|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pato faz estréia dos sonhos no Milan
Atacante marca no primeiro jogo na Itália, ajuda a resgatar seu ídolo Ronaldo, é ovacionado e vê namorada na tribuna
Brasileiro mais precoce a estrear no time italiano, ex-jogador do Inter ofusca até o melhor do mundo, que o ajudou a chegar a Milão
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Imagine que você tenha 18
anos, que seja contratado por
milhões para jogar bola no Milan, que faça sua estréia em um
San Siro lotado, que a torcida
grite seu nome o tempo todo,
que sua bela namorada esteja
na tribuna fazendo coração para você, que seu ídolo volte a
brilhar ao seu lado, que você
marque um golaço... Sonho para uns, realidade para Pato.
O primeiro jogo oficial do ex-atacante do Internacional no
futebol europeu foi um show.
Toda a expectativa gerada em
torno da estréia do jovem craque na Itália foi correspondida.
Jogando no ataque com Ronaldo, seu ídolo de infância
(não tão distante), Alexandre
Pato ofuscou até Kaká, recentemente eleito melhor do mundo. No estádio San Siro, inúmeras faixas davam boas-vindas
ao mais jovem brasileiro a estrear na história do clube.
No primeiro lance, esbanjando vontade, cometeu uma falta.
No segundo, escorregou com as
chamativas chuteiras amarelas
(algo que se repetiria algumas
vezes ao longo da partida contra o Napoli). Na terceira jogada, três dribles, e o estádio festejou como um golaço. Mas demoraria para isso acontecer.
Ronaldo, com a camisa 99
(Pato vestiu a 7), perdeu uma
boa chance aos 10min na cara
do gol. O ex-Fenômeno, que
não estava cotado para começar jogando (sofre com lesões
desde que chegou ao Milan), fez
apenas sua segunda partida na
temporada. E anotou um gol
que quase foi do astro Pato.
O chute de Ronaldo desviou
no goleiro Gennaro Iezzo, e a
bola, quase em cima da linha, ficou na cabeça de Pato. O napolitano Andrea Cupi tirou a bola
de dentro do gol e impediu que
o brasileiro cumprisse logo sua
promessa -o atacante havia dito que faria um ou dois gols ao
preparador físico do Milan.
O segundo gol do atual campeão europeu e mundial deve
ter sido uma frustração para
Pato. Ronaldo o serviu por duas
vezes na área, mas suas finalizações esbarraram no goleiro
rival -Seedorf, experiente, fuzilou na terceiro bombardeio.
Ronaldo faria seu segundo
gol, de cabeça (algo raro para o
atacante de 31 anos), no segundo tempo. Naquela altura, o jogo estava 3 a 2 para o Milan, que
ainda não havia vencido nenhuma partida como mandante neste Campeonato Italiano.
Mas a torcida parecia incompleta, em especial Stephany
Brito, atriz global que acompanhava familiares de Pato nas
tribunas. Namorada recente da
ex-promessa do futebol do país,
ela ganharia um coração do atacante em campo e retribuiria.
Antes disso, Kaká acertaria
potente chute cruzado no gol
do pobre Napoli, confuso na
marcação com tantas estrelas
do outro lado. O técnico do Milan, Carlo Ancelotti, ainda ousou (para os padrões dele) ao
utilizar, desde o início, dois atacantes de ofício de uma vez só.
Ronaldo saiu de campo, foi
cumprimentado pelo seu treinador, e Pato seguiu para cumprir seu papel. Faltavam pouco
mais de 15 minutos para o final
do tempo normal quando uma
bola estourada desde o meio-campo achou Pato em boa posição. O domínio da bola foi mais
difícil do que a conclusão. E a
bola, por baixo do arqueiro,
acabou nas redes.
No placar, 5 a 2 para o Milan.
No gramado, Pato chora em
meio aos companheiros que o
abraçam. Ovacionado, mexe os
braços na direção da torcida,
pedindo festa. Na direção da
amada, um estranho coração.
Viverá feliz para sempre?
Texto Anterior: Copa São Paulo: Confrontos da 2º fase estão definidos Próximo Texto: Frases Índice
|