São Paulo, quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

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Guga quer jogo final com amigo

Atleta sonha pegar Carlos Moyá ou Nicolas Lapentti no último duelo, que pode ser em Roland Garros

Eliminado em simples e duplas na estréia no Torneio da Costa do Sauípe, tenista dependerá de sorteio das chaves para realizar desejo


FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL À COSTA DO SAUÍPE

Gustavo Kuerten, 31, sonha enfrentar um amigo no último jogo de sua carreira. E ontem nomeou quem gostaria de encontrar do outro lado da rede na partida de despedida: o espanhol Carlos Moyá ou o equatoriano Nicolas Lapentti.
"São caras que agora estão com vontade de me pegar", comentou Guga, que anteontem foi derrotado pelo argentino Carlos Berlocq na estréia do Torneio da Costa do Sauípe e deixou claro que não consegue manter seu jogo em alto nível durante muito tempo.
"Antes eles fugiam de mim, principalmente no saibro", completou o brasileiro.
O último torneio do ex-número um do mundo deve ser Roland Garros -há ainda a chance de ser a Olimpíada de Pequim. Para enfrentar um de seus amigos, que assim como ele têm 31 anos, em qualquer um desses eventos, Guga dependeria do sorteio da chave.
Na Costa do Sauípe, por exemplo, o brasileiro só poderia enfrentar um deles na final.
Assim como Guga, Moyá foi campeão de Roland Garros (1998) e número um do mundo.
O espanhol ocupa atualmente a 18ª posição no ranking e enfrentou Kuerten em sete oportunidades, com três vitórias.
Já Lapentti foi top ten na mesma época em que o brasileiro aparecia entre os melhores do mundo e atualmente é o 112º. Em seis confrontos com o amigo, Guga venceu quatro.
O melhor tenista brasileiro da história ficou em cima do muro ao ser questionado por qual amigo estaria torcendo para ficar com o título na Bahia. "Uma final entre os dois seria massa." No entanto, como os dois estão no mesmo lado da chave, um eventual confronto ocorreria antes, nas semifinais.
A despeito das dores no quadril e do discurso emocionado de anteontem ("Não é que eu não queira mais jogar, é que realmente eu não consigo", desculpou-se com o público, chorando), Guga confirmou ontem que cumprirá o programa da turnê de despedida.
Disse já estar acostumado com suas limitações. Após a derrota para Berlocq, contou que só consegue manter um bom nível de jogo por cerca de 40 ou 45 minutos e que, depois, sente uma queda brusca.
"O duro é a dois ou três dias do jogo, quando eu ainda tenho esperanças. Mas depois, durante a partida ou quando estou fazendo a fisioterapia, eu sei dos meus limites", lamentou o tricampeão de Roland Garros.
Mesmo com a eliminação precoce, Guga vai permanecer na Costa do Sauípe até domingo. Pretende fazer isso em todos os torneios que disputar.
"Vou prolongar um pouco mais a minha estada por ser uma ocasião especial", disse o tenista, que ontem deu autógrafos para torcedores no estande de sua marca de roupas.
Na Costa do Sauípe, porém, além de desfrutar o clima da competição, Guga deve ajudar na divulgação do evento.
"Sempre defendi a bandeira do torneio, lutei muito por isso, que foi uma coisa que não tive quando era jovem", afirmou.
O diretor do torneio na Bahia, Fernando von Oertzen, já fez convite para Guga exercer na próxima temporada o posto de embaixador do evento, mas não quis dar detalhes do que ele faria fora das quadras.
A próxima etapa da turnê de despedida de Guga é o Masters Series de Miami, que acontece em março, em quadra dura.


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