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Público chia, mas entende adiamento
Após assistir aos treinos livres da Indy no Anhembi, torcedores dizem que a definição do grid poderia gerar acidentes
Enquanto espectador cita falhas, como a falta de água
à venda, co-organizador diz que trazer classificação para hoje "não mancha a corrida"
DA REPORTAGEM LOCAL
O anúncio do adiamento do
treino de definição do grid desagradou aos poucos torcedores que foram ao Anhembi ontem. Todo mundo reclamou,
mas todo mundo entendeu.
Não houve debandada, mas
teve gente que foi embora por
volta das 15h, assim que o adiamento foi anunciado no local.
"Chegamos às 7h, fizemos todo esse esforço para ver o treino de classificação", reclamou o
funcionário público Wilson
Moreira, 37, que ainda se queixou da falta de água à venda em
postos oficiais. "Vou embora. E
amanhã [hoje] vamos ter que
chegar mais cedo do que havíamos planejado." O treino foi remarcado para às 8h30.
"Não vou poder trazer meu
filho de sete anos", lamentou o
empresário Alexandre Brito,
39. "Se chegar para o treino, ele
não aguenta até a corrida [às
13h]. Como não posso entrar e
depois sair para buscá-lo, não
sei o que fazer. É muita desorganização", afirmou.
Mais revoltados estavam os
que entraram perto das 15h30,
horário inicial do treino de
classificação. "Se eu soubesse,
só teria vindo amanhã", disse o
advogado Solon Silva, 39, que
viajou de Brasília para São Paulo com a mulher Paula, 38, só
para ver a corrida. Cada um pagou R$ 250 pelo ingresso. "Foi
grande a confusão para entrar.
Amanhã [hoje] será um caos."
O engenheiro Felipe Ancona,
28, quase foi impedido de entrar no Anhembi. Chegou às
15h, no ônibus que a organização do evento oferece (e cobra
R$ 9) para levar quem deixa o
carro estacionado na estação
Barra Funda do metrô.
"Na bilheteria, fomos informados de que não poderíamos
entrar", relatou Ancona. "Disseram que o treino estava cancelado, que não haveria mais
nada e que, se eu entrasse, perderia o ingresso da corrida."
Após 25 minutos de discussão na bilheteria, a entrada dele
e de um amigo foi autorizada.
Em comum a todas as queixas, a compreensão sobre a necessidade de adiamento para
um treino mais "sério" para hoje. "Os caras passavam balançando, no ar mesmo, não tinha
como continuar", disse Alexandre Brito, o empresário que estava com o filho. "Alguém poderia se machucar feio."
Para o empresário Fernando
Campanella, 48, a situação era
desculpável. "É a primeira vez,
a gente tem que entender. Nas
próximas, eles acertam", disse.
"Sentimos falta de algo que nos
ajudasse a identificar os carros,
porque não conhecemos todos
os pilotos", falou o aviador José
Antonio Magalhães, 50.
"Mudança de programação
não é novidade na Indy", disse
Marcelo Meira, vice da Band,
co-organizadora da prova. "Isso não mancha a corrida."
Segundo a assessoria de imprensa da São Paulo Indy 300,
40 mil ingressos foram postos à
venda. Até ontem à noite, 35
mil haviam sido vendidos. Pelo
menos ontem, as arquibancadas não lotaram.
Para Tony Kanaan, o público
não está acostumado. "Tudo é
novo, classificação, prova. Estamos atraindo gente que nunca
acompanhou o esporte."
(MARIANA BASTOS E MARTÍN FERNANDEZ)
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