|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ministério Público quer reabrir ação da "máfia do apito"
Procuradores estaduais recorrem ao Superior Tribunal de Justiça para dar continuidade ao processo trancado em SP
Prazo médio estimado para apreciação do pedido no STJ, em Brasília, é de dois anos e meio, mas sem haver o risco de uma prescrição da ação
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Estadual tenta uma nova cartada
para evitar que o caso da "máfia
do apito", que bagunçou o Brasileiro-2005, caia definitivamente no esquecimento e termine sem ao menos um julgamento dos envolvidos.
Procuradores estaduais entraram na última sexta-feira
com um recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), em
Brasília, para tentar reabrir a
ação, após seu trancamento pelo TJ paulista em agosto.
Eles alegam que os três desembargadores votaram pelo
trancamento de forma inadequada, por "negar vigência ao
crime de estelionato" -ou seja,
desconsiderar a possibilidade
de esse delito ter ocorrido no
caso. Justamente por esse motivo é que o Ministério Público
paulista acredita que terá seu
pedido de revisão do trancamento da ação atendido.
No entanto há um longo caminho burocrático até que o
pedido de revisão seja apreciado pelo STJ, o que em média,
demora dois anos e meio. Não
há, porém, o risco de uma prescrição do recurso.
Além disso, um eventual sucesso com o recurso garante
apenas a continuidade da ação.
"É bom deixar claro que, caso
o recurso seja deferido, isso não
significa que os envolvidos serão punidos", diz o promotor
José Reinaldo Carneiro, membro do Gaeco (grupo do Ministério Público de combate ao
crime organizado) e um dos autores do recurso.
O engavetamento livra os sete réus do processo, entre eles o
ex-árbitro Edilson Pereira de
Carvalho, de não serem nem
mesmo julgados.
Os desembargadores Fernando Miranda e Francisco
Menin e Christiano Kunz votaram pelo trancamento.
O grupo, que supostamente
combinava resultados com o
árbitro e depois faturava em
apostas na internet, foi denunciado em 2005 pelo Ministério
Público de São Paulo. Sete pessoas foram acusadas de estelionato e formação de quadrilha.
Texto Anterior: São Paulo adota cautela após tropeço Próximo Texto: Frase Índice
|