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Brasileiro só cresce com vigor na arrecadação
Faturamento com ingressos aumenta 26% e ultrapassa os R$ 100 milhões
Variação da bilheteria do torneio vai na contramão
de quesitos como média de público, dribles, finalizações e número de gols feitos
DA REPORTAGEM LOCAL
Nas estatísticas do Campeonato Brasileiro, o único sobe-e-desce que vai de elevador é o faturamento da competição.
Em 2008, enquanto todos os
demais números do principal
torneio do país tiveram variação mínima, quase sempre para
baixo, o dinheiro arrecadado
com bilheteria explodiu.
Pela primeira vez na história,
o faturamento bruto com ingressos ultrapassou os R$ 100
milhões. Segundo a CBF, ficou
em R$ 101,2 milhões.
No ano passado, no mesmo
número de partidas, a venda de
bilhetes resultou em um faturamento bruto de R$ 80 milhões. Isso significa que o torneio encerrado no domingo
passado teve um incremento
de 26% na bilheteria, contra
uma inflação no ano que vai ficar em torno dos 6%.
Em 2004, quando o Campeonato Brasileiro tinha 172 jogos
a mais do que a edição de 2008,
o valor arrecadado com ingressos era praticamente a metade
do atual (R$ 52,6 milhões).
Há quatro anos, o clube com
maior arrecadação bruta foi o
Corinthians, com R$ 4,3 milhões. Esse valor foi ultrapassado na edição recém-encerrada
por 10 dos 20 clubes na disputa.
O Flamengo foi o líder com
R$ 12,6 milhões.
O torcedor paga mais por um
torneio que tem muitos números em queda. A começar pela
própria presença dos fãs nas arquibancadas. A arrecadação subiu porque os ingressos ficaram mais caros.
Segundo a CBF, foram vendidos 6.429.954 ingressos para a
edição de 2008, ou quase 160
mil a menos do que em 2007.
E quem foi aos estádios viu a
rede balançar menos.
A média de gols ficou em 2,72
por partida. É a segunda menor
da era pontos corridos e levemente mais baixa do que a registrada no ano passado (2,76).
Fundamentos prezados pelo
torcedor também terminaram
em baixa no campeonato que
acabou com a conquista do sexto título nacional, o terceiro
consecutivo, pelo São Paulo.
O número de dribles por
equipe a cada jogou caiu de 12,5
para 11,5. O total de finalizações
por time ficou praticamente estagnado, passando de 13,5 para
13 por partida.
Queda positiva só o do número de faltas. Pela primeira vez
em mais de 20 anos que o Datafolha tabula os dados do Brasileiro, a média de faltas por jogo
ficou abaixo de 40. Foram, em
média, 39 por partida, contra
44 do ano passado e 58 do que
acontecia em 1990.
Menos faltas não significou
menos rigor dos árbitros. A média de expulsões (0,38 por jogo)
foi idêntica à do ano passado.
Seleção
Apesar de números não muito animadores na parte técnica,
o Brasileiro-08 foi pródigo na
renovação de talentos.
O time ideal eleito por jornalistas e colunistas da Folha tem
média de idade de apenas 24,4
anos, ou quase três anos a menos do que o time titular do
campeão São Paulo.
O único escolhido com mais
de 30 anos foi o atacante Kléber Pereira, 33, que também
estava no time ideal do ano
passado. Além dele, só os são-paulinos Miranda e Hernanes,
este também eleito o craque do
campeonato, repetiram o feito
na edição de 2008.
Fora de campo, Muricy Ramalho também é bicampeão
-foi escolhido o melhor treinador, assim como havia acontecido em 2005, quando foi vice-campeão com o Inter.
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