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Na volta, Brasil refuta marmelada
VÔLEI
Na Itália, líbero disse que time entregou jogo para levar o tri
DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO
A seleção brasileira masculina de vôlei desembarcou
em São Paulo ontem após
conquistar o tricampeonato
Mundial, na Itália. Em vez de
falar sobre o título, teve de
justificar a estratégia para
chegar ao topo do pódio.
"Nós nunca conversamos
sobre entregar o jogo. Não
houve marmelada", disse o
capitão do time, Giba.
A afirmação vai de encontro ao que o líbero Mário Jr.
dissera ao Sportv após os 3 a
0 sobre Cuba na final.
"O momento mais difícil
foi entregar o jogo contra a
Bulgária. No começo, eu não
consegui. Não sabia como fazer, nunca tinha feito isso na
minha vida antes. A gente tinha esse objetivo mesmo, e
foi superado", revelara.
Ele se referia à derrota no
último jogo da segunda fase.
Quem vencesse, enfrentaria
a forte Cuba na etapa seguinte, que seria eliminatória.
Segundo os jogadores, foi
opção do grupo poupar os titulares para aquele confronto -o time já estava classificado- e também não escalar
o levantador Bruno, que estava sobrecarregado.
Como o reserva Marlon estava doente, o oposto Théo
fez as vezes de levantador, e
o time jogou muito mal. A
equipe perdeu por 3 a 0.
Giba afirmou que aquele
jogo era uma "mancha negra" em sua carreira.
Ontem, Mário Jr. mudou
seu discurso. "Foi uma colocação infeliz. Errei. Ninguém
quis entregar", justificou-se.
"Mas a culpada disso tudo
é a federação", apontou, em
referência à FIVB (Federação
Internacional de Vôlei), responsável pelo confuso regulamento do Mundial.
Outros jogadores também
reclamaram da entidade que
comanda o vôlei mundial.
"A marmelada foi feita pela FIVB, que fez um caminho
mais fácil para a Itália chegar
à final em casa", acusou o
ponteiro Murilo, eleito melhor jogador da competição.
"Por que não falam que a
Itália jogou contra o Irã e o
México? Não existe polêmica
com em torno deles [italianos]", reclamou Giba.
Os brasileiros deram opiniões diferentes sobre como
esse Mundial ficará marcado
na história da equipe.
"Infelizmente, quando falarem desta conquista, vão
lembrar do jogo com a Bulgária, mas a gente sabe que não
foi assim", lamentou Murilo.
"Ninguém aqui vai errar
um ataque porque quer perder. Não acredito que ficaremos marcados só por aquele
jogo", discordou Bruno.
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