recebeu doação de R$ 100 mil da confederação.
Em seu site e também no Twitter, o senador capitalizou a ajuda da CBF. Nesses meios, Delcídio disse que, a seu pedido, a CBF "garantiu os investimentos na adequação do Morenão". Ainda colocou uma frase de Ricardo Teixeira, destacando a boa relação entre os dois.
"Todos sabem da ligação que eu tenho com o senador Delcídio, que há muito tempo me pede a realização de um jogo do Brasil em Campo Grande", disse, segundo o senador petista, o cartola da confederação.
Desde sábado, quando Kaká, Luis Fabiano e Gilberto Silva desembarcaram em Campo Grande, Delcídio age como o anfitrião da partida. O senador, por exemplo, recepcionou o trio de jogadores, fez anteontem a vistoria no Morenão com representantes da CBF e passou os últimos dois dias dando todo tipo de informação sobre o jogo em sua conta no Twitter.
O agrado a Campo Grande não é o primeiro que a CBF faz em direção às cinco cidades que se apresentaram para sediar a Copa de 2014 e que acabaram preteridas pela Fifa.
Na Copa das Confederações da África do Sul, em junho passado, o escolhido para chefiar a delegação da seleção foi o presidente da Federação Paraense de Futebol, o coronel Antonio Carlos Nunes de Lima. Belém perdeu a disputa para Manaus.


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