São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 2008

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Brasileiro só cresce com vigor na arrecadação

Faturamento com ingressos aumenta 26% e ultrapassa os R$ 100 milhões

Variação da bilheteria do torneio vai na contramão de quesitos como média de público, dribles, finalizações e número de gols feitos


DA REPORTAGEM LOCAL

Nas estatísticas do Campeonato Brasileiro, o único sobe-e-desce que vai de elevador é o faturamento da competição.
Em 2008, enquanto todos os demais números do principal torneio do país tiveram variação mínima, quase sempre para baixo, o dinheiro arrecadado com bilheteria explodiu.
Pela primeira vez na história, o faturamento bruto com ingressos ultrapassou os R$ 100 milhões. Segundo a CBF, ficou em R$ 101,2 milhões.
No ano passado, no mesmo número de partidas, a venda de bilhetes resultou em um faturamento bruto de R$ 80 milhões. Isso significa que o torneio encerrado no domingo passado teve um incremento de 26% na bilheteria, contra uma inflação no ano que vai ficar em torno dos 6%.
Em 2004, quando o Campeonato Brasileiro tinha 172 jogos a mais do que a edição de 2008, o valor arrecadado com ingressos era praticamente a metade do atual (R$ 52,6 milhões).
Há quatro anos, o clube com maior arrecadação bruta foi o Corinthians, com R$ 4,3 milhões. Esse valor foi ultrapassado na edição recém-encerrada por 10 dos 20 clubes na disputa.
O Flamengo foi o líder com R$ 12,6 milhões.
O torcedor paga mais por um torneio que tem muitos números em queda. A começar pela própria presença dos fãs nas arquibancadas. A arrecadação subiu porque os ingressos ficaram mais caros.
Segundo a CBF, foram vendidos 6.429.954 ingressos para a edição de 2008, ou quase 160 mil a menos do que em 2007.
E quem foi aos estádios viu a rede balançar menos.
A média de gols ficou em 2,72 por partida. É a segunda menor da era pontos corridos e levemente mais baixa do que a registrada no ano passado (2,76).
Fundamentos prezados pelo torcedor também terminaram em baixa no campeonato que acabou com a conquista do sexto título nacional, o terceiro consecutivo, pelo São Paulo.
O número de dribles por equipe a cada jogou caiu de 12,5 para 11,5. O total de finalizações por time ficou praticamente estagnado, passando de 13,5 para 13 por partida.
Queda positiva só o do número de faltas. Pela primeira vez em mais de 20 anos que o Datafolha tabula os dados do Brasileiro, a média de faltas por jogo ficou abaixo de 40. Foram, em média, 39 por partida, contra 44 do ano passado e 58 do que acontecia em 1990.
Menos faltas não significou menos rigor dos árbitros. A média de expulsões (0,38 por jogo) foi idêntica à do ano passado.

Seleção
Apesar de números não muito animadores na parte técnica, o Brasileiro-08 foi pródigo na renovação de talentos.
O time ideal eleito por jornalistas e colunistas da Folha tem média de idade de apenas 24,4 anos, ou quase três anos a menos do que o time titular do campeão São Paulo.
O único escolhido com mais de 30 anos foi o atacante Kléber Pereira, 33, que também estava no time ideal do ano passado. Além dele, só os são-paulinos Miranda e Hernanes, este também eleito o craque do campeonato, repetiram o feito na edição de 2008.
Fora de campo, Muricy Ramalho também é bicampeão -foi escolhido o melhor treinador, assim como havia acontecido em 2005, quando foi vice-campeão com o Inter.


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