São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nervoso, Palmeiras ganha e evita o perigo

Com lances de irritação e diante de um calmo Botafogo, time de Picerni mantém distância de seus rivais diretos de rebaixamento

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Juninho estava desde cedo impaciente com Valdivia. O veterano meia já tinha berrado uma vez com o jogador chileno no primeiro tempo da partida contra o Botafogo, ontem.
Nitidamente, Juninho não estava satisfeito com o "Mago", que insistia em passes mais arriscados e perdia a bola.
Na segunda vez, o chileno não viu Juninho livre pela direita e tentou um passe por elevação para Enilton. Deu errado: a bola desviou no corpo do botafoguense à sua frente.
Juninho deu as costas, abriu os braços e franziu o rosto. Gritou: "Valdivia! Dá aqui, pô!".
O chileno fez sinal com a mão de que tentou dar por cima. Juninho parecia querer dizer "Faz mais simples". Era verdade. Valdivia tinha errado quatro passes em jogadas de mais efeito, segundo o Datafolha, antes de acertar o lançamento para Juninho, aos 25min.
Dentro da área, o meia cruzou, o goleiro Max espalmou para a frente e mal. Edmundo, que passava por ali na hora, só teve o trabalho de chutar: 1 a 0.
O gol poderia ter dado mais tranqüilidade ao time do Palmeiras, que tinha diante de si um Botafogo técnico, perigoso e nada apressado. Mas não.
Três minutos após o gol, foi a vez de Enilton mostrar como a fuga do rebaixamento está mexendo com os nervos verdes.
O atacante ficou sozinho esperando o lateral Márcio Careca lhe dar um passe. Teria o gol aberto para marcar. Só alegria.
Mas Márcio Careca decidiu chutar a gol e perdeu. Enilton se jogou de joelhos, estapeou o chão. Levantou-se gritando impropérios e chutou a bola do gandula que estava atrás do gol botafoguense contra as placas de publicidade da linha de fundo. Careca, assustado, disfarçou e saiu quieto da área.
O ataque de nervos de Enilton também desesperou Picerni, que levou as mãos à cabeça. O cartão amarelo, porém, não veio, e o primeiro tempo terminou com chuva forte e festa discreta no Parque Antarctica.
Mas a calma acabou aos 2min do segundo tempo, quando o Botafogo empatou. O Juninho alvinegro bateu falta da esquerda, Diego Cavalieri demorou a saltar, e a bola parou no seu canto esquerdo.
Mais uma vez, Enilton mostrou-se destemperado. No grande círculo, tal qual um guarda irritadiço, empurrou ao menos quatro jogadores do Botafogo, para que saíssem de seu campo de defesa. Tinha pressa.
Para ver Enilton sorrir, foram precisos mais nove minutos, um passe de Paulo Baier e uma furada de Edmundo, que passava por ali na hora. Pegando meio torto, Enilton empurrou para as redes e festejou. No fim, até Valdivia foi aplaudido.


Texto Anterior: Volta: Após 1 semana no sul, time retorna a SP
Próximo Texto: Animal: Zico é ultrapassado por Edmundo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.