São Paulo, domingo, 13 de novembro de 2005

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FUTEBOL

Equipe pega Coritiba atrás do título que pode coroar melhor aproveitamento numa temporada nos últimos 12 anos

Corinthians defende eficiência exemplar

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians, esse que é apontado como virtual campeão do Brasileiro por crítica e público, já demonstra uma constância imprescindível a um aspirante a um título de pontos corridos.
A equipe deste ano, que enfrenta hoje, às 16h, o Coritiba, no Couto Pereira, foi montada pelos dólares da MSI e azeitada, não sem algumas crises, por quatro treinadores -Tite, o argentino Daniel Passarella, Márcio Bittencourt e o atual, Antônio Lopes.
O resultado é um aproveitamento de pontos na temporada que não é tão alto desde 1993.
Em todo ano de 2005, já foram 68 partidas oficiais. Nelas, a equipe do Parque São Jorge arrebatou 63,7% -índice muito parecido com o de 12 anos atrás, quando o Corinthians jogou 69 jogos e conquistou 65,2% dos pontos.
O número de jogos varia de ano a ano, mas fazia tempo que o Corinthians caía poucas vezes. Em 93, perdeu 12 jogos. Em 2005, são apenas 14 derrotas. Em 96, ano que, como esse, terminará com 72 partidas, foram 15 reveses.
Curiosamente, 1993 não foi um grande ano para o Corinthians. A equipe passou em branco, perdendo as finais do Paulista e a do Rio-SP (ambas para o Palmeiras) e caindo na semifinal do Nacional -em mata-matas, o momento fala bem mais que a constância.
Mesmo assim, a equipe mantém uma atitude conservadora, na linha "não é bem isso, não somos tão favoritos assim".
Para que um ano de ótimo rendimento não termine de forma desastrosa, a cartilha também exige respeito aos adversários.
"Os últimos jogos serão os mais difíceis", diz o zagueiro Betão.
Exigente, Lopes deu só quatro horas de folga para os jogadores na sexta-feira -entre o desembarque do México, onde o time foi eliminado da Copa Sul-Americana, e o embarque para Curitiba.
"O grupo aceitou na boa porque é profissional e está focado na conquista do campeonato. Nem precisei explicar", disse o treinador corintiano, que vai enfrentar hoje alguns velhos conhecidos.
Não só porque Lopes foi demitido do Coritiba em abril, mas porque seu filho permaneceu como auxiliar técnico de Cuca e, depois, assumiu a equipe interinamente, até a chegada de Márcio Araújo.
"Meu filho está no Rio descansando, ele nem está mais lá. Não tem nada disso não", despistou Lopes, um tanto impaciente com a possibilidade de ter recebido informações "mais quentes" de seu filho sobre o rival desta tarde.
A comissão técnica do Coritiba vê a partida contra o Corinthians como uma espécie de vestibular para medir se o time tem mesmo forças para permanecer na elite.
Se passar pelo adversário, Márcio Araújo acredita que as coisas podem ficar mais fáceis para o time até o final do Nacional. "É a partida que representará nosso poder de reação na tabela."
Para isso, o treinador disse que vem tentando evitar fazer várias substituições na equipe titular a cada partida. Nas 37 rodadas disputadas, o Coritiba não conseguiu entrar em campo com o mesmo time. O atacante Maia, lesionado, é a dúvida. Pode ser substituído por Marciano.
O time afirma não temer a intimidade de Lopes, que trabalhou 16 meses no clube até a demissão. O zagueiro Reginaldo Nascimento diz que Lopes não é, mesmo com seu conhecimento do Coritiba, o principal problema. "O que vale é a vontade do nosso grupo, independentemente de conhecimento e da tática do adversário."
Os cerca de 35 mil ingressos foram esgotados ainda na sexta-feira. A direção do clube fez promoção: tabelou o preço de arquibancada a R$ 5, quantia que dá direito a assistir ao próximo jogo, também no estádio Couto Pereira, contra a Ponte Preta.


Colaboraram a Agência Folha e Fábio Tura, do Datafolha

NA TV - Globo (para São Paulo) e Record (para SP), ao vivo, às 16h


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