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Maradona tem recaída e é internado
"Fortes dores abdominais" causam volta ao hospital em plena madrugada, apenas dois dias depois de alta controversa
Médico pessoal pergunta até onde seu paciente pode agüentar e tratamento
do ex-jogador é alvo de crítica do ministro da Saúde
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
Dois dias depois de receber
alta, Diego Armando Maradona, 46, voltou a ser internado
na madrugada de ontem com
"fortes dores abdominais", segundo relato de seu médico
pessoal, Alfredo Cahe.
"A pergunta do milhão é:
"Quanto ele pode agüentar?'",
declarou Cahe ontem de manhã durante entrevista à rádio
Diez, de Buenos Aires, lançando dúvidas sobre a capacidade
de recuperação do ex-craque.
Até o fechamento desta edição, os médicos afirmavam não
ter chegado ainda a uma resposta sobre o que causou a recaída. Boletim médico informava que o estado de saúde do
jogador era "estável".
As dores, segundo os médicos, poderiam não estar relacionadas diretamente com o
quadro de hepatite tóxica causada pelo consumo de bebidas
alcoólicas. Pancreatite, gastrite, problemas no fígado e na vesícula estavam entre as hipóteses levantadas pelos médicos.
Depois de receber a visita de
amigos e jantar com o médico e
a namorada em uma chácara
em Ezeiza, na Grande Buenos
Aires, Maradona reclamou de
mal-estar. Antes disso, porém,
já havia uma ambulância à disposição do lado de fora da chácara, caso fosse necessário.
A dor, porém, segundo Cahe,
ficou mais forte por volta das
3h, quando Maradona decidiu
acioná-lo. Às 5h, o ex-meia foi
levado para o hospital Madre
Teresa de Calcutá, onde foi internado na UTI, segundo os
médicos, "por precaução". Na
manhã de ontem, foi transferido à clínica Sanatorio de los Arcos, no bairro de Palermo.
Ao contrário do que fez em
outras internações de Maradona, em que dava informes periódicos, desta vez, Cahe não
deu entrevistas coletivas.
O médico foi contra a alta dada a Maradona. Para ser liberado, o jogador e seus familiares
assinaram termo em que diziam estar cientes de que o tratamento ainda estava em curso.
O retorno do ex-craque ao
hospital virou assunto até do
governo federal argentino. Segundo o ministro da Saúde, o
médico Ginés González García,
é preciso tratá-lo "como paciente e não como Maradona".
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