São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vitorioso, Muricy ataca críticos

Técnico são-paulino diz que precisa sobreviver a cada jogo e que ainda está encontrando o time ideal

Treinador rebate vice de futebol, que apontou crise no clube, dizendo que é fácil ser parceiro quando o time vence jogos, como ontem


DA REPORTAGEM LOCAL

"Eu sou um sobrevivente. Tenho que sobreviver a cada jogo." Foi assim que o técnico Muricy Ramalho desabafou após a vitória do São Paulo sobre o Palmeiras, ontem.
Pressionado por maus resultados e rendimento do time abaixo do esperado, Muricy aproveitou o momento favorável para devolver críticas e, indiretamente, rebater as declarações do vice de futebol Carlos Augusto de Barros e Silva, que dissera que havia um prenúncio de crise no clube e que, uma eliminação dupla -no Paulista e na Libertadores- pode acarretar uma reformulação.
"Estamos achando um time. Está voltando uma base que tínhamos do ano passado. Tem que ter um pouco de paciência. Mas não se tem essa paciência nem aqui dentro. Tem que ser parceiro também quando se perde. Quando se ganha é fácil ser parceiro, e daí não precisa", disse o treinador são-paulino.
Questionado sobre a mudança de atitude do time, o treinador afirmou que precisou conversar com o elenco para levantar o moral. "Eu não posso ficar choramingando pelos cantos. Em vez disso, eu trabalho. Trabalho é o que eu fiz ontem [sábado], com a conversa de uma hora com os caras, dando moral para eles", declarou.
Muricy também foi irônico com relação às cobranças, sobretudo as que recebeu após a derrota na Libertadores para o Audax. "Aquele jogo eu perdi. Hoje nós vencemos. É assim que é o futebol."
Enquanto Muricy usou o pós-jogo para desabafar e se queixar da pressão que recebeu da própria diretoria, o capitão e goleiro Rogério tentou amenizar o momento.
"Temos que entender a posição do diretor de futebol. Se eu fosse diretor e não tivesse jogado futebol, também teria feito os comentários [sobre crise no clube]. Mas a gente não pode falar no "se". Ele passou uma posição futura e não pode falar no futuro", declarou Rogério. "O treinador é um cara que sempre sofre pressões mesmo."
O goleiro elogiou também a forma como o time atuou. O são-paulino, que ainda sustenta que o favoritismo do confronto é palmeirense, apesar da vantagem de poder jogar pelo empate, viu mudança de atitude da equipe. "Claro que o São Paulo não vem jogando o que dele se espera. Mas hoje o time jogou com alma. Teve brio para reverter temporariamente um resultado que era desfavorável", afirmou.
Para o segundo jogo da semifinal, Muricy Ramalho deverá alterar o esquema de jogo. O treinador afirmou que o modo como o São Paulo atuou ontem, no contra-ataque, esperando o Palmeiras, foi fruto do cansaço do time. "Eu precisava de fazer alguma coisa diferente." (PAULO GALDIERI E TONI ASSIS)


Texto Anterior: Juca Kfouri: Vá ter fé assim lá longe
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.