São Paulo, quinta-feira, 13 de dezembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PARA TODO O SEMPRE

Esquerdinha, 31, pensa em 40

"Pulmão" da equipe quer ser o mais velho jogador a se aposentar

MAÉRCIO SANTAMARINA
ENVIADO ESPECIAL A ATIBAIA

Após se tornar conhecido como o ""pulmão" do São Caetano no Brasileiro, o meia Esquerdinha, 31, lançou um desafio: quer se tornar o jogador mais velho a se aposentar no Brasil.
""Me sinto como um garoto que está começando agora, embora, na verdade, a minha carreira esteja recomeçando. Vou passar o Valdo [do Atlético-MG", que já está com quase 37 anos. Quero passar também o Cerezo, que se aposentou aos 42, e o Luís Pereira, que só parou de jogar aos 44 anos. Escreva aí: vou bater o recorde."
A motivação para isso aumentou depois que Luiz Felipe Scolari disse que poderia testá-lo num dos amistosos que o Brasil fará antes do Mundial de 2002. ""Pelas minhas contas, vou ter gás para mais três Copas."
Um dos destaques do time na competição, é também um dos que mais correm em campo.
Com esse empenho, transformou-se no jogador do São Caetano com maior número de assistências neste Brasileiro, com média de 0,6 por jogo, seguido do reserva Vagner, com 0,4, e de outro destaque da equipe, o atacante Anaílson, com 0,3, de acordo com o Datafolha.
Mesmo atuando no meio, Esquerdinha, que já fez três gols no Nacional, é o maior finalizador do time, com média de 2,5 conclusões por jogo, seguido do meia Adãozinho e do atacante Magrão, com 2,2 cada um.
Em cruzamentos, sua liderança é disparada -média de 10,4 por partida. O segundo no fundamento, Adãozinho, tem 4,8.
""Esses índices e essa fama de pulmão do time que ganhei são frutos do trabalho individualizado da nossa comissão técnica e daquele algo a mais que cada jogador tem que dar", diz ele.
O algo a mais, conforme explicou, é permanecer em campo até uma hora depois do final dos treinos para se aperfeiçoar. Seu parceiro no trabalho extra é o terceiro goleiro Edinho.
Esquerdinha afirma que essa sua aplicação não começou no São Caetano. ""Nas divisões inferiores, de 1993 a 1997, fui campeão pela Matonense, pelo Rio Preto, pela Inter de Bebedouro duas vezes, pelo Juventus e vice pelo Novorizontino. Mas, nesses times, alguém sabe que você foi campeão? Alguém já ouviu falar de mim no Juventus?"
Com salário de pouco mais da metade do teto de R$ 70 mil estipulado pelo São Caetano, ele diz que ainda não conseguiu fazer seu pé-de-meia, embora venha ajudando sua família.
Nascido no Rio, é o terceiro de sete irmãos. O pai é tenente da Marinha, e a mãe, dona-de-casa. Único atleta da família, é casado e tem uma filha, Natália, 4.
De olho no pé-de-meia, ele já fala em se transferir do São Caetano, embora seu contrato tenha mais um ano de duração.
""Estou satisfeito aqui, mas a gente tem que visar coisa grande. No ano passado, tive boas propostas, mas não me liberaram. Vamos ver agora", afirma Esquerdinha, que estaria sendo assediado por Corinthians, Palmeiras e São Paulo.


Texto Anterior: Futebol: Por 7 votos a 6, São Caetano é incluído na Liga Rio-SP
Próximo Texto: Atlético paga R$ 2,1 mi pelo título
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.