PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Eles substituem dois dos integrantes do quarteto dos Rs que brilhou na Copa do Mundo da Coréia do Sul e do Japão e agora tiram férias da seleção.
Mas, na Copa das Confederações, Kléber e Luis Fabiano se contentam apenas em garantir, no futuro, os postos de reservas dos intocáveis, respectivamente, Roberto Carlos e Ronaldo.
Ontem, no primeiro dia de treinos em Paris, onde o Brasil estréia no torneio contra Camarões, na próxima quinta, os dois "novatos" deixaram claro que os companheiros mais famosos são titulares absolutos do time nacional.
O mais explícito nisso foi o lateral-esquerdo corintiano Kléber.
"Espero ter uma continuidade na seleção. É muito difícil pensar em tomar o lugar do Roberto Carlos. Meu objetivo é só continuar no grupo", diz Kléber, que chegou a ser convocado por Luiz Felipe Scolari antes da Copa-2002, mas acabou preterido por Júnior.
Após estrear com a camisa amarela no amistoso contra a Nigéria, quando marcou um gol, Luis Fabiano também mostrava prudência sobre a possibilidade de aproveitar a chance e virar titular.
"Ele [Ronaldo] é o "Fenômeno", eu só quero continuar no grupo. Estou batalhando para um dia chegar onde ele está", diz Luis Fabiano, que só elogia o concorrente. "Ele é mais rápido e dribla em velocidade, coisas que ainda não consigo fazer bem", conta.
Para o atacante, ele só tem uma vantagem em relação ao jogador do Real Madrid. "No cabeceio, sou melhor", diz Luis Fabiano.
A humildade de Kléber e Luis Fabiano não é compartilhada por Parreira. "A vida é feita de oportunidades. Quem está aqui deve pensar em ser titular", disse o técnico, que, além de Ronaldo e Roberto Carlos, que estão em atividade na Espanha, deixou de convocar atletas como Cafu, Gilberto Silva e Rivaldo -todos em férias.
Eufórico com o período de quase uma semana que terá para treinar o time, Parreira praticamente definiu que Kléber e Luis Fabiano, além dos outros nove que iniciaram o jogo com a Nigéria, devem ficar na equipe. "O time para a Copa das Confederações, provavelmente, será o que começou o jogo com a Nigéria", diz o técnico.
Hoje a seleção treina em dois períodos, fato inédito na era Parreira, que teve ontem pela primeira vez os 23 convocados -Alex, Maurinho, Edu Dracena e Júlio César, que jogaram a final da Copa do Brasil, se apresentaram.


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