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Ministro defende plano de metas
Sistema ao qual estará condicionada a liberação de recursos responde a anseio de Lula, diz Silva Jr.
Segundo dirigente, um dos objetivos é evitar que entidades se acomodem com "zona de conforto" depois de receber recursos
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., avançou em sua
defesa de maior ingerência da
pasta no esporte olímpico ao
sugerir ontem atrelar a criação
de "um sistema de metas" à liberação de recursos públicos
para o esporte olímpico. Segundo o ministro, proposta formal
sobre o assunto será apresentada ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva no mês que vem.
"Creio que, tão importante
quanto discutir a ampliação do
financiamento, é preciso estabelecer um sistema de metas de
resultados para aferir a evolução de cada uma modalidades."
O ministro disse que só com
loterias devem ser viabilizados
R$ 300 milhões para o próximo
ciclo olímpico (quatro anos).
Silva Jr. contou que foi Lula
quem pediu a elaboração de um
projeto sobre o assunto. "Conforme determinou o presidente
Lula, vamos oferecer à sociedade algumas sugestões para desenvolver o esporte olímpico."
O ministro, no entanto, não
detalhou como seria o sistema
de metas. "O financiamento
tem de ser motivador no desenvolvimento das modalidades",
afirmou. "Eu acredito que é
preciso premiar o mérito",
complementou Silva Jr.
Para ele, o objetivo é evitar
que entidades se acomodem
após receber recursos. "Você
não pode oferecer um financiamento congelado para todas as
entidades. Isso pode criar uma
zona de conforto. Temos de colocar desafios para as entidades
que administram o esporte."
O ministro, porém, discorda
de que só o número de medalhas conquistadas em Olimpíada seja usado como sistema de
meta. "Os jogos são apenas um
evento. Há outras competições
como Mundiais, Pan-Americanos, Sul-Americanos", disse.
Segundo ele, a maneira como
as entidades organizam competições também podem ser
avaliadas. "Pode-se levar em
conta no financiamento da distribuição de recursos investimentos que são feitos na base",
disse. "São essas e outras propostas que devemos levar ao
presidente Lula", finalizou.
Ele afirmou ainda que "não é
razoável ficar falando em mais
dinheiro". Ao ser questionado
se as entidades brasileiras gerenciaram bem os recursos
ofertados nos últimos quatro
anos, Silva Jr. lembrou que as
entidades são autônomas.
"Elas definem sua própria
forma de organização. É desigual o nível de estrutura dessas
entidades. Algumas têm um
trabalho mais estruturado.
Mas, na média, é importante
dizer que elas têm evoluído",
disse. "Creio que elas [entidades] gastaram corretamente."
O ministro esteve ontem na
Câmara dos Deputados para
participar de audiência na Comissão de Turismo e Desporto
que serviria para avaliar o desempenho da delegação brasileira nos Jogos de Pequim.
A audiência, que contaria
com a participação do presidente do COB, Carlos Arthur
Nuzman, acabou não sendo
realizada a pedido do presidente do Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ele argumentou
que, como havia votação em
plenário, as comissões não poderiam funcionar.
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