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Crise esfria outra festa dos EUA
Após Super Bowl, é a vez de o Jogo das Estrelas da NBA conviver com ameaça de paralisação em 2011
Sob alegação de dificuldades financeiras, donos de times planejam cortes nos salários
e provocam a revolta dos jogadores e seus sindicatos
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo segundo final de semana
seguido, o bilionário esporte
americano faz uma festa que
pode não acontecer em 2011.
Depois do Super Bowl, a decisão da NFL, a liga do futebol
americano, hoje é a vez de o Jogo das Estrelas da NBA, em
Dallas, ter uma disputa sindical
ofuscando o brilho do evento.
As duas modalidades, que dividem com o beisebol a preferência dos americanos, vivem
um clima de guerra entre os donos de equipes e seus jogadores
e caminham firme para a paralisação total em 2011.
Reflexos atrasados da crise
econômica mundial que aparecem agora, quando os dois lados negociam um novo acordo
coletivo de trabalho, prática comum no esporte dos Estados
Unidos e que acontece geralmente a cada cinco temporadas
-tanto no caso da NFL quanto
no da NBA, o atual acordo encerra-se no próximo ano.
Alegando queda no faturamento por causa da crise mundial, os donos dos times querem, segundo os jogadores, passar a tesoura em seus salários.
Na NFL, a parte dos atletas
no faturamento anual de US$ 8
bilhões (quase R$ 15 bilhões)
cairia dos atuais 59% para 41%.
Isso, segundo o sindicato dos
jogadores, representará uma
redução média de US$ 340 mil
(quase R$ 630 mil) no salário
de cada jogador por temporada.
Assim, segundo DeMaurice
Smith, o diretor-executivo dos
jogadores de futebol americano, a chance de uma paralisação no próximo ano é de "14 em
uma escala de 1 a 10".
Durante a semana que antecedeu o Jogo das Estrelas de
hoje, os jogadores do basquete
profissional também deram sinais claros de que cruzarão os
braços no próximo ano.
A primeira proposta dos donos para o novo acordo coletivo
de trabalho causou revolta entre os atletas. Não sem motivos.
A NBA também quer uma redução drástica na participação
dos jogadores no faturamento
da liga, passando dos atuais
57% para cerca de 45%, o que
representaria uma queda de
US$ 600 milhões (cerca de R$
1,11 bilhão) na folha de pagamento dos 30 times do torneio.
E não é só isso. Os proprietários das franquias querem diminuir o tempo máximo de
contrato dos atletas e ainda limitar os maiores vencimentos,
o que afetaria os astros que estão em fase de renovação de
contrato, como LeBron James
e Kobe Bryant. Hoje, eles podem assinar contratos com valor total superior a US$ 100 milhões. Pelas novas regras sugeridas pelos donos, o teto seria
de US$ 60 milhões.
Os times ainda querem radicalizar a política de teto para a
sua folha de pagamentos, acabando com algumas exceções
que permitem às equipes mais
ricas contratar jogadores que
não entram na conta do teto.
Para justificar suas propostas, os donos de equipes da
NBA e da NFL dizem que seus
ganhos caem enquanto os salários dos jogadores só crescem.
No caso do futebol americano, dão como exemplo o tradicional Green Bay Packers, que
teria diminuído seus lucros em
40%. Os atletas declaram que
gostariam de ver os números de
todos os times. Na NBA, mais
da metade das equipes ficou no
vermelho nos últimos anos.
Tanto no caso do futebol
americano quanto no do basquete, os jogadores dizem que
os donos querem, havendo um
esforço para isso, que as ligas
sejam paralisadas em 2011.
Segundo eles, mesmo sem jogos, as emissoras de TV teriam
que pagar pelos direitos de
transmissão. Assim, sem ter
que bancar a folha salarial, haveria lucro certo para os times.
Com agências internacionais
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