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Na hora H, Parreira revive sua Copa de 94
Seleção do quadrado mágico reproduz
futebol burocrático do time do tetra
Time abusou dos passes laterais e chutou menos a gol; treinador diz que teve que recuar Adriano para corrigir falha de marcação
DO ENVIADO A BERLIM
Quem esperava ver o atual time de Carlos Alberto Parreira,
com seu badalado quadrado
mágico, encantar na estréia da
Copa da Alemanha se lembrou
do velho time de Parreira, campeão nos EUA em 1994. Aquela
equipe do insistente toque de
bola, do jogo burocrático, lento,
sem criatividade. Foi assim que
ele iniciou, ontem, a busca de
seu segundo título mundial.
Foi salvo por um lampejo de
Kaká, eleito o melhor em campo, que, em um de seus poucos
momentos de inspiração, deu a
vitória ao time de Parreira.
O técnico disse esperar mais
da equipe na seqüência da Copa. "Eu não esperava 100%. Eu
acho que a gente está em 60%,
70%, dentro do que estava previsto. Não foi o ritmo máximo.
Com certeza os nossos jogadores sentiram o ritmo do jogo, se
queixaram muito no final", justificou Parreira.
O treinador disse que a "hora
mais difícil para mexer no time
é quando está ganhando de 1 a
0", mas que, mesmo assim, preferiu manter a ofensividade ao
substituir Ronaldo por Robinho no segundo tempo.
"Eu poderia ter colocado
mais um jogador de marcação,
um de meio, mas preferi manter a ofensividade, que é nossa
característica", disse ele, cuja
equipe finalizou 15 vezes a gol,
só uma a mais do que costumava fazer a seleção de 94 e duas a
menos do que a de agora.
O Brasil de ontem, que dividiu a posse de bola com os rivais, lembrou os chatos times
de Parreira, como o Corinthians de 2002, com seus passes laterais. Ontem foram 402
ao todo, quase 100 a mais do
que a média do time em sua terceira passagem pela equipe nacional. Os brasileiros ainda cometeram 20 faltas, sete além da
média da seleção que triunfou
no Mundial dos EUA ao bater a
Itália nos pênaltis. Segundo
Parreira, um dos motivos que
dificultaram a boa performance ofensiva de seu time foi uma
falha de marcação no lado direito da defesa brasileira.
"Eles estavam chegando com
um a mais e tive que recuar o
Adriano para acompanhar o jogador deles", falou ele, que citou também a forte marcação
do adversário como barreira a
uma melhor apresentação de
seu time. "Eles tinham praticamente dez jogadores atrás, então foi muito difícil entrar. É
um time que preocupa e que vai
dar trabalho a todos os outros
rivais desse grupo", declarou.
Sobre sua principal estrela, a
quem ele pediu alegria, mas
que ontem novamente teve
atuação discreta, Parreira disse
que ficou satisfeito. "O Ronaldinho jogou bem, ele procurou
o jogo, foi muito bem marcado.
Se ele não tivesse jogado bem,
ele não teria nem tocado na bola. Ele é um jogador que está
sendo muito visado, como esperávamos. Então, para mim,
ele jogou com alegria", declarou.
(EDUARDO ARRUDA, FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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