São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006

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CIDA SANTOS

A dois jogos do paraíso

O Brasil, talvez pelos títulos na base, tem no emocional seu ponto forte e está pronto para conquistar o Mundial

DONA DA melhor campanha do Mundial, a invicta seleção brasileira feminina de vôlei conseguiu se dar um belo presente: vai enfrentar na semifinal Sérvia e Montenegro, o adversário mais frágil dessa fase. Rússia e Itália vão fazer um confronto bem mais disputado na luta pela outra vaga na final.
Sérvia e Montenegro foi a surpresa do Mundial. Venceu Cuba e Itália na primeira fase. Mas, nas duas últimas rodadas, mostrou dificuldade para jogar contra equipes que defendem bem e quase colocou tudo a perder. Tropeçou diante do Japão e venceu, no sufoco, Taiwan por 3 a 2.
Essa geração de Sérvia e Montenegro vem jogando junta há seis anos e agora está colhendo os primeiros resultados. Mas ainda é uma equipe sem experiência em decisões e deve ser traída pelos nervos. Contra Taiwan, sentiu a pressão porque o jogo valia vaga nas semifinais.
Imagine contra o Brasil.
Já o Brasil tem no emocional o seu ponto mais forte. É a seleção mais equilibrada da história do vôlei feminino brasileiro: é impressionante como não se abala diante das adversidades. E é jovem. Talvez esse equilíbrio venha também da experiência de vitórias nas categorias de base.
O maior exemplo foi o jogo contra a China, o mais emocionante. O Brasil perdeu os dois primeiros sets e depois venceu os dois seguintes. No quinto, a China teve a chance de fechar o jogo por duas vezes. As brasileiras mantiveram o sangue frio, viraram o placar e ganharam a partida.
Após o jogo, a central Walewska disse que sentia que o time está preparado para fazer uma final de Mundial. Acrescento: a seleção também está preparada para vencer e conquistar seu principal título. Em Olimpíadas, o máximo foi o bronze.
Em Mundiais, o vice em 1994.
A tendência é que o Brasil faça a final contra a Rússia. Afinal, são as seleções que mostraram os melhores times. Os contra-ataques têm sido a maior falha da seleção brasileira. Para chegar ao título, o time terá que manter a fórmula: passe na mão de Fofão e velocidade no ataque.
Jaqueline, Sassá e a líbero Fabi têm garantido a qualidade da recepção. O saque vai ter que funcionar, como aconteceu na vitória sobre a Rússia, que decidiu o primeiro lugar da chave. O que também tem feito a diferença são as duas torres brasileiras: Walewska e Fabiana estão jogando muita bola.
Itália x Rússia será uma batalha.
São dois times altos, fortes no bloqueio e com ataques respeitáveis. A Itália tem a vantagem de contar com uma boa levantadora, a habilidosa Eleonora Lo Bianco. A Rússia sofre nessa posição com a titular Akulova e a reserva Sheshenina.
As italianas têm um ataque mais veloz. As russas jogam com bolas altas nas pontas. A sorte da Rússia é ter três atacantes poderosas: Gamova, Godina e Sokolova. É difícil parar esse trio. Contra o Brasil, Sokolova, com lesão na coxa esquerda, foi poupada. Contra a Itália, ela deve jogar.

A DECEPÇÃO
As chinesas, atuais campeãs olímpicas, foram a decepção do Mundial. Sofreram quatro derrotas (Brasil, Rússia, Alemanha e Holanda), acabaram em quarto no Grupo F e disputarão o quinto lugar.

TROPEÇO FATAL
Cuba era a favorita para chegar à semifinal, ao lado da Itália, no Grupo E. Mas as duas derrotas da primeira fase, contra Sérvia e Itália, derrubaram o time. Cuba venceu os outros sete jogos, mas perdeu a vaga para a Sérvia, que sofreu só uma derrota. Ficou em terceiro na chave e vai disputar o quinto lugar.

EM BUSCA DO BI
Sexta será a vez de a seleção masculina iniciar a luta, no Japão, pelo bi mundial. A estréia será contra os cubanos. Hoje e amanhã, o Brasil tem amistosos com a Polônia.


cidansan@uol.com.br

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