São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

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TÊNIS

As verdades aparecem


Com o início da temporada, o que era apenas plano vira real, e sonhos podem ser pesadelos de uma hora para a outra

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

LEMBRO a primeira vez que me programei para uma temporada de tênis: eu era novo, pré--adolescente, ou seja, faz tempo.
Primeira decisão: começaria a treinar nos primeiros dias do ano, quando meus "rivais" estariam no mais puro ócio fora da cidade.
Tudo certo: eu aproveitaria a quadra quase exclusiva no clube para exercitar golpes de esquerda, irregulares, e a paciência, curta. Ganharia um saque decente. Tinha ainda metas claras: bater em dois caras que nunca haviam perdido para mim e, no segundo semestre, fazer bonito, o que significava aparecer bem lá em cima no ranking da federação.
Ah... A esquerda melhorou, a paciência aumentou, o saque ficou decente, e nunca fui tão feliz jogando tênis até à noite, sem parar.
Bati em um dos sujeitos que sempre me trucidava, mas foi quase no fim do ano, e ele não ligava mais -só estudava para o vestibular. O outro, simplesmente, mudou de cidade.
Naquele ano, apaixonei-me de modo que eu acreditava ser "loucamente" por uma garota nova da escola -e, como pré-adolescente, essa paixão não deu em nada. Mas aí já não jogava nem os campeonatos da federação, tudo parecia chato. Descobri os Rolling Stones, e a chance de fazer um bico de office-boy e de ter meu próprio dinheirinho.
Muito mais adultos, profissionais, concentrados e sérios, todos os tenistas que você pensar agora já têm planos para o ano. O objetivo de cada um não é difícil de imaginar.
Rafael Nadal quer o que agora que está no topo? E Roger Federer, fica bem em segundo, sem Roland Garros? Andy Roddick? Andy Murray? Novak Djokovic? Esta ou aquela taça? Subir no ranking ou ganhar dinheiro? Privilegiar esta ou aquela fase da temporada? Melhorar o saque ou manter o backhand? Agora, com a temporada em andamento, o que era plano vira real. O que era sonho pode virar pesadelo. E o que era só ideia ganha corpo. Nossos super-heróis passarão por surpresas, histórias que nem eles imaginam, apesar de todo o plano. É isso que faz de cada temporada uma história única, diferente, emocionante.

EM SÃO PAULO
Ricardo Mello, sem perder um set, ganhou no domingo o título do Aberto de São Paulo, torneio da série challenger no parque Villa-Lobos. Na decisão, Mello bateu o chileno Paul Capdeville e subiu para a 163ª posição do ranking. Já João Souza, o "Feijão", parou nas semifinais, mas é o 200º no ranking.

NA AUSTRÁLIA
Após deixar Martina Hingis esperando o pedido de casamento e Nicole Vaidisova a ver navios, Radek Stepanek diz que casa, com sua atual noiva, a tcheca Nelly Petrova, que o segue neste ano -coincidência ou não, o tcheco venceu o Torneio de Brisbane no domingo.

reandaku@uol.com.br



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