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Exportador X importadorEm duelo de pouca tradição, Itália e Paraguai estreiam hoje no Mundial e escancaram contraste de suas escolas de treinadores
DO ENVIADO A DURBAN
O país dos técnicos enfrenta hoje o país dos treinadores
importados. Itália x Paraguai
deve até ser um bom duelo
tático na Cidade do Cabo (às
15h30 de Brasília), mas não
dá para dizer que é um choque de "duas escolas" do futebol, pois, enquanto os paraguaios não formam bons
técnicos, os italianos os exportam e têm Marcelo Lippi.
Caso fature o penta, a Azzurra fará pela segunda vez
um técnico bicampeão mundial -só Vittorio Pozzo conseguiu isso, em 1934/1938.
Caso surpreenda e fature o
título, o Paraguai será o primeiro país a vencer a Copa do
Mundo com um estrangeiro
no comando. É treinado pelo
argentino Gerardo Martino.
Invicto em Mundiais e
atual detentor da taça, Lippi
é a grande estrela da seleção
italiana, que vem sem Totti e
Del Piero, com Pirlo contundido e Gattuso anunciando
aposentadoria após a Copa.
Mais que ser parecido com
o ator Paul Newman, Lippi é
estrategista dos bons e sabe
usar as peças que têm como
poucos. Em 2006, utilizou 20
de seus 23 jogadores na campanha do tetra e variou quatro vezes a sua formação.
Lippi tem 62 anos e dará
lugar após a Copa a Cesare
Prandelli, 52, que fez um bom
trabalho na Fiorentina.
Em 2014, no Brasil, a Itália
deverá fazer sua 18ª participação em Copas e apenas
uma vez em Mundiais teve
um técnico "gringo". Lajos
Czeizler, húngaro, dirigiu a
Azzurra em 1954, ano em que
a Hungria assombrava.
Hoje, a Itália é um dos países que mais exportam treinadores. A rica Inglaterra
tem visto invasão de técnicos
italianos e até conta com Fabio Capello na sua seleção.
Totalmente na contramão
disso está o Paraguai. O país
vai para a sua quarta Copa
seguida com um chefe estrangeiro na comissão técnica. Em 1998, era brasileiro
(Paulo César Carpegiani), em
2002, foi um italiano (Cesare
Maldini), em 2006, chegou a
vez de um uruguaio (Anibal Ruiz), e agora a escola argentina de técnicos imperou.
O Paraguai virou uma seleção de sucesso na América
do Sul privilegiando a marca
dos italianos: a defesa.
Uma obra de autoria de
Gerardo Martino, que faz elogiado trabalho na seleção e
concorria no cargo com os
seus conterrâneos Nery Pumpido e Miguel Ángel Russo.
Assim, o duelo de hoje promete ser muito estudado,
mais tático do que técnico.
(ROBRIGO BUENO)
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