São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2007

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Amoroso quer reunir time para discutir atrasos

À Folha, atacante defende espécie de comissão de atletas experientes para negociar pendências com diretoria

Jogador afirma que aceita redução salarial, desde que não seja o único, e dá prazo até abril para renovar seu contrato até o final de 2007

EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A JARINU

Amoroso, 32, está feliz, mas dá prazo ao Corinthians. Diz que o clube, se quiser ficar com ele, tem até abril para renovar seu contrato, que termina em 31 de agosto. Em entrevista à Folha na última quarta-feira, o atleta fala em reunir os jogadores experientes e discutir os seguidos atrasos de pagamentos.
O atacante ainda conta que não vê problema em reduzir seu salário, desde que a medida seja estendida aos companheiros. "Minha idéia é fincar raiz aqui, marcar história."

 

FOLHA - Seu contrato termina em 31 de agosto. Como está a discussão para renovar?
AMOROSO
- A minha idéia é ficar. Quando voltar a São Paulo, vou me reunir com a diretoria corintiana para acertar isso.

FOLHA - Seu procurador falou que gostaria que você renovasse por mais três anos?
AMOROSO
- A princípio é até o final do ano, mas tem que definir até abril, antes de começar o Brasileiro. Se não tiver acerto até lá, será difícil continuar.

FOLHA - Por mais quanto tempo você pretende jogar?
AMOROSO
- Olha, é minha mulher que manda nisso. Ela disse que, se for em outro país, posso jogar este ano e mais um. Aqui no Brasil, por mais três anos.

FOLHA - Você tem propostas de times do exterior?
AMOROSO
- Tem esses Emirados Árabes da vida, o Japão, e a própria Liga dos Estados Unidos tem me procurado.

FOLHA - Tem ainda desejo de sair?
AMOROSO
- Não sei se é isso o que eu quero. A minha vontade é fincar raiz aqui no Corinthians, marcar história.

FOLHA - O aspecto financeiro pode pesar nisso. O clube está com dificuldade para pagar...
AMOROSO
- É ruim ficar sem receber, mas isso ocorre na maioria dos clubes. É ruim principalmente para os mais novos. Mas, nós, jogadores mais experientes, vamos tentar discutir isso com a diretoria.

FOLHA - Você aceita reduzir seu salário, como a diretoria chegou a discutir com você?
AMOROSO
- Em relação ao meu salário, não vejo problema em reduzir, mas desde que não seja só o meu. Não acho justo.

FOLHA - Você acha que essa discussão ocorreu porque você não foi bem ainda no clube?
AMOROSO
- Cheguei numa época turbulenta, o time lutava contra o rebaixamento. Vinha de poucos jogos no Milan, entrava de vez em quando. Agora, trabalhando desde o início da temporada, posso voltar a ser aquele jogador do São Paulo. Ainda mais ao lado do Nilmar.

FOLHA - Você tem ajudado o Nilmar na volta. Ele parece não demonstrar confiança ainda?
AMOROSO
- Isso é normal. Ele veio de uma cirurgia complicada [no joelho direito]. Em 1994, quando operei o joelho, minha vida mudou muito. Era o melhor jogador do Brasil na época, ia para o Barcelona, e tudo ruiu. Fiquei um ano parado.

FOLHA - Acha que, se não tivesse a contusão, seria um jogador melhor?
AMOROSO
- Não sei. Fiz um caminho diferente na Europa, pela Udinese, venci na Alemanha, e não me arrependo de nada. Fui bem-sucedido.

FOLHA - É verdade que você tem mandado mensagens provocando os jogadores do São Paulo?
AMOROSO
- Tenho mandado a música "ô, lê, lê, ô, lá, lá, com Nilmar e Amoroso, o bicho vai pegar" para o Júnior, para o Souza e para o Milton Cruz.

FOLHA - E para o Juvenal Juvêncio [presidente do São Paulo]?
AMOROSO
- Com ele, eu não quero confusão [risos].


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