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PARA TODO O SEMPRE
Esquerdinha, 31, pensa em 40
"Pulmão" da equipe quer ser o mais velho jogador a se aposentar
MAÉRCIO SANTAMARINA
ENVIADO ESPECIAL A ATIBAIA
Após se tornar conhecido como o ""pulmão" do São Caetano
no Brasileiro, o meia Esquerdinha, 31, lançou um desafio: quer
se tornar o jogador mais velho a
se aposentar no Brasil.
""Me sinto como um garoto
que está começando agora, embora, na verdade, a minha carreira esteja recomeçando. Vou
passar o Valdo [do Atlético-MG", que já está com quase 37
anos. Quero passar também o
Cerezo, que se aposentou aos
42, e o Luís Pereira, que só parou de jogar aos 44 anos. Escreva aí: vou bater o recorde."
A motivação para isso aumentou depois que Luiz Felipe
Scolari disse que poderia testá-lo num dos amistosos que o
Brasil fará antes do Mundial de
2002. ""Pelas minhas contas, vou
ter gás para mais três Copas."
Um dos destaques do time na
competição, é também um dos
que mais correm em campo.
Com esse empenho, transformou-se no jogador do São Caetano com maior número de assistências neste Brasileiro, com
média de 0,6 por jogo, seguido
do reserva Vagner, com 0,4, e de
outro destaque da equipe, o atacante Anaílson, com 0,3, de
acordo com o Datafolha.
Mesmo atuando no meio, Esquerdinha, que já fez três gols
no Nacional, é o maior finalizador do time, com média de 2,5
conclusões por jogo, seguido do
meia Adãozinho e do atacante
Magrão, com 2,2 cada um.
Em cruzamentos, sua liderança é disparada -média de 10,4
por partida. O segundo no fundamento, Adãozinho, tem 4,8.
""Esses índices e essa fama de
pulmão do time que ganhei são
frutos do trabalho individualizado da nossa comissão técnica
e daquele algo a mais que cada
jogador tem que dar", diz ele.
O algo a mais, conforme explicou, é permanecer em campo
até uma hora depois do final
dos treinos para se aperfeiçoar.
Seu parceiro no trabalho extra é
o terceiro goleiro Edinho.
Esquerdinha afirma que essa
sua aplicação não começou no
São Caetano. ""Nas divisões inferiores, de 1993 a 1997, fui campeão pela Matonense, pelo Rio
Preto, pela Inter de Bebedouro
duas vezes, pelo Juventus e vice
pelo Novorizontino. Mas, nesses times, alguém sabe que você
foi campeão? Alguém já ouviu
falar de mim no Juventus?"
Com salário de pouco mais da
metade do teto de R$ 70 mil estipulado pelo São Caetano, ele
diz que ainda não conseguiu fazer seu pé-de-meia, embora venha ajudando sua família.
Nascido no Rio, é o terceiro de
sete irmãos. O pai é tenente da
Marinha, e a mãe, dona-de-casa. Único atleta da família, é casado e tem uma filha, Natália, 4.
De olho no pé-de-meia, ele já
fala em se transferir do São Caetano, embora seu contrato tenha mais um ano de duração.
""Estou satisfeito aqui, mas a
gente tem que visar coisa grande. No ano passado, tive boas
propostas, mas não me liberaram. Vamos ver agora", afirma
Esquerdinha, que estaria sendo
assediado por Corinthians, Palmeiras e São Paulo.
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