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Vitorioso, Muricy ataca críticos
Técnico são-paulino diz que precisa sobreviver a cada jogo e que ainda está encontrando o time ideal
Treinador rebate vice de futebol, que apontou crise no clube, dizendo que é fácil ser parceiro quando o time vence jogos, como ontem
DA REPORTAGEM LOCAL
"Eu sou um sobrevivente.
Tenho que sobreviver a cada jogo." Foi assim que o técnico
Muricy Ramalho desabafou
após a vitória do São Paulo sobre o Palmeiras, ontem.
Pressionado por maus resultados e rendimento do time
abaixo do esperado, Muricy
aproveitou o momento favorável para devolver críticas e, indiretamente, rebater as declarações do vice de futebol Carlos
Augusto de Barros e Silva, que
dissera que havia um prenúncio de crise no clube e que, uma
eliminação dupla -no Paulista
e na Libertadores- pode acarretar uma reformulação.
"Estamos achando um time.
Está voltando uma base que tínhamos do ano passado. Tem
que ter um pouco de paciência.
Mas não se tem essa paciência
nem aqui dentro. Tem que ser
parceiro também quando se
perde. Quando se ganha é fácil
ser parceiro, e daí não precisa",
disse o treinador são-paulino.
Questionado sobre a mudança de atitude do time, o treinador afirmou que precisou conversar com o elenco para levantar o moral. "Eu não posso ficar
choramingando pelos cantos.
Em vez disso, eu trabalho. Trabalho é o que eu fiz ontem [sábado], com a conversa de uma
hora com os caras, dando moral
para eles", declarou.
Muricy também foi irônico
com relação às cobranças, sobretudo as que recebeu após a
derrota na Libertadores para o
Audax. "Aquele jogo eu perdi.
Hoje nós vencemos. É assim
que é o futebol."
Enquanto Muricy usou o
pós-jogo para desabafar e se
queixar da pressão que recebeu
da própria diretoria, o capitão e
goleiro Rogério tentou amenizar o momento.
"Temos que entender a posição do diretor de futebol. Se eu
fosse diretor e não tivesse jogado futebol, também teria feito
os comentários [sobre crise no
clube]. Mas a gente não pode
falar no "se". Ele passou uma posição futura e não pode falar no
futuro", declarou Rogério. "O
treinador é um cara que sempre sofre pressões mesmo."
O goleiro elogiou também a
forma como o time atuou. O
são-paulino, que ainda sustenta que o favoritismo do confronto é palmeirense, apesar da
vantagem de poder jogar pelo
empate, viu mudança de atitude da equipe. "Claro que o São
Paulo não vem jogando o que
dele se espera. Mas hoje o time
jogou com alma. Teve brio para
reverter temporariamente um
resultado que era desfavorável", afirmou.
Para o segundo jogo da semifinal, Muricy Ramalho deverá
alterar o esquema de jogo. O
treinador afirmou que o modo
como o São Paulo atuou ontem,
no contra-ataque, esperando o
Palmeiras, foi fruto do cansaço
do time. "Eu precisava de fazer
alguma coisa diferente."
(PAULO GALDIERI E TONI ASSIS)
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