|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Guga quer jogo final com amigo
Atleta sonha pegar Carlos Moyá ou Nicolas Lapentti no último duelo, que pode ser em Roland Garros
Eliminado em simples e
duplas na estréia no Torneio
da Costa do Sauípe, tenista
dependerá de sorteio das
chaves para realizar desejo
FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL À COSTA DO SAUÍPE
Gustavo Kuerten, 31, sonha
enfrentar um amigo no último
jogo de sua carreira. E ontem
nomeou quem gostaria de encontrar do outro lado da rede
na partida de despedida: o espanhol Carlos Moyá ou o equatoriano Nicolas Lapentti.
"São caras que agora estão
com vontade de me pegar", comentou Guga, que anteontem
foi derrotado pelo argentino
Carlos Berlocq na estréia do
Torneio da Costa do Sauípe e
deixou claro que não consegue
manter seu jogo em alto nível
durante muito tempo.
"Antes eles fugiam de mim,
principalmente no saibro",
completou o brasileiro.
O último torneio do ex-número um do mundo deve ser
Roland Garros -há ainda a
chance de ser a Olimpíada de
Pequim. Para enfrentar um de
seus amigos, que assim como
ele têm 31 anos, em qualquer
um desses eventos, Guga dependeria do sorteio da chave.
Na Costa do Sauípe, por
exemplo, o brasileiro só poderia enfrentar um deles na final.
Assim como Guga, Moyá foi
campeão de Roland Garros
(1998) e número um do mundo.
O espanhol ocupa atualmente a 18ª posição no ranking e enfrentou Kuerten em sete oportunidades, com três vitórias.
Já Lapentti foi top ten na
mesma época em que o brasileiro aparecia entre os melhores do mundo e atualmente é o
112º. Em seis confrontos com o
amigo, Guga venceu quatro.
O melhor tenista brasileiro
da história ficou em cima do
muro ao ser questionado por
qual amigo estaria torcendo para ficar com o título na Bahia.
"Uma final entre os dois seria
massa." No entanto, como os
dois estão no mesmo lado da
chave, um eventual confronto
ocorreria antes, nas semifinais.
A despeito das dores no quadril e do discurso emocionado
de anteontem ("Não é que eu
não queira mais jogar, é que
realmente eu não consigo",
desculpou-se com o público,
chorando), Guga confirmou
ontem que cumprirá o programa da turnê de despedida.
Disse já estar acostumado
com suas limitações. Após a
derrota para Berlocq, contou
que só consegue manter um
bom nível de jogo por cerca de
40 ou 45 minutos e que, depois,
sente uma queda brusca.
"O duro é a dois ou três dias
do jogo, quando eu ainda tenho
esperanças. Mas depois, durante a partida ou quando estou fazendo a fisioterapia, eu sei dos
meus limites", lamentou o tricampeão de Roland Garros.
Mesmo com a eliminação
precoce, Guga vai permanecer
na Costa do Sauípe até domingo. Pretende fazer isso em todos os torneios que disputar.
"Vou prolongar um pouco
mais a minha estada por ser
uma ocasião especial", disse o
tenista, que ontem deu autógrafos para torcedores no estande de sua marca de roupas.
Na Costa do Sauípe, porém,
além de desfrutar o clima da
competição, Guga deve ajudar
na divulgação do evento.
"Sempre defendi a bandeira
do torneio, lutei muito por isso,
que foi uma coisa que não tive
quando era jovem", afirmou.
O diretor do torneio na Bahia, Fernando von Oertzen, já
fez convite para Guga exercer
na próxima temporada o posto
de embaixador do evento, mas
não quis dar detalhes do que ele
faria fora das quadras.
A próxima etapa da turnê de
despedida de Guga é o Masters
Series de Miami, que acontece
em março, em quadra dura.
Texto Anterior: Fechado: Kléber é o nono reforço Próximo Texto: Carta: Guga recebe elogios do presidente Índice
|