São Paulo, domingo, 13 de dezembro de 2009

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Projeto para 2016 prevê aumento de ao menos 300%

Em propostas ao COB, maioria das confederações pede entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões por ano para Olimpíada

Fora verbas de estatais, governo federal acena com pelo menos R$ 120 milhões para 2010, o triplo de atual repasse para as entidades

MARIANA LAJOLO
RODRIGO MATTOS

DA REPORTAGEM LOCAL No país-sede dos Jogos de 2016, as confederações de esportes olímpicos devem receber, em 2010, ao menos o quádruplo da verba atual. É o que indica a média dos valores dos projetos levados ao Comitê Olímpico Brasileiro e a previsão de recursos do governo para turbinar o setor.
Na semana passada, as confederações entregaram suas propostas para o desenvolvimento do esporte até os Jogos cariocas. A Folha apurou que a maioria delas pediu entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.
Em média, as 29 entidades receberam R$ 1,2 milhão em 2008 da Lei Piva. Ou seja, está previsto um crescimento de pelo menos cerca de 300% em relação ao ano passado.
Ressalve-se que houve confederações que pediram menos ou nenhum aumento de verba.
Na outra ponta, a origem dos recursos, o Ministério do Esporte já acenou às entidades com R$ 120 milhões para 2010 -há um projeto de lei de suplementação orçamentária. É quase o triplo do repasse feito às confederações pela Lei Piva em 2008: R$ 34,4 milhões.
Essa conta só considera verbas diretas. Há ainda previsão de investimento de estatais, como o BNDES e a Petrobras, e da utilização da lei de incentivo ao esporte em projetos.
"Sem aumento dos valores [de verba estatal], o boxe não terá medalha nenhuma em Olimpíadas, nem em 2012 nem em 2016", explicou o presidente da da Confederação Brasileira de Boxe, Mauro Silva.
Seu projeto não prevê valores. Mas o dirigente entende que o custo da proposta é de quatro vezes o atual volume de recursos que recebe atualmente da Lei Piva, que gira em torno de R$ 1,1 milhão por ano.
A confederação de tênis de mesa fez seu projeto em torno de R$ 10 milhões por ano. Representa um aumento de 600% em relação ao valor atual, que é de cerca de R$ 1,4 milhão.
"Fizemos esse projeto junto com o COB porque queríamos usar o conhecimento deles", declarou o presidente da entidade, Alaor Azevedo.
A reportagem apurou que o tênis estima em torno de R$ 5 milhões para seu projeto. E a esgrima, R$ 10 milhões.
O projeto da confederação de pentatlo moderno diz precisar de R$ 5,5 milhões para ter três centros de treinamento.
"Vamos conversar com o COB e com o ministério e ver em que podem ajudar e o que podemos fazer. Nossa vontade [projeto] aumenta ou diminui de acordo com a verba", afirmou o vice-presidente da entidade, Celso Sooma Sasaqui.
Há ideias modestas, como a de lutas, que quer dobrar a verba atual de cerca de R$ 1 milhão. Por enquanto, há os pedidos e a promessa. Mas só as decisões sobre a forma de repasse e a divisão dos recursos traçarão o tamanho do sonho de cada modalidade para 2016.


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