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Dunga veta até a FifaTreinador fecha pela terceira vez em quatro
dias o treino da seleção e impede que
empresas que patrocinam a entidade apareçam
Paulo Whitaker/Reuters
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Brasileiros em treino dado ontem à noite
EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
A birra de Dunga com a imprensa chegou até a Fifa.
A clausura em que se
transformou a concentração
da seleção e o terceiro fechamento de treinos em quatro
dias prejudicam os patrocinadores da entidade. Amanhã, contra a Coreia do Norte, o time estreia nesta Copa.
E não é só isso. A operação
de comunicação da Fifa, que
produz material jornalístico
de todos os times do Mundial, também está sendo afetada pelas restrições de acesso à seleção brasileira.
A HBF, empresa responsável pelas filmagens da Fifa,
foi proibida de trabalhar nos
treinos fechados do Brasil e
teve vetado pelo treinador o
pedido para entrevistas exclusivas com jogadores.
Nas práticas fechadas de
outras seleções, a Fifa quase
sempre é autorizada a filmar
ao menos 105 minutos.
O material gravado, além
de abastecer o site da entidade, é enviado para emissoras
do mundo inteiro, especialmente a países pobres que
não contam com correspondentes na África do Sul.
O bunker da concentração
do Brasil também esconde os
milionários patrocinadores
da Fifa. O campo de treinamento da seleção tem agora
só placas das marcas parceiras da federação mundial.
Sem imagens e fotos da mais
popular seleção do planeta,
elas perdem visibilidade.
Ontem, pelo segundo dia
consecutivo, Dunga anunciou que o treino não seria
aberto a jornalistas ou a qualquer tipo de imagem.
Coincidentemente, a decisão saiu um dia após ter vindo a público uma discussão
de treino entre Júlio Baptista
e Daniel Alves. Desde que assumiu o comando da seleção, Dunga mantém relação
conflituosa com a imprensa.
Com a boa performance à frente do Brasil, ganhou poder e tem tido carta branca
para tomar decisões.
PITO EM ROBINHO
Na África, proibiu jogadores e comissão técnica de falarem com a imprensa, inclusive nas folgas -Robinho,
por exemplo, teve de pedir
desculpa ao grupo após dar
uma entrevista na semana
passada à TV Globo.
A seleção se tornou uma
caixa-preta, reflexo da abertura exagerada dada aos jogadores na Copa-2006.
No ano passado, durante a
Copa das Confederações, a
Fifa entrava com frequência
na concentração da seleção
para entrevistar os atletas.
"A convivência era próxima e hoje é mais distante",
disse o diretor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva.
Ele diz que tentou passar
sua experiência de nove anos
de seleção a Dunga, mas que
a decisão é do técnico. "Tem
que sentar e conversar porque há limites para serem
respeitados dos dois lados."
Ontem, os jogadores disseram ter sido surpreendidos
com a decisão de Dunga de
fechar o treino. Maicon se
mostrou constrangido.
"O Dunga pode ter pensado em fazer alguma coisa diferente que a gente também
não sabe", disse o lateral.
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