São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2008

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Ministro defende plano de metas

Sistema ao qual estará condicionada a liberação de recursos responde a anseio de Lula, diz Silva Jr.

Segundo dirigente, um dos objetivos é evitar que entidades se acomodem com "zona de conforto" depois de receber recursos


ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., avançou em sua defesa de maior ingerência da pasta no esporte olímpico ao sugerir ontem atrelar a criação de "um sistema de metas" à liberação de recursos públicos para o esporte olímpico. Segundo o ministro, proposta formal sobre o assunto será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mês que vem.
"Creio que, tão importante quanto discutir a ampliação do financiamento, é preciso estabelecer um sistema de metas de resultados para aferir a evolução de cada uma modalidades."
O ministro disse que só com loterias devem ser viabilizados R$ 300 milhões para o próximo ciclo olímpico (quatro anos).
Silva Jr. contou que foi Lula quem pediu a elaboração de um projeto sobre o assunto. "Conforme determinou o presidente Lula, vamos oferecer à sociedade algumas sugestões para desenvolver o esporte olímpico."
O ministro, no entanto, não detalhou como seria o sistema de metas. "O financiamento tem de ser motivador no desenvolvimento das modalidades", afirmou. "Eu acredito que é preciso premiar o mérito", complementou Silva Jr.
Para ele, o objetivo é evitar que entidades se acomodem após receber recursos. "Você não pode oferecer um financiamento congelado para todas as entidades. Isso pode criar uma zona de conforto. Temos de colocar desafios para as entidades que administram o esporte."
O ministro, porém, discorda de que só o número de medalhas conquistadas em Olimpíada seja usado como sistema de meta. "Os jogos são apenas um evento. Há outras competições como Mundiais, Pan-Americanos, Sul-Americanos", disse.
Segundo ele, a maneira como as entidades organizam competições também podem ser avaliadas. "Pode-se levar em conta no financiamento da distribuição de recursos investimentos que são feitos na base", disse. "São essas e outras propostas que devemos levar ao presidente Lula", finalizou.
Ele afirmou ainda que "não é razoável ficar falando em mais dinheiro". Ao ser questionado se as entidades brasileiras gerenciaram bem os recursos ofertados nos últimos quatro anos, Silva Jr. lembrou que as entidades são autônomas.
"Elas definem sua própria forma de organização. É desigual o nível de estrutura dessas entidades. Algumas têm um trabalho mais estruturado. Mas, na média, é importante dizer que elas têm evoluído", disse. "Creio que elas [entidades] gastaram corretamente."
O ministro esteve ontem na Câmara dos Deputados para participar de audiência na Comissão de Turismo e Desporto que serviria para avaliar o desempenho da delegação brasileira nos Jogos de Pequim.
A audiência, que contaria com a participação do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, acabou não sendo realizada a pedido do presidente do Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ele argumentou que, como havia votação em plenário, as comissões não poderiam funcionar.


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