São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2008

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Palmeiras potencializa confusão com ingressos

Torcedores sofrem em Ribeirão, enquanto "venda secreta" no Ibirapuera encalha

Além de confrontos entre palmeirenses e são-paulinos, 1º dia de comercialização vê cassetete, gás de pimenta e empurra-empurra no interior


Edson Silva/Folha Imagem
Com gás de pimenta, PM tenta controlar torcedores que buscavam ingressos em Ribeirão Preto


LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Em Ribeirão Preto, palco do clássico entre Palmeiras e São Paulo, enormes filas, tumulto, empurra-empurra e policial militar jogando gás de pimenta nos torcedores. Na capital, o clube mandante do confronto omite informação sobre pontos-de-vendas na cidade. Esse foi o retrato ontem do primeiro dia de venda de ingressos para o jogo que acontecerá no domingo no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto.
De acordo com a BWA, empresa responsável pela confecção e venda dos bilhetes, 24.300 ingressos haviam sido vendidos até as 17h50 de ontem. Restam pouco mais de 4.000, que serão comercializados hoje apenas no Santa Cruz. Na manhã de ontem, mais de 3.000 torcedores se aglomeraram nos dois pontos-de-venda do estádio -alguns já esperavam no local desde a madrugada. As bilheterias foram abertas às 11h, com uma hora de atraso em relação ao previsto.
Nos guichês localizados na entrada das cadeiras cobertas, único ponto em que os ingressos de meia-entrada estavam sendo comercializados, o movimento era maior. Na frente das bilheterias, centenas de pessoas se empurravam à espera do início das vendas. No meio do tumulto, torcedores rivais se desentenderam, provocando correria.
A polícia chegou ao local por volta do meio-dia e, com a ajuda de cassetetes e gás de pimenta, afastou a multidão das bilheterias. Dezenas de pessoas -entra elas mulheres, crianças e idosos- correram, com dificuldade de respirar e enxergar. De acordo com o capitão Francisco Mango Neto, da Polícia Militar, o gás de pimenta foi usado para afastar os cambistas. "Não houve exagero [dos policiais]. As pessoas que estavam bem na frente das bilheterias eram os cambistas, que estavam causando prejuízo aos torcedores. Infelizmente foi preciso usar o gás", disse.
O Palmeiras, mandante do confronto, ajudou a ampliar a confusão, mas na capital. Inicialmente, o clube disse que só seriam vendidos ingressos no estádio do jogo. E que a diretoria tentaria, junto à Prefeitura de Ribeirão Preto, disponibilizar outros postos de venda. Ontem, porém, a Folha ouviu do diretor-tesoureiro do clube, Francisco Busico, que, pela manhã, o ginásio do Ibirapuera comercializou entradas para o clássico.
"Desde hoje [ontem] cedo estava vendendo no Ibirapuera. Como não houve procura, a BWA nos solicitou o envio de cerca de 2.000 ingressos de arquibancada para Ribeirão Preto", revelou Busico. Ao ser informado de que o clube não havia avisado sobre a venda no Ibirapuera, o diretor disse que não sabia o porquê.
Questionado por que o clube alviverde não pediu à BWA que comercializasse ingressos em outros pontos da capital, como no Parque Antarctica, casa do Palmeiras, Busico afirmou que quem decide os pontos-de-venda é a própria empresa.


Colaborou RENAN CACIOLI , da Reportagem Local


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