São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 2006

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José Roberto Torero

20 camisas inúteis

Se o Brasil seguir assim, elas voltarão limpas para minha casa

COMO SÃO 30 dias de Copa, trouxe 40 camisas para a Alemanha. Se a seleção continuar jogando deste jeito, metade delas voltará limpinha para casa. O Brasil começou o jogo morno, como se tivesse feito seu aquecimento numa banheira de hidromassagem. Ninguém parecia ter fome de vitória. Ronaldo, então, esteve irreconhecível. Não corria nem para sair do impedimento. E, quando o Brasil atacava, mostrava-se uma peça inútil. O quadrado estava mais para triângulo. A sorte é que a Croácia é um time que marca mal e não tem atacantes especiais. Apenas Prso, de vez em quando, fazia alguma jogada perigosa. A partida estava equilibrada e, quando isso acontece, geralmente a salvação vem pelo talento individual. Foi o que aconteceu, graças a Kaká, que fez um golaço. No segundo tempo, Ronaldo voltou a campo. Cheguei a pensar que ele tinha guardado energias para a etapa complementar, mas que nada... Continuou passeando. Obviamente, trata-se de um grande jogador, e até por isso só deveria ser escalado quando pudesse realmente fazer o que sabe. A torcida pediu a entrada de Robinho aos 16min. E Parreira atendeu ao pedido aos 24min. E aí o jogo acendeu. Ganhou vida, chama. Robinho foi um Viagra para um time que estava cabisbaixo e sem vontades. É bem verdade que a Croácia, empurrada pela torcida (bem mais participante que a brasileira, aplaudindo seus jogadores e cantando muito), foi para cima. Mas é melhor ficar nervoso do que aborrecido, é melhor sofrer a se entediar, é melhor a onda à calmaria. Apesar dessa agitação dos últimos minutos, nossa defesa resistiu bem, principalmente graças a Lúcio e Dida. E, como era de se prever, o jogo acabou mesmo em 1 a 0. Aliás, falando em previsões, Zé Cabala que se cuide, porque ganhei o bolão dos jornalistas da Folha. Não acertei apenas o placar mas também o autor do gol. Meu prêmio: uma cerveja de cada repórter. Tim-tim!

torero@uol.com.br


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