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Mudança na fachada trava o Maracanã
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
A já preocupante situação
de atrasos das arenas da Copa do Mundo de 2014 pode se
agravar, pois o projeto do
Maracanã precisa ser alterado para preservar as principais características do estádio, afirma o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio, Carlos
Fernando Andrade.
Para ele, as quatro novas
rampas externas e a cobertura mudam a fachada da arena. A obra do Mundial só pode ser feita com autorização
do instituto, pois se trata de
um imóvel tombado.
O superintendente do
Iphan só teve acesso informal ao projeto na audiência
pública promovida no final
de janeiro pela Secretaria Estadual de Obras, 39 dias após
a apresentação à imprensa.
Apesar do prazo exíguo, os
representantes do Iphan e da
Emop (Empresa de Obras
Públicas) afirmam que as
adaptações podem ser feitas
antes do início das obras no
estádio, previstas para agosto. As mudanças no entorno
devem começar em março.
De acordo com Andrade,
as adaptações podem ser feitas até mesmo após a licitação, cujo edital sai nesta semana, desde que as intervenções na fachada não comecem sem anuência do Iphan.
Na semana passada, houve
reunião entre os dois órgãos
para definir as mudanças.
O novo projeto, no entanto, ainda não foi finalizado.
Na avaliação do representante do Iphan no Rio, os
problemas "não são intransponíveis". "Mas, do ponto de
vista do Iphan, o projeto
apresentado não é definitivo.
Vamos analisar com a brevidade que o momento exige."
As quatro rampas adicionais a serem construídas têm
como meta atender às exigência da Fifa em permitir o
escoamento emergencial de
todo o público no máximo
em oito minutos -atualmente, supera 20 minutos.
De acordo com o projeto,
as novas rampas seriam responsáveis pela evacuação de
27.108 dos 82.229 espectadores, nova lotação do estádio após as obras -hoje, o limite é de cerca de 88 mil.
Além disso, para Andrade,
os pilares que sustentam os
cabos presos à cobertura
também podem alterar a fachada do estádio. "Pedi que
eles fossem reduzidos."
Durante a preparação dos
Jogos Pan-Americanos do
Rio, em 2007, o Iphan impediu a construção de uma garagem de barcos na marina
da Glória. A vista do aterro
do Flamengo para o Pão de
Açúcar, tombado pelo instituto, seria modificada.
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