São Paulo, domingo, 14 de março de 2010

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Público chia, mas entende adiamento

Após assistir aos treinos livres da Indy no Anhembi, torcedores dizem que a definição do grid poderia gerar acidentes

Enquanto espectador cita falhas, como a falta de água à venda, co-organizador diz que trazer classificação para hoje "não mancha a corrida"

DA REPORTAGEM LOCAL

O anúncio do adiamento do treino de definição do grid desagradou aos poucos torcedores que foram ao Anhembi ontem. Todo mundo reclamou, mas todo mundo entendeu.
Não houve debandada, mas teve gente que foi embora por volta das 15h, assim que o adiamento foi anunciado no local.
"Chegamos às 7h, fizemos todo esse esforço para ver o treino de classificação", reclamou o funcionário público Wilson Moreira, 37, que ainda se queixou da falta de água à venda em postos oficiais. "Vou embora. E amanhã [hoje] vamos ter que chegar mais cedo do que havíamos planejado." O treino foi remarcado para às 8h30.
"Não vou poder trazer meu filho de sete anos", lamentou o empresário Alexandre Brito, 39. "Se chegar para o treino, ele não aguenta até a corrida [às 13h]. Como não posso entrar e depois sair para buscá-lo, não sei o que fazer. É muita desorganização", afirmou.
Mais revoltados estavam os que entraram perto das 15h30, horário inicial do treino de classificação. "Se eu soubesse, só teria vindo amanhã", disse o advogado Solon Silva, 39, que viajou de Brasília para São Paulo com a mulher Paula, 38, só para ver a corrida. Cada um pagou R$ 250 pelo ingresso. "Foi grande a confusão para entrar. Amanhã [hoje] será um caos."
O engenheiro Felipe Ancona, 28, quase foi impedido de entrar no Anhembi. Chegou às 15h, no ônibus que a organização do evento oferece (e cobra R$ 9) para levar quem deixa o carro estacionado na estação Barra Funda do metrô.
"Na bilheteria, fomos informados de que não poderíamos entrar", relatou Ancona. "Disseram que o treino estava cancelado, que não haveria mais nada e que, se eu entrasse, perderia o ingresso da corrida."
Após 25 minutos de discussão na bilheteria, a entrada dele e de um amigo foi autorizada.
Em comum a todas as queixas, a compreensão sobre a necessidade de adiamento para um treino mais "sério" para hoje. "Os caras passavam balançando, no ar mesmo, não tinha como continuar", disse Alexandre Brito, o empresário que estava com o filho. "Alguém poderia se machucar feio."
Para o empresário Fernando Campanella, 48, a situação era desculpável. "É a primeira vez, a gente tem que entender. Nas próximas, eles acertam", disse. "Sentimos falta de algo que nos ajudasse a identificar os carros, porque não conhecemos todos os pilotos", falou o aviador José Antonio Magalhães, 50.
"Mudança de programação não é novidade na Indy", disse Marcelo Meira, vice da Band, co-organizadora da prova. "Isso não mancha a corrida."
Segundo a assessoria de imprensa da São Paulo Indy 300, 40 mil ingressos foram postos à venda. Até ontem à noite, 35 mil haviam sido vendidos. Pelo menos ontem, as arquibancadas não lotaram.
Para Tony Kanaan, o público não está acostumado. "Tudo é novo, classificação, prova. Estamos atraindo gente que nunca acompanhou o esporte." (MARIANA BASTOS E MARTÍN FERNANDEZ)



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