São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 2011

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Em plena crise

Agressão ao volante João Vítor desencadeia briga entre Scolari e Kleber e racha Palmeiras; atacante é afastado e deve deixar o time

BERNARDO ITRI
DO PAINEL FC

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Torcedores agridem o volante João Vítor; o fato desencadeia uma discussão entre Luiz Felipe Scolari e Kleber e racha o time. O treinador, por sua vez, afasta o atacante e anuncia que viajará a Portugal nos próximos dias.
E ninguém da diretoria se manifesta sobre nada.
Esse é o Palmeiras, que enfrenta sua maior crise dos últimos anos, certamente a pior do mandato de Arnaldo Tirone, que começou em janeiro.
Em meio a tamanho furacão, o empate contra o Flamengo, ontem, no Engenhão, caiu como um grande alívio.
Pois treinador, diretoria e jogadores se movimentam em sentidos contrários. E alguns deles estão prestes a sair de cena no Parque Antarctica.
Scolari declarou a diretores que não trabalha mais com Kleber. "Kleber não quer jogar, e eu não quero que ele jogue. Acabou o assunto, a direção que resolva o caso", disse Scolari, após a partida.
Tudo começou com uma discussão anteontem, quando o grupo soube das agressões a João Vítor, 23, perto da entrada do clube alviverde.
Assustado com a violência e irritado com a falta de apoio da diretoria e da comissão técnica a João Vítor, Kleber encabeçou um motim para o time não viajar ao Rio -o atacante tem sido alvo da torcida, que chegou a protestar em frente à casa dele.
Scolari e o vice de futebol Roberto Frizzo, desafetos, uniram-se e defenderam que o time devia, sim, viajar. Parte dos jogadores apoiou Kleber. Entre eles, Deola.
Então Kleber e Scolari discutiram. O treinador insinuou que foram "amigos" de Kleber que agrediram João Vítor; Kleber rebateu dizendo que era Scolari quem pilhava a torcida com declarações fortes que criticavam os jogadores. Frizzo também bateu boca com o Gladiador.
Com a recusa dos atletas, a viagem foi adiada para a manhã de ontem, e os jogadores foram para suas casas.
Scolari então informou à diretoria que, com ele, Kleber não jogaria mais. De madrugada, o atacante recebeu telefonema do gerente administrativo Sérgio do Prado. O recado era do presidente: ele havia sito cortado da partida contra o Flamengo.
Tirone agora terá de decidir, pois o treinador exige a saída do atacante. À Folha, em mensagem de celular, Tirone disse que Kleber não jogaria contra o Flamengo, mas que ainda não sabia o que iria acontecer. "Estamos procurando fazer a nossa parte."
Mas Scolari foi claro. "Sentei com o presidente ontem, e acertamos que tenho 99% de chances de ficar", disse.
Ou seja: Tirone terá de "se livrar" de Kleber, e logo.
O treinador foi além. Afirmou que o caso João Vítor precisa ser investigado. "Ele pode ter começado essa situação." O clube divulgou nota oficial, mas limitou-se a dizer que aguardará as "investigações oficiais" do caso.

Colaborou SÉRGIO RANGEL, do Rio


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