São Paulo, segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

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Pato faz estréia dos sonhos no Milan

Atacante marca no primeiro jogo na Itália, ajuda a resgatar seu ídolo Ronaldo, é ovacionado e vê namorada na tribuna

Brasileiro mais precoce a estrear no time italiano, ex-jogador do Inter ofusca até o melhor do mundo, que o ajudou a chegar a Milão

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Imagine que você tenha 18 anos, que seja contratado por milhões para jogar bola no Milan, que faça sua estréia em um San Siro lotado, que a torcida grite seu nome o tempo todo, que sua bela namorada esteja na tribuna fazendo coração para você, que seu ídolo volte a brilhar ao seu lado, que você marque um golaço... Sonho para uns, realidade para Pato.
O primeiro jogo oficial do ex-atacante do Internacional no futebol europeu foi um show. Toda a expectativa gerada em torno da estréia do jovem craque na Itália foi correspondida.
Jogando no ataque com Ronaldo, seu ídolo de infância (não tão distante), Alexandre Pato ofuscou até Kaká, recentemente eleito melhor do mundo. No estádio San Siro, inúmeras faixas davam boas-vindas ao mais jovem brasileiro a estrear na história do clube.
No primeiro lance, esbanjando vontade, cometeu uma falta. No segundo, escorregou com as chamativas chuteiras amarelas (algo que se repetiria algumas vezes ao longo da partida contra o Napoli). Na terceira jogada, três dribles, e o estádio festejou como um golaço. Mas demoraria para isso acontecer.
Ronaldo, com a camisa 99 (Pato vestiu a 7), perdeu uma boa chance aos 10min na cara do gol. O ex-Fenômeno, que não estava cotado para começar jogando (sofre com lesões desde que chegou ao Milan), fez apenas sua segunda partida na temporada. E anotou um gol que quase foi do astro Pato.
O chute de Ronaldo desviou no goleiro Gennaro Iezzo, e a bola, quase em cima da linha, ficou na cabeça de Pato. O napolitano Andrea Cupi tirou a bola de dentro do gol e impediu que o brasileiro cumprisse logo sua promessa -o atacante havia dito que faria um ou dois gols ao preparador físico do Milan.
O segundo gol do atual campeão europeu e mundial deve ter sido uma frustração para Pato. Ronaldo o serviu por duas vezes na área, mas suas finalizações esbarraram no goleiro rival -Seedorf, experiente, fuzilou na terceiro bombardeio.
Ronaldo faria seu segundo gol, de cabeça (algo raro para o atacante de 31 anos), no segundo tempo. Naquela altura, o jogo estava 3 a 2 para o Milan, que ainda não havia vencido nenhuma partida como mandante neste Campeonato Italiano.
Mas a torcida parecia incompleta, em especial Stephany Brito, atriz global que acompanhava familiares de Pato nas tribunas. Namorada recente da ex-promessa do futebol do país, ela ganharia um coração do atacante em campo e retribuiria.
Antes disso, Kaká acertaria potente chute cruzado no gol do pobre Napoli, confuso na marcação com tantas estrelas do outro lado. O técnico do Milan, Carlo Ancelotti, ainda ousou (para os padrões dele) ao utilizar, desde o início, dois atacantes de ofício de uma vez só.
Ronaldo saiu de campo, foi cumprimentado pelo seu treinador, e Pato seguiu para cumprir seu papel. Faltavam pouco mais de 15 minutos para o final do tempo normal quando uma bola estourada desde o meio-campo achou Pato em boa posição. O domínio da bola foi mais difícil do que a conclusão. E a bola, por baixo do arqueiro, acabou nas redes.
No placar, 5 a 2 para o Milan. No gramado, Pato chora em meio aos companheiros que o abraçam. Ovacionado, mexe os braços na direção da torcida, pedindo festa. Na direção da amada, um estranho coração.
Viverá feliz para sempre?


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