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FUTEBOL
Equipe pega Coritiba atrás do título que pode coroar melhor aproveitamento numa temporada nos últimos 12 anos
Corinthians defende eficiência exemplar
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians, esse que é apontado como virtual campeão do
Brasileiro por crítica e público, já
demonstra uma constância imprescindível a um aspirante a um
título de pontos corridos.
A equipe deste ano, que enfrenta hoje, às 16h, o Coritiba, no Couto Pereira, foi montada pelos dólares da MSI e azeitada, não sem
algumas crises, por quatro treinadores -Tite, o argentino Daniel
Passarella, Márcio Bittencourt e o
atual, Antônio Lopes.
O resultado é um aproveitamento de pontos na temporada
que não é tão alto desde 1993.
Em todo ano de 2005, já foram
68 partidas oficiais. Nelas, a equipe do Parque São Jorge arrebatou
63,7% -índice muito parecido
com o de 12 anos atrás, quando o
Corinthians jogou 69 jogos e conquistou 65,2% dos pontos.
O número de jogos varia de ano
a ano, mas fazia tempo que o Corinthians caía poucas vezes. Em
93, perdeu 12 jogos. Em 2005, são
apenas 14 derrotas. Em 96, ano
que, como esse, terminará com 72
partidas, foram 15 reveses.
Curiosamente, 1993 não foi um
grande ano para o Corinthians. A
equipe passou em branco, perdendo as finais do Paulista e a do
Rio-SP (ambas para o Palmeiras)
e caindo na semifinal do Nacional
-em mata-matas, o momento
fala bem mais que a constância.
Mesmo assim, a equipe mantém uma atitude conservadora,
na linha "não é bem isso, não somos tão favoritos assim".
Para que um ano de ótimo rendimento não termine de forma
desastrosa, a cartilha também exige respeito aos adversários.
"Os últimos jogos serão os mais
difíceis", diz o zagueiro Betão.
Exigente, Lopes deu só quatro
horas de folga para os jogadores
na sexta-feira -entre o desembarque do México, onde o time foi
eliminado da Copa Sul-Americana, e o embarque para Curitiba.
"O grupo aceitou na boa porque
é profissional e está focado na
conquista do campeonato. Nem
precisei explicar", disse o treinador corintiano, que vai enfrentar
hoje alguns velhos conhecidos.
Não só porque Lopes foi demitido do Coritiba em abril, mas porque seu filho permaneceu como
auxiliar técnico de Cuca e, depois,
assumiu a equipe interinamente,
até a chegada de Márcio Araújo.
"Meu filho está no Rio descansando, ele nem está mais lá. Não
tem nada disso não", despistou
Lopes, um tanto impaciente com
a possibilidade de ter recebido informações "mais quentes" de seu
filho sobre o rival desta tarde.
A comissão técnica do Coritiba
vê a partida contra o Corinthians
como uma espécie de vestibular
para medir se o time tem mesmo
forças para permanecer na elite.
Se passar pelo adversário, Márcio Araújo acredita que as coisas
podem ficar mais fáceis para o time até o final do Nacional. "É a
partida que representará nosso
poder de reação na tabela."
Para isso, o treinador disse que
vem tentando evitar fazer várias
substituições na equipe titular a
cada partida. Nas 37 rodadas disputadas, o Coritiba não conseguiu entrar em campo com o
mesmo time. O atacante Maia, lesionado, é a dúvida. Pode ser
substituído por Marciano.
O time afirma não temer a intimidade de Lopes, que trabalhou
16 meses no clube até a demissão.
O zagueiro Reginaldo Nascimento diz que Lopes não é, mesmo
com seu conhecimento do Coritiba, o principal problema. "O que
vale é a vontade do nosso grupo,
independentemente de conhecimento e da tática do adversário."
Os cerca de 35 mil ingressos foram esgotados ainda na sexta-feira. A direção do clube fez promoção: tabelou o preço de arquibancada a R$ 5, quantia que dá direito
a assistir ao próximo jogo, também no estádio Couto Pereira,
contra a Ponte Preta.
Colaboraram a Agência Folha e Fábio Tura, do Datafolha
NA TV - Globo (para São
Paulo) e Record (para SP),
ao vivo, às 16h
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