São Paulo, quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pontaria ruim faz Luxemburgo berrar em treino do Palmeiras

Com palavrões, ele tenta corrigir fundamento, o segundo pior do Paulista

RENAN CACIOLI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Gritos, palavrões e repetição. É nesse tripé que o técnico Vanderlei Luxemburgo vem se apoiando para livrar o Palmeiras do incômodo de ter a segunda pior pontaria do Paulista.
Os berros não distinguem novatos de veteranos. Seja na orelha do jovem atacante Lenny, 19, ou na do experiente lateral-esquerdo Leandro, 28, a bronca vem no mesmo volume.
"Ajeita o corpo", "só dá um tapa na bola", "tem que pegar o goleiro no contrapé". Todas estas frases, seguidas ou não de um ou mais palavrões, foram repetidas à exaustão no treino de ontem à tarde, no CT.
Tudo para melhorar aquilo que o time tem apresentado de mais deficiente no campeonato. Com 28% de aproveitamento na pontaria, o Palmeiras só não está com a mira mais descalibrada que a do lanterna Rio Preto, que manda apenas 27,2% dos chutes na direção certa, segundo o Datafolha.
"É normal o professor cobrar bastante. E, se ele está cobrando, é porque tem alguma coisa errada", disse o volante Pierre.
Pelo que os jogadores demonstraram ontem, muito errada. Os chutes reprisados durante aproximadamente duas horas de treino tiraram Luxemburgo do sério. E aí sobrou justamente para aqueles que mais falharam no fundamento.
"Tá fazendo tudo ao contrário do que eu falei. Chega dando o tapa na bola, cacete!", falou para o ala-esquerdo Valmir, o eleito da tarde para as frases mais raivosas do treinador.
No calor da repreensão, sobrou até para a principal estrela da equipe. "Tá chutando melhor com a esquerda que com a direita, Valdivia? Que merda, hein?!", disse de forma irônica para o meia chileno, que é destro. A resposta do atleta veio com um sorriso meio sem jeito.
Nem o atacante Denílson escapou das duras de Luxemburgo. "Chuta essa porra com a esquerda!", esbravejou, impaciente, o treinador.
Isso porque o jogador, que já reconheceu mais de uma vez a dificuldade em finalizar com a canhota, insistia em bater com a perna direita mesmo quando o exercício exigia o contrário.
"Todo mundo está acostumado com bronca. Ele grita para o bem do jogador", declarou Leandro, habituado ao estilo irado de Luxemburgo desde 2003, quando trabalharam juntos no Cruzeiro.


Texto Anterior: Status, peso e amigos são outros hoje
Próximo Texto: Fechado: Kléber é o nono reforço
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.