São Paulo, quinta-feira, 14 de maio de 2009

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Tênis investe R$ 1 bilhão para se proteger da chuva

Madri, Wimbledon e Roland Garros constroem tetos para garantir partidas

US Open também planeja ter cobertura retrátil a fim de entrar na onda de quadras que impedem atrasos e permitem jogos noturnos


FERNANDO ITOKAZU
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um investimento bilionário está em curso para proteger os tenistas, principalmente os da elite, da chuva, e também os interesses comerciais do esporte.
O equivalente a R$ 1,075 bilhão já foi gasto ou está orçado para a construção de tetos retráteis, dinheiro que seria suficiente para construir pelo menos três estádios de futebol no Brasil para a Copa de 2014 (isso pela previsão das cidades candidatas a receber o Mundial).
Em pouco mais de uma semana, três grandes torneios foram notícia por esse tema.
Na semana passada, Madri inaugurou um complexo que custou 160 milhões (cerca de R$ 458 milhões), com três quadras cobertas que, juntas, podem receber 20,5 mil pessoas, ou mais do que a capacidade da Vila Belmiro, o estádio do Santos. As arenas estão sendo usadas já nesta semana em um torneio com chaves masculina e feminina na capital espanhola.
O francês Dominique Perrault é quem assina o projeto da Caixa Mágica, o complexo espanhol que foi construído para servir como trunfo de Madri na sua candidatura para receber a Olimpíada de 2016
"É o Taj Mahal do tênis", declarou Ion Tiriac, o organizador da competição de Madri.
Ontem, os cartolas de Roland Garros, em Paris, anunciaram o projeto vencedor para a construção do teto retrátil na quadra central, que pode abrigar 15 mil pessoas. Além disso, mais duas quadras do complexo terão teto que pode ser aberto ou fechado em minutos. O custo é estimado em 120 milhões (cerca de R$ 343 milhões).
A proposta vencedora foi a do francês Marc Mimram, que superou três concorrentes. Ele tem no seu currículo a Biblioteca Nacional de Paris.
No domingo, um torneio amistoso, com a presença do casal Andre Agassi e Steffi Graff, irá inaugurar a nova quadra central do mítico complexo de Wimbledon, em Londres, com um teto retrátil que custou quase R$ 64 milhões.
O novo teto de Wimbledon leva a assinatura do escritório Populous, que tem arenas esportivas como um de seus pontos fortes, como o Emirates Stadium, o estádio do Arsenal, e o ginásio do Denver Nuggets, o time do pivô Nenê na NBA.
Como o Aberto da Austrália já usa a cobertura retrátil, o único Grand Slam (a série dos quatro principais torneios do tênis) sem uma quadra coberta seria o US Open. Mas os americanos já planejam gastar US$ 100 milhões (cerca de R$ 210 milhões) em sua arena central.
Os organizadores dos torneios dizem que quadras cobertas garantem condições climáticas constantes para os tenistas e também a satisfação de torcedores que compram ingresso para um dia específico.
Mas também deixam claro que as emissoras de TV, que investem pesado em direitos de transmissão, serão as grandes beneficiadas. "Nós estamos na televisão de 125 países por todo o mundo, que agora terão tênis ao vivo durante todo o dia", disse Ian Ritchie, o executivo-chefe do All England Lawn Tennis, que organiza Wimbledon.


Com agências internacionais


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