São Paulo, domingo, 14 de fevereiro de 2010

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Mudança na fachada trava o Maracanã

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

A já preocupante situação de atrasos das arenas da Copa do Mundo de 2014 pode se agravar, pois o projeto do Maracanã precisa ser alterado para preservar as principais características do estádio, afirma o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio, Carlos Fernando Andrade.
Para ele, as quatro novas rampas externas e a cobertura mudam a fachada da arena. A obra do Mundial só pode ser feita com autorização do instituto, pois se trata de um imóvel tombado.
O superintendente do Iphan só teve acesso informal ao projeto na audiência pública promovida no final de janeiro pela Secretaria Estadual de Obras, 39 dias após a apresentação à imprensa.
Apesar do prazo exíguo, os representantes do Iphan e da Emop (Empresa de Obras Públicas) afirmam que as adaptações podem ser feitas antes do início das obras no estádio, previstas para agosto. As mudanças no entorno devem começar em março.
De acordo com Andrade, as adaptações podem ser feitas até mesmo após a licitação, cujo edital sai nesta semana, desde que as intervenções na fachada não comecem sem anuência do Iphan.
Na semana passada, houve reunião entre os dois órgãos para definir as mudanças.
O novo projeto, no entanto, ainda não foi finalizado.
Na avaliação do representante do Iphan no Rio, os problemas "não são intransponíveis". "Mas, do ponto de vista do Iphan, o projeto apresentado não é definitivo. Vamos analisar com a brevidade que o momento exige."
As quatro rampas adicionais a serem construídas têm como meta atender às exigência da Fifa em permitir o escoamento emergencial de todo o público no máximo em oito minutos -atualmente, supera 20 minutos.
De acordo com o projeto, as novas rampas seriam responsáveis pela evacuação de 27.108 dos 82.229 espectadores, nova lotação do estádio após as obras -hoje, o limite é de cerca de 88 mil.
Além disso, para Andrade, os pilares que sustentam os cabos presos à cobertura também podem alterar a fachada do estádio. "Pedi que eles fossem reduzidos."
Durante a preparação dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, o Iphan impediu a construção de uma garagem de barcos na marina da Glória. A vista do aterro do Flamengo para o Pão de Açúcar, tombado pelo instituto, seria modificada.


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