Time de Muricy Ramalho freia tendência de cruzamentos e tenta aproveitar Aloísio e Borges como pivôs no ataque

Diretor de futebol tricolor nega que haja propostas oficiais nas sondagens por Hernanes, Miranda e Alex Silva vindas da Europa

MÁRVIO DOS ANJOS
RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo volta hoje às 16h10 ao Maracanã, palco da eliminação da Libertadores, disposto a ver se sua nova fórmula é capaz de derrubar o Flamengo, que pode se distanciar na ponta do Brasileiro.
Com o início do campeonato e a saída de Adriano, o São Paulo vê uma diferença gritante em um de seus principais atalhos para o gol: os cruzamentos.
No Paulista, com Adriano para conferir dentro da área, o São Paulo era o segundo time que mais cruzava na área, num empate técnico com a vice-campeã Ponte Preta: 29,2 a 29,3. No Brasileiro, os tricolores são os antepenúltimos nesse quesito, com 19 por jogo. O Ipatinga é o primeiro, com 29.
"Agora a gente está montando outra maneira de jogar, com os jogadores que nós temos", afirma Muricy Ramalho. "Borges e Aloísio têm a facilidade de prender. São dois pivôs mesmo e possibilitam a chegada de trás de outros jogadores. Por isso que não pode ter só um esquema, tem que usar as características dos jogadores."
Com isso, o que se perde são os eventuais gols de cabeça. No Paulista, foram 9 gols em 21 jogos (média de 0,42 por jogo). Apenas o Palmeiras (12) marcou mais, com dois jogos a mais. Neste Brasileiro, apenas Hugo marcou, nos 5 a 1 contra o Atlético-MG, no último sábado.
"Quando o Adriano chegou aqui, a gente pediu uma coisa a ele: que jogasse dentro da área. Tivemos que insistir com ele para que ficasse perto da área. E isso também colaborou para que ele marcasse tantos gols."
Em um incômodo 12º lugar, o atual bicampeão brasileiro tenta se recuperar na tabela, após um início fraco, em que atuou duas vezes com time misto.
As duas equipes vêm de goleadas em casa: o Flamengo triturou o Figueirense por 5 a 0, enquanto o São Paulo passou pelo Atlético-MG por 5 a 1. Mas esse retrospecto não garantirá muitos gols, segundo Muricy.
"Não acho que alguém consegue fazer muitos gols no nosso time, e o Flamengo marca muito bem. Não acho que teremos muitos gols", afirmou o técnico.
Ele deverá ter que inventar novo esquema tático em breve. Hernanes interessa ao Barcelona, enquanto os zagueiros Miranda e Alex Silva despertam a cobiça de Milan e Wolfsburg, respectivamente. Segundo o diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes, nada até agora, porém, veio em forma de proposta oficial.