São Paulo, sexta-feira, 13 de novembro de 2009

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Ministério Público quer reabrir ação da "máfia do apito"

Procuradores estaduais recorrem ao Superior Tribunal de Justiça para dar continuidade ao processo trancado em SP

Prazo médio estimado para apreciação do pedido no STJ, em Brasília, é de dois anos e meio, mas sem haver o risco de uma prescrição da ação

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Estadual tenta uma nova cartada para evitar que o caso da "máfia do apito", que bagunçou o Brasileiro-2005, caia definitivamente no esquecimento e termine sem ao menos um julgamento dos envolvidos.
Procuradores estaduais entraram na última sexta-feira com um recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília, para tentar reabrir a ação, após seu trancamento pelo TJ paulista em agosto.
Eles alegam que os três desembargadores votaram pelo trancamento de forma inadequada, por "negar vigência ao crime de estelionato" -ou seja, desconsiderar a possibilidade de esse delito ter ocorrido no caso. Justamente por esse motivo é que o Ministério Público paulista acredita que terá seu pedido de revisão do trancamento da ação atendido.
No entanto há um longo caminho burocrático até que o pedido de revisão seja apreciado pelo STJ, o que em média, demora dois anos e meio. Não há, porém, o risco de uma prescrição do recurso.
Além disso, um eventual sucesso com o recurso garante apenas a continuidade da ação.
"É bom deixar claro que, caso o recurso seja deferido, isso não significa que os envolvidos serão punidos", diz o promotor José Reinaldo Carneiro, membro do Gaeco (grupo do Ministério Público de combate ao crime organizado) e um dos autores do recurso.
O engavetamento livra os sete réus do processo, entre eles o ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho, de não serem nem mesmo julgados.
Os desembargadores Fernando Miranda e Francisco Menin e Christiano Kunz votaram pelo trancamento.
O grupo, que supostamente combinava resultados com o árbitro e depois faturava em apostas na internet, foi denunciado em 2005 pelo Ministério Público de São Paulo. Sete pessoas foram acusadas de estelionato e formação de quadrilha.


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