São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2007

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tapetão

Dualib e vice são afastados do futebol

Tribunal suspende ex-presidente do Corinthians e Nesi Curi por três anos, mas poupa o clube e seu atual mandatário

Apesar de ter apoiado elo com a MSI, Andrés Sanches, que falara em "explodir tudo" se fosse condenado, acaba absolvido no voto de minerva

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Saiu ontem a primeira condenação em um caso envolvendo a parceria Corinthians/MSI. Por causa das suspeitas sobre o título brasileiro de 2005 obtido pelo clube, o ex-presidente Alberto Dualib e o ex-vice Nesi Curi foram punidos em julgamento na primeira Comissão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) com suspensão de três anos. Neste período eles estão proibidos de exercer cargos de direção em entidades esportivas no Brasil.
Andrés Sanches, atual presidente do Corinthians e que também corria o risco de ser suspenso, foi absolvido no voto de desempate. Andrés era vice-presidente de futebol do clube na época do tetracampeonato do Brasileiro e um dos defensores da parceria com a MSI.
O Corinthians, que podia ter que pagar multa de até R$ 10 mil pelo caso, também acabou absolvido pelo tribunal.
Todas as decisões são passíveis de recurso. No caso das absolvições, a Procuradoria é quem terá de pedir novo julgamento no pleno (segunda e última instância) do STJD -os procuradores, no entanto, disseram que ainda iriam analisar o caso antes de se decidirem se entrarão com recurso tanto no caso de Andrés como contra a absolvição do Corinthians.
Já a defesa de Dualib e Nesi avisou que pedirá novo julgamento do caso. "Vamos discutir isso na segunda instância", declarou o advogado José Luiz Toloza, o mesmo que defende os dois ex-dirigentes corintianos no processo que corre na Justiça Federal em que respondem por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Foi um julgamento longo. Por mais de três horas e meia, o caso foi debatido antes que os veredictos fossem proferidos. Andrés esteve presente à sessão. Foi ouvido e indagado pelos auditores, antes que os advogados de defesa expusessem suas teses. O presidente do Corinthians admitiu ter tido contato com Boris Berezovski, apontado como o principal investidor da MSI, mas que não sabia se o bilionário russo participava da parceira corintiana.
Dualib e Nesi não foram ao Rio. Toloza alegou que eles enfrentam problemas de saúde.
O Corinthians e Andrés foram defendidos pelo advogado João Zanforlin, que normalmente atua em casos que envolvam o clube do Parque São Jorge na Justiça Desportiva.
As defesas, primeiro, tentaram impedir o julgamento, alegando não terem tido tempo para formularem suas teses. O argumento não foi acatado pelos quatro auditores que participaram da sessão. Andrés demonstrou nervosismo durante o julgamento. Saiu algumas vezes da sala onde ocorria a sessão para fumar.
Chegou a prometer que, se fosse condenado, pretendia "explodir tudo" no futebol.
Porém, após sua absolvição, Andrés atacou só uma pessoa: Rubens Approbato Machado, presidente do STJD e conselheiro corintiano que não o apoiou na eleição do clube.
"Só estou aqui por causa do Approbato, que não gosta de mim", afirmou Andrés.
Approbato já havia se declarado impedido de participar de julgamentos envolvendo o Corinthians. Em caso de recurso de quaisquer das partes, ele deve ficar fora da audiência na segunda instância.
Mas os problemas do Corinthians no STJD não acabaram. O atacante Finazzi, advertido com o amarelo contra o Goiás, pode ser punido por ofender o árbitro Alício Pena Júnior.


Colaborou SÉRGIO RANGEL, da Sucursal do Rio

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